FLAMINGOS - Nle Dopre

17 | discurso de aniversário.

OBRIGADO PELOS 3K DE LEITURAS, AMO VCS!

São Paulo, 15:30

Já fazem exatos 3 meses que eu não troco uma palavra com Doprê, só estava me comunicando com as meninas e o Barreto, As dívidas haviam piorado, e do nada apareceu uma cobrança da minha antiga casa em NY, tive que vender meu carro pra pagar isso e mais algumas coisas que eu não estava dando conta, não sobrou um centavo, eu não sai mais o que fazer, inclusive mudei de apartamento, vim para um que é três vezes menor, só tem dois quartos minúsculos, um banheiro, sala, e a cozinha. E eu não tinha do que reclamar, pelo menos eu estava morando em algum lugar. Meu aniversário está chegando, meus planos eram ficar trancada em casa, beber e fumar até não aguentar mais. Só que a Kakau lembrou e fez questão de falar que iria fazer uma festa para mim, todas as meninas concordaram então eu estava em minoria, elas me convenceram.

Conheci uma moça que se chama Mary e tem uma loja de quadros perto do meu novo apartamento, conversei com ela e eu sempre pinto alguns quadros para vender, não que me dê muito dinheiro, mas dá pelo menos pra pagar o aluguel. Ela é um amor, deve ter por volta dos seus 80 anos e me contou que criou a loja em homenagem ao filho que faleceu e amava a arte, e também para dar oportunidade para outras pessoas, achei fofo da parte dela.

Neste exato momento eu estou indo até a loja levar os 3 quadros que eu pintei, assim que entro, dou de cara com uma outra senhora, aparentemente bem rica, e a Mary conversando, quando ela me vê, me chama rapidamente.

-Julinha, estávamos falando de você, filha. Essa é a Margot, uma pintora que tem uma galeria de artes na Alemanha.- Mary fala e eu dou um sorriso, amo a forma carinhosa que ela me trata.

-Boa tarde dona Mary e Margot. Caramba, que legal, mas você é daqui do Brasil, Margot?- Pergunto e a mesma pega em minha mão.

-Boa tarde Julia, sou daqui sim. Mas construí minha vida na Alemanha, fazem 30 anos que moro lá. Você chegou em boa hora, estava conversando com a Mary sobre como as suas artes são lindas e expressam sentimentos, muito lindo, de verdade.- Ela fala e eu abro um enorme sorriso.

-Meu deus, muito obrigado Margot, não consigo expressar o quanto eu fico feliz em ouvir isso.

-Por nada minha querida, vejo em você um futuro brilhante, vejo que trouxe alguns quadros né? Pode deixar ali no chão, tenho uma proposta a lhe fazer, mas você precisa me passar seu e-mail, tenho que resolver algumas coisas, se não falava agora mesmo.- Ela fala e eu rapidamente tiro o celular da bolsa.

-Sem problemas, vou te passar meu e-mail e a gente se fala.

Dei meu contato a Margot e sai feliz da vida de dentro da loja, era uma oportunidade pra minha vida mudar. Resolvo ir na casa da Kakau contar tudo, mando uma mensagem e a mesma responde falando que eu poderia ir. Pego um Uber e vou até a casa da garota, assim que eu chego ela abre o portão para mim e faz uma careta.

-Tenho uma notícia ruim amiga.- Kakau fala dando espaço para eu entrar em sua casa- Os meninos estão aí, e o Doprê tá junto, mas a gente conversa no quarto mesmo.- Ela fala e eu dou um suspiro.

-Beleza Kau, sem problemas, com tanto que ele não dirija uma palavra a mim, eu fico lá de boa, mas vamo logo que eu tô ansiosa pra te contar o que aconteceu.

Subimos as escadas da casa de Kakau e assim que eu entro, avisto o Brennuz, o Jotapê, o Barreto e o Doprê. Cumprimento todos os garotos mas Pedro assim que ouve a minha voz, olha pra frente e finge que não tem ninguém ali. Não me importei muito e segui até o quarto com a Kakau. Contei tudo e ela ficou super feliz por mim, mas percebi sua preocupação quando eu citei que a galeria era em outro país.

-E se você tiver que se mudar de novo, Anaju? Como que eu fico aqui hein?

-Relaxa amiga, eu nem tenho certeza de nada, e se eu for, vai ser por pouco tempo.- falo e sinto a mesma me abraçar de lado.