Capítulo 1 - Novos passos

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- Tá ficando macho, hein - Ramiro não resistiu ao ver seu Kevinho todo orgulhoso por ter participado da reportagem contra Antônio La Selva.

- É, eu sou macho, eu sou macho - murmurou Kelvin num tom divertido, dando uma cotovelada no namorado só de brincadeira, fingindo ser bruto.

O "aiii" dolorido do maior fez o loiro lembrar que seu amado ainda estava se recuperando do espancamento que sofreu.

- Desculpa, meu amor - o baixinho fez um carinho na barba densa, como se fosse um remédio - É melhor a gente subir, você precisa descansar. Vem, que eu te ajudo - ele segurou o braço do mais velho e o conduziu devagar para o acesso aos quartos.

Ramiro foi subindo um degrau por vez, a escada nunca tinha sido tão longa. Kelvin apoiava um de seus ombros, mas o maior não queria colocar seu peso sobre o pequetito, então a ajuda era mais simbólica do que efetiva. Quando chegaram no topo, o peão estava tão ofegante que entrou no quarto ainda com a respiração acelerada. O namorado ajudou-o a se ajeitar na cama, e o moreno finalmente pôde relaxar o corpo. Fechou os olhos por um instante, respirando fundo, depois olhou para o baixinho sentado na beirada da cama, ao seu lado.

- Pequetito... obrigado... Por cuidá tão bem de mim, e por me trazê pra cá pro seu quarto. Ocê não era obrigado, eu ia arrumá um jeito de me virá - ele falou de um jeito agradecido, mas ao mesmo tempo manhoso.

Kelvin segurou as mãos do amado e respondeu com ternura:

- Que jeito, Rams? Você não pôde nem voltar no quartinho pra pegar suas coisas, o Caio é que foi buscar. E agora você tá desempregado.

Ramiro baixou os olhos, envergonhado:

- Assim que eu melhorá essa perna, vou buscar serviço, não vô fica dando despesa pra ocê.

O mais novo levou uma das mãos até a barba do moreno:

- Não pensa nisso agora - um ar sapeca apareceu no olhar dele - E não foi só porque eu sou bonzinho que eu te trouxe pra cá.

- Ah, não? - o maior esboçou um sorriso, porque ele sabia do que o namorado estava falando. Mesmo assim, esperou que ele dissesse.

O baixinho aproximou seu rosto do parceiro:

- É porque eu quero ficar do seu lado todos os minutos que eu puder.

O mais velho olhou no fundo dos olhos do outro:

- Eu também, Kevinho. Não me importo mais com nada nem com ninguém. Quem quisé falá que fale. Eu amo ocê demais. E quanto eu tava lá caído na estrada achando que ia morrê, não era meu corpo que tava mais doído... era pensá que nóis nunca ia vivê esse amor tão grande - os olhos chegaram a marejar.

O queixo de Kelvin tremeu:

- Rams... quando eu pensei que você tava morto, eu quis morrer junto.

Ramiro segurou com um braço a cintura do amado, e a outra mão segurou quase completamente o rosto branquinho:

- Ô, pequetito, eu nunca que quis te fazê sofrê assim.

O loiro tinha um olhar orgulhoso:

- Eu sei, você tava fazendo a coisa certa. Aquele homem que é um monstro. Que bom que agora você tá livre dele.

Mas Ramiro apertou os lábios, tenso:

- E se ele quisé terminá o serviço?

- Nem vamos pensar nisso. Agora a gente tá juntinho aqui - Kelvin respondeu afastando-se para dar a volta na cama. Então se recostou ao lado do namorado, que botou o braço sobre os ombros do baixinho e o puxou para junto de si. Eles trocaram um olhar apaixonado e juntaram os lábios sem pressa.

Seu coração, meu larOnde histórias criam vida. Descubra agora