- Tá ficando macho, hein - Ramiro não resistiu ao ver seu Kevinho todo orgulhoso por ter participado da reportagem contra Antônio La Selva.
- É, eu sou macho, eu sou macho - murmurou Kelvin num tom divertido, dando uma cotovelada no namorado só de brincadeira, fingindo ser bruto.
O "aiii" dolorido do maior fez o loiro lembrar que seu amado ainda estava se recuperando do espancamento que sofreu.
- Desculpa, meu amor - o baixinho fez um carinho na barba densa, como se fosse um remédio - É melhor a gente subir, você precisa descansar. Vem, que eu te ajudo - ele segurou o braço do mais velho e o conduziu devagar para o acesso aos quartos.
Ramiro foi subindo um degrau por vez, a escada nunca tinha sido tão longa. Kelvin apoiava um de seus ombros, mas o maior não queria colocar seu peso sobre o pequetito, então a ajuda era mais simbólica do que efetiva. Quando chegaram no topo, o peão estava tão ofegante que entrou no quarto ainda com a respiração acelerada. O namorado ajudou-o a se ajeitar na cama, e o moreno finalmente pôde relaxar o corpo. Fechou os olhos por um instante, respirando fundo, depois olhou para o baixinho sentado na beirada da cama, ao seu lado.
- Pequetito... obrigado... Por cuidá tão bem de mim, e por me trazê pra cá pro seu quarto. Ocê não era obrigado, eu ia arrumá um jeito de me virá - ele falou de um jeito agradecido, mas ao mesmo tempo manhoso.
Kelvin segurou as mãos do amado e respondeu com ternura:
- Que jeito, Rams? Você não pôde nem voltar no quartinho pra pegar suas coisas, o Caio é que foi buscar. E agora você tá desempregado.
Ramiro baixou os olhos, envergonhado:
- Assim que eu melhorá essa perna, vou buscar serviço, não vô fica dando despesa pra ocê.
O mais novo levou uma das mãos até a barba do moreno:
- Não pensa nisso agora - um ar sapeca apareceu no olhar dele - E não foi só porque eu sou bonzinho que eu te trouxe pra cá.
- Ah, não? - o maior esboçou um sorriso, porque ele sabia do que o namorado estava falando. Mesmo assim, esperou que ele dissesse.
O baixinho aproximou seu rosto do parceiro:
- É porque eu quero ficar do seu lado todos os minutos que eu puder.
O mais velho olhou no fundo dos olhos do outro:
- Eu também, Kevinho. Não me importo mais com nada nem com ninguém. Quem quisé falá que fale. Eu amo ocê demais. E quanto eu tava lá caído na estrada achando que ia morrê, não era meu corpo que tava mais doído... era pensá que nóis nunca ia vivê esse amor tão grande - os olhos chegaram a marejar.
O queixo de Kelvin tremeu:
- Rams... quando eu pensei que você tava morto, eu quis morrer junto.
Ramiro segurou com um braço a cintura do amado, e a outra mão segurou quase completamente o rosto branquinho:
- Ô, pequetito, eu nunca que quis te fazê sofrê assim.
O loiro tinha um olhar orgulhoso:
- Eu sei, você tava fazendo a coisa certa. Aquele homem que é um monstro. Que bom que agora você tá livre dele.
Mas Ramiro apertou os lábios, tenso:
- E se ele quisé terminá o serviço?
- Nem vamos pensar nisso. Agora a gente tá juntinho aqui - Kelvin respondeu afastando-se para dar a volta na cama. Então se recostou ao lado do namorado, que botou o braço sobre os ombros do baixinho e o puxou para junto de si. Eles trocaram um olhar apaixonado e juntaram os lábios sem pressa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Seu coração, meu lar
FanficApós a alta do hospital, Kelvin leva Ramiro para morar com ele no Naitandei. E ali eles entram numa nova fase no relacionamento, de muito mais intimidade. Cenas que a novela deixou só na nossa imaginação!