Lanternas e cigarros.

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Embora estivesse morrendo de medo e de nojo, Yoongi conseguiu matar alguns ratos e usando as luvas, os pegou e os colocou dentro de uma sacola, lembrando-se das instruções dadas pelo capitão. Taehyung realmente fazia jus a péssima fama que tinha. O cara era um degenerado para mandá-los matar um bicho de que morriam de medo.

Estavam no século dezoito quando precisavam defender o império? Ele descartou os bichos mortos, exatamente como havia sido instruído e então foi lavar as mãos na área próxima ao vestiário masculino. Depois de higienizá-las e passar álcool em gel, ele voltou a ligar a lanterna e usá-la para iluminar o caminho de volta ao dormitório. Até aquele momento não havia tido notícias de nenhum dos outros quatros e isso porque, durante uma discussão acirrada sobre que área deveriam seguir, eles acabaram se separando, indo cada qual para um canto diferente.

Yoongi andava apressadamente, o lugar era muito grande e as casas eram muito parecidas de forma que o confundia. Andou a passos rápidos pelo enorme pátio, com os olhos e orelhas atentos a qualquer som ou imagem suspeita.

Ao passar em frente ao refeitório, percebeu que as luzes estavam acesas e curioso, andou até o local, espiando pela porta entreaberta. Ele sorriu ao ver o ex-namorado que ria e conversava com outro colega soldado e quando estava prestes a ir cumprimentá-lo, foi surpreendido.

—Esse cara é aquele soldado gostosinho de hoje tarde? O que estava com medo dos ratos?

—É ele mesmo. Olha só essa foto — e então virou o celular para mostrar a foto ao outro soldado que assobiou, segurando o celular e ampliando a foto.

— Eu não acredito que aquele cara te namorou. Ele é bonito demais para você.

—Se eu estalar os dedos, ele vem correndo. Yoongi é obcecado por mim.

—Você tem pica de mel por acaso?

E os dois desataram a rir.

Yoongi observou a cena, com as lágrimas descendo abundantemente pelo rosto. Ele fechou os olhos por um momento e respirou fundo, secando as lágrimas com a mão.

—Você precisa ver os vídeos que eu tenho dele. É um melhor que o outro.

Mordendo a boca com força, Yoongi deixou o lugar a passos trêmulos, sentindo as lágrimas escorrem pelo rosto como uma torneira quebrada e acelerou os passos, com certa dificuldade, em direção ao próprio cômodo.

*

Ele deixou o local tão perturbado que sequer notou o capitão Taehyung, que fumava um cigarro encostado a parede, na lateral esquerda e além de escutar toda a conversa, por estar próximo da porta, também viu o momento em que um choroso Yoongi saiu tremulamente.

O Kim deu uma longa tragada no cigarro e após baforar, jogou o cigarro no chão e pisou em cima antes de retirá-lo do chão e o jogar na lata de lixo mais próxima. Ele marchou a passos rápidos, abrindo a porta do refeitório, assustando Baekho e o outro soldado. Ele os encarou friamente.

—Capitão Kim! — Os dois se levantaram rapidamente e bateram continência.

—Há algo o incomodando?

—Há algo me incomodando sim. — Ele andou a passos rápidos em direção ao Kang, que estremeceu, levemente amedrontado com o olhar que recebia do outro. — Me dá o seu celular aqui.

Completamente surpreso, Dong-ho o encarou confuso e franziu o cenho.

—Meu celular? Mas...

—Me dá o celular agora. — Taehyung ordenou.

O soldado rapidamente o entregou desbloqueado, e Taehyung acessou diretamente o drive dele apagando todos os vídeos e fotos que encontrou. Baekho arregalou os olhos ao ver o que ele fazia e tentou se inclinar para pegar o aparelho das mãos do Kim, no entanto, recuou ao notar os olhos frívolos do capitão.

O Diabo Veste FardaOnde histórias criam vida. Descubra agora