16 | imprevisto.

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São Paulo, 14:30

☀️
Acordei e vi que Doprê não estava mais na cama, ligo o meu celular e me assusto com o horário, havia perdido outro dia de dar aula, acho que por isso os pais estão canecelando as inscrições, estava faltando muito com as minhas obrigações, e eu sabia disso.

-Tá aí sentada pensando em quê, morena?- Pedro fala e eu dou um leve pulo da cama me assustando, que faz o mesmo rir.

-Não é nada demais, relaxa Pedro.- Falo e ele se senta ao meu lado.

-Eu sei quando tá acontecendo alguma coisa Ana Júlia, cê sabe que pode me contar tudo.

-Beleza, olha Pedro, eu tô muito cansada do meu trabalho, mas não é porque eu não gosto sabe? Parece que quando eu fazia em NY as pessoas me admiravam mais, me davam mais valor, e aqui parece que ninguém liga, tanto que nem consegui nenhum trabalho fora as minhas aulas on-line, falando nelas, também estão me prejudicando muito por causa do fuso horário. Não consigo encaixar a minha rotina com a vida que eu levo aqui, tô passando por alguns perrengues financeiros, mas eu não quero ter que voltar, a minha família tá aqui no Brasil, e não lá.- Falo e o mesmo me abraça, logo sinto uma lágrima escorrer em meu rosto.

-Pode chorar se quiser, não tem problema, tô aqui pra te apoiar, Ju. Por que cê não me contou isso antes? E o bagulho do dinheiro parça, eu posso arrumar a quantia que for pra você.- Ele fala e eu rapidamente nego com a cabeça.

-Não, obrigado pelo apoio mas não precisa tá? Eu pinto alguns quadros e vendo, as pessoas amam arte abstrata, só não se preocupa mais com isso tá?.- Falo agoniada, pois a coisa que eu mais odiava no mundo era que as pessoas se preocupassem muito comigo, eu sei que muitas só querem ajudar, mas sinto que estou sobrecarregando elas.

-Beleza, mas cê sabe que nós é a mema fita, qualquer coisa tô aqui viu?.- Ele fala me abraçando outra vez e depositando um beijo em minha testa.

Depois da nossa conversa resolvi ir tomar um banho, vesti a mesma calça da noite anterior e pedi uma blusa preta da high do Doprê, ele me emprestou e eu vesti. Depois de alguns minutos, Pedro já estava vestido, ele senta ao meu lado e começamos a conversar.

-ai Anaju, tô morrendo de fome parça, vamo em algum lugar pra comer? uma padaria, sei lá.

-Padaria não Pedroca, pelo amor de Deus, um restaurante serve.- Falo e reviro os olhos.

-Beleza então minha dama- Ele fala me fazendo soltar uma risada- vou só passar perfume, me espera no carro tá?- Eu apenas assinto com a cabeça e vou para o carro.

O Doprê ficou pronto e entrou no carro, então dei partida até um restaurante que havia perto de sua casa. Chegamos em frente ao restaurante, logo faço uma careta olhando pro Doprê, ele ri e fala- Relaxa morena, eu sei que a faixada não é uma das melhores, mas a comida dai é muito melhor do que os restaurantes cinco estrelas que cê vai, confia em mim.- Ele fala e eu desço do carro, em seguida ele passa o braço em volta do meu pescoço me guiando até a parte de dentro do restaurante. Realmente, o restaurante é mil vezes mais bonito por dentro do que por fora, tem algumas luzes alaranjadas meio baixas e as mesas de madeira, deixando tudo mais aconchegante. Pegamos uma mesa pequena e fizemos nosso pedido, em torno de 40 minutos as comidas chegaram na mesa, comemos uma parmegiana de frango que realmente estava maravilhosa, o Pedro não mentiu.

Depois de sairmos do restaurante, Doprê pediu para que o deixasse em sua casa então assim eu fiz. Fui pra minha casa dar uma arrumada nela, tinha muitas garrafas de vinho e cigarros apagados que deixei no chão nas noites anteriores, retirei tudo e passei um pano, tomei meu banho e fui assistir filme, o que não durou muito pois eu acabei caindo no sono.

FLAMINGOS - Nle DopreOnde histórias criam vida. Descubra agora