Caio Luccas e Karina Melo.
Dois corpos, uma história.
A história de Caio é muito parecida com a de muitos crias de periferia, onde ele cresce em um cenário do crime, rodeado pelo tráfico, pelas drogas e pelo medo das autoridades. No entanto, um dia...
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⁰⁸·⁰⁴·²⁰²³ ᴿⁱᵒ ᵈᵉ ᴶᵃⁿᵉⁱʳᵒ
Agora são 18 horas, e eu 'tô atrasada. Não é que eu 'tô atrasada, mas também não 'tô no horário que era pra estar. Talita tá me enchendo a paciência já.
- Valeu, 'tô indo. - Bato na mão de Gabriel e Lucas e vou até cozinha onde meus pais estão.
- Tchau, amo vocês. - Beijo a bochecha dos dois.
- Chega que horas? Tá com a chave? - Meu pai pergunta.
- Já tá certo da mãe da Talita levar vocês, mesmo? - Minha mãe pergunta.
- Chego depois das meia noite provavelmente, 'tô com a chave e sim, a tia vai levar nois. - Falo rápido. - 'Tô indo.
- Responde as mensagens. - A mais velha fala.
Assinto e mando um beijo no ar, saindo na porta de casa.
Faço uma breve oração pra Deus me levar e me trazer em paz e vou em direção ao mercadinho que tem aqui perto, combinei com Talita pra elas passarem lá em vez de passarem na minha casa porque queria comprar uns chicletes.
Entro no mercado.
- Oi Gio, boa noite! - Falo com o dono do mercado que está no caixa.
- Oi filha, boa noite. - Ele diz levantando a cabeça pra me olhar.
Pego dois Trident's e duas Halls, pago no dinheiro e guardo na bolsa, fico na porta esperando o carro da mãe de Talita aparecer e não demora muito pro Civic branco chegar parando a minha frente.
- Oi tia! Boa noite. - Falo primeiramente com a tia enquanto entro no carro. - Meu Deus Tatá você 'ta linda.
- Obrigada, meu amor, você está maravilhosa como sempre. - Ela devolve o elogio e dou um beijo em sua bochecha.
- E aí minha flor, como está? - A tia fala comigo. - E os meninos, estão se recuperando bem?
- Estão bem, só vivem brincando com a vida, tia. - Falo.
- Vamos passar no Carlos, Talita? - Tia Jô, pergunta olhando pelo retrovisor.
- Ele nem convidado foi, mãe, juro - A gente ri. - mas também né, eles não têm essa intimidade toda, a Manu não era obrigada.
- Sim. Tenho pra mim também que ela não gosta do Carlos não. - Falo e ela dá um grito concordando, diz que sempre pensou isso.
- Que dó. - Tia Jô dá risada.
Passam-se alguns minutos e finalmente chegamos ao salão de festas, já escutamos o som alto, e vemos algumas luzes coloridas.
- Tchau tia, obrigada e até mais tarde. - Me despeço da tia e desço do carro com minha bolsa e a sacola do presente da aniversariante.
