Daegu

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Ele sorriu largamente ao avistar a irmã há alguns metros de distância e correu até ela a abraçando fortemente, fechando os olhos. Devido ao ataque da noite anterior, os recrutas receberam uma licença provisória – uma dispensa de duas semanas que passariam em casa, enquanto o quartel era reformado e tinha a segurança reforçada com a ajuda de outra base.

Yoongi chorou de desespero e alívio. Era reconfortante abraçar a irmã depois de tanto tempo, sentia que estava no exército há uma vida inteira.

Em seguida foi a vez de Félix entrar no abraço, e Rosé sorriu largamente, os envolvendo em um abraço fraternal. Havia sentido muita a falta dos seus meninos!

Depois de cinco minutos inteiros abraçados, eles se afastaram brevemente para encararem uns aos outros e o Min limpou discretamente as lágrimas que caiam do rosto, o que não passou despercebido por Félix que tinha uma porrada de perguntas a fazer para ele e iria fazer assim que estivessem a sós.

—Não acredito que vocês realmente rasparam a cabeça. — Rosé abafou uma risada. — Estão parecendo os pinguins do Madagascar.

Exatamente como ela esperava, tanto Félix quanto Yoongi começaram a resmungar, visivelmente revoltados com a comparação. Rindo, ela voltou a abraçá-los.

—Eu senti muita, muita saudade. Nem acredito que vocês conseguiram uma folga de duas semanas!

—Todos os recrutas ganharam, na verdade. — Yoon explicou claramente desanimado. Ele voltou a limpar as lágrimas que caiam de seu rosto.

A irmã o observou séria por um instante e meneou a cabeça.

—O importante é que eu estou aqui agora e eu vou mimar bastante os meus nenéns. Venham. — Ela apertou as bochechas do irmão, olhando fixamente para o curativo que ele tinha na testa e então virou-se para apertar as bochechas de Félix que grunhiu. Sorrindo, ela apontou com a cabeça para o carro que havia alugado.

A dupla pegou as bagagens e colocou no porta-malas e então adentraram o automóvel, sentando-se nos bancos dos passageiros.

—Por que te barraram no aeroporto, Chaeyoung? — Ele queria fazer essa pergunta há dias.

—Você conseguiu recuperar as malas? — Félix perguntou com curiosidade.

—É uma longa história, eu conto depois. — Ela colocou o cinto de segurança e então encarou o irmão pelo espelho do carro. — Você parece tristinho... Brigou com o namorado?

Félix franziu o cenho.

—Que namorado?

—Ele não é meu namorado. — Yoongi suspirou. — Ele só disse aquilo para me irritar.

A mais velha arqueou a sobrancelha e em silêncio, ligou o automóvel e deu a partida no carro, afastando-se rapidamente dali.

—Não era o que parecia não. Ele te olhava com muito carinho.

Yoongi bufou, claramente choroso e então esfregou o rosto entre as mãos. As últimas vinte e quatro horas haviam sido tenebrosas e para piorar, Taehyung estava numa cama com a perna engessada.

E o idiota ainda tinha tido a audácia de falar que o tiro tinha sido superficial... Ele suspirou fundo. Queria ficar e cuidar dele, mas isso só iria machucá-los ainda mais. Estava determinado a desaparecer na primeira oportunidade que tivesse.

—Quando foi que você viu o capetão, Rosé? — Félix perguntou curioso.

—Na videochamada que eu fiz com o Yoonie. Ele pegou o celular das mãos dele e se apresentou. — Ela explicou. — Mas pelo visto você continua com essa regra de não namorar caras fardados né?

O Diabo Veste FardaOnde histórias criam vida. Descubra agora