18 | provocação.

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São Paulo, 01:30 PM

-Sai daqui, Pedro. Não tenho porra nenhuma pra conversar com você, inclusive, o que cê tá fazendo aqui? Cê não ia pro Rio hoje?- pergunto e o mesmo se aproxima mais.

-A gente tem que conversar sim, e eu ia pro Rio, mas lembrei do seu aniversário e cancelei o voo quando eu tava quase embarcando, cê é mais importante, morena.

-Para com isso, mano. Cê sempre me ignora por semanas e volta como se nada tivesse acontecido, vai se fuder. E se você quiser ter uma conversa descente, não vai ser na porra do banheiro da mansão enquanto minha festa tá rolando lá fora.- falo e tento empurrar o mesmo, mas devido ao meu tamanho, sem sucesso.

-Beleza, vem pela porta dos fundos e a gente senta aqui na calçada, mas a gente tem que conversar de qualquer jeito.

Fomos até a parte de trás da mansão, o pessoal estava tão bebado que nem iriam notar a nossa saída. Sentamos no meio fio e nos encaramos por algum segundo, tentavamos abrir a boca na tentativa de iniciar uma conversa, mas não saia nada.

-Olha, já que eu sei que sou o mais errado daqui, vou começar a falar. Tenho que te pedir desculpa por tudo, eu sei que sou um merda, Juju, mas eu não posso continuar fazendo isso, eu sinto que tá fazendo mal pra nós dois, mano. E eu sei que sua vida tá complicada, e mesmo assim não deixei os bagulho de lado pra tentar te ajudar, desculpa de verdade.- Pedro fala e abaixa a cabeça.

-Pedro, claro que isso faz mal pra nós dois, e eu gosto muito de você, mas assim não tem como. A gente parece um iôiô vey, parece que sempre que a gente se junta dá tudo errado, eu posso te desculpar, mas a gente tem que parar de ficar, até porque eu nem tô preparada pra nada agora, eu gosto muito de você, mas não dá.

-Beleza, olha, eu posso ficar aqui na casa com você? Tava com saudades.- Ele fala e eu dou um sorrisinho.

-Pode, Pedro. Mas sem suas gracinhas viu? Esquece esse bagulho de se pegar.

-Poxa, vai ser difícil não cair na tentação.- ele fala e eu dou um tapa de leve em seu peito.

-Deixa de ser ridículo, vamo logo.- falo rindo

(...)

Já estava amanhecendo e a maioria continuou bebendo, eu e Pedro realmente não nos pegamos, mas confesso que foi difícil, o filha da puta fica muito mais bonito quando eu tô bebada. Resolvi ir pra casa porque eu já estava muito cansada, quando eu estava na calçada pedindo o uber, sinto alguém cutucar meu braço.

-Anaju, perdi a chave de casa, posso ir com você?- Pedro pergunta com uma cara de cachorro abandonado e foi impossível de negar.

-Só você pra perder a porra da chave, né garoto? Eu deixo cê ir, mas se comporta.- assim que eu falo, o Uber chega e nós entramos.

(...)

10:40 AM

Acordo com o barulho de água caindo e vejo que Doprê não está mais ao meu lado. Vou até a sala e pego um comprimido para dor de cabeça e pego um copo de água. Assim que volto para o quarto, vejo Pedro com os seus cachos molhados, a toalha na cintura e a água escorrendo em seu abdomen.

-Cê tem fetiche em entrar nos comodos pra me ver só de toalha?- ele fala e eu o olho indignada.

-Vai se fuder, cê sabe q foi sem querer garoto.- falo e me assusto quando vejo o mesmo ir até a porta e trancar ela.- que porra cê tá fazendo, Pedro?

-Só relaxa, Ana Júlia. Para de negar a si mesma a porra do seu sentimento, quero que cê fale olhando nos meus olhos que não me quer.- ele fala me prendendo contra a parede.

FLAMINGOS - Nle DopreOnde histórias criam vida. Descubra agora