Capitulo 4- Visitas inesperadas

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Entrámos.
A casa parecia estar vazia, estava um silêncio perturbador. As luzes estavam acesas e tudo desarrumado, o dono da casa não parecia ter ido embora à muito tempo.
Ainda estavam as panelas no fogão com restos de comida e pratos colocados na mesa com os talheres cruzados.
A casa cheirava a mofo, como se não fosse limpa à milhares de anos. Observei mais um pouco e reparei que estavam livros de feitiçaria espalhados por todo o lado.
A televisão estava acesa ou seja estava definitivamente alguém em casa.
Suspirei.
Sprout olhou para todo o lado, aquele ambiente não lhe era estranho.
- Só espero não termos vindo em má hora - disse.
Fiquei a pensar.. Como assim em má hora? O que se estava a passar?
Ouvi passos a descer as escadas, era assustador, o dono daquele casarão não era pequeno de certeza, aqueles passos davam a ideia de que era enorme, e que não estava nada contente com o facto de ter pessoas em casa a uma hora daquelas.
Os passos foram se aproximando, Sprout agarrava-me a mão com delicadeza, e acalmava-me.
Pensava em tudo o que ele tinha dito, acontecesse o que acontecesse o importante era não falar nem sair de trás de Sprout, para não me meter em sarilhos.
Estava um clima pesado, as escadas pareciam não acabar, pois continuávamos a ouvir os passos a longa distância.
Os passos terminaram. Por trás de uma parede foi surgindo um sujeito gigante com um aspecto horrível, conseguia sentir o cheiro dele e nem estava perto.
O rosto dele ia sendo iluminado à medida que se aproximava de nós. Como era feio!
- Mouse? - perguntou Sprout receoso.
- Sprout, há quanto tempo, não mudaste nada..
O seu olhar era arrogante e cínico, não tinha cara de boa pessoa, olhava-nos desprezando completamente, só se lambia com satisfação, olhava-nos como se fossemos a próxima refeição dele.
Consegui ver com clareza, tinha os dentes horríveis, quase em tons de laranja, e era careca. Já tinha visto uma figura semelhante nos filmes, o Mouse era o que parecia ser um troll.
- Nem tu Mouse, nem tu. - respondia Sprout calmamente.
Mouse observou-me. Arqueou a sobrancelha e perguntou:
- Quem é a rapariga que trazes? Parece um pouco tímida, o que ela faz aqui? Realmente já estava com fome e a rapariga parece ser deliciosa - afirmou.
Assustei-me mas permaneci-me calada. Estava um pouco confusa, íamos passar uma noite na casa de um tipo que a qualquer momento nos podia matar? Sprout não estava bom da cabeça.
- Amy, vai para a sala, eu e o Mouse precisamos de ter uma conversa em privado. - afirmou Sprout a apontar para o corredor.
Segui. A casa tinha um ar sinistro.
Procurei o interruptor da luz e sentei-me numa poltrona de Madeira gasta. Observava as fotos que Mouse tinha em cima da estante de livros, e apercebi-me que ele antes tivera uma família.
"Se calhar ele é mau porque ficou sem família" pensava.
Ao caso deste assunto, vieram me memórias da minha família também. Pensei no meu irmão e na minha mãe, os dois em Londres a terem uma vida de sonho, mas sem saberem que eu existo... Perguntava-me: "o que estou a fazer da minha vida?" Umas dez vezes.
Comecei a chorar imenso, as lagrimas caiam uma atrás da outra. Sprout chegou nesse instante.
Limpei a cara e disse:
- Olá.
Ele olhou para mim e sentou-se a meu lado. Dava para reparar que estava com pena:
- Sabes Amy, eu compreendo-te e lamento estares assim, eu não te queria separar do teu irmão, muito menos da tua mãe mas é isto a que as crianças como tu se submetem, tu és uma feiticeira Amy, nunca podias pertencer a um mundo de humanos, não se pode fingir aquilo que não é, compreendes? - pousou o braço sobre o meu ombro.
Olhei para baixo e respondi que "sim" com a cabeça.
Abraçou-me. Soube-me muito bem aquele abraço, podia não ser da minha mãe ou de alguém que gostasse, mas era de facto caloroso e apertado e já a algum tempo que não me sentia assim.
Passado um bocado, Sprout explicou-me o porquê de Mouse ser tão perigoso. Durante a noite ele era apenas um troll mas de dia era um monstro, então era aconselhável sairmos da casa dele antes de amanhecer e de Mouse acordar.
- Amy, nem 1 minuto antes, nem 1 minuto depois, quando eu disser que é para acordar, tens mesmo de acordar!
- Não te preocupes.
Fomos para um quarto em que haviam 2 camas de ferro, os lençóis tinham um padrão de estrelas e o quarto tinha imensas janelas. Por cima de cada cama estava um crucifixo e vários quadros de planetas e luas.
Deitei-me na cama e veio uma nuvem de pó, pelo que nem me dei ao trabalho de me enfiar dentro dos lençóis. Olhei para o lado e reparei que Sprout tinha adormecido.. Dava para notar que estava cansado.. Ainda tinha o meu IPod comigo e como não conseguia dormir, pus-me a ouvir a playlist que deixara para a viagem.
Adormeci.

*********
- Amy acorda! Rápido!
Abri os olhos e vi a cara de Sprout muito perto da minha, estava completamente em pânico e aos berros.
- Amy! Faltam exatamente 10 minutos para o Mouse acordar! Temos de sair rapidamente daqui!
Entrei em pânico. Vesti-me o mais depressa que pude e desci as escadas tão rápido que parecia que ia cair em cada passo que dava. Sprout corria atrás de mim como um louco.
Estava a amanhecer quando estávamos na cozinha.
- Oh, não..... - dizia Sprout.
Mouse ainda não se tinha transformado mas não tinha curiosidade nenhuma em o ver transformado pelo que comecei a correr ainda mais, Sprout estava a apenas uns metros atrás de mim.
Saímos de casa mesmo na hora e demos os dois um suspiro de alívio.
Coloquei as mãos nos joelhos e sentei-me no meio da floresta. Estava mesmo cansada. Não corria daquela maneira à imenso tempo. Sprout continuava firmemente a andar.
- Não vens? - perguntou.
Levantei-me e continuei a andar, as minhas pernas já não aguentavam mais..
Avistámos o rio.

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⏰ Última atualização: Aug 26, 2017 ⏰

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