𝑨 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒊𝒅𝒂

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Após as informações compartilhadas e as estratégias discutidas, a reunião chegou ao fim. Os representantes dos reinos começaram a se retirar, e eu me vi cercada pela sensação de urgência. Sabíamos que o tempo era crucial.

- Minha queria filha, esteja preparada e tome muito cuidado. A responsabilidade recai sobre os ombros dos príncipes agora. A sorte dos reinos está em suas mãos- disse minha mãe, a rainha de Ura, me abraçando.

À medida que nos preparávamos para partir. Liam, emanava uma confiança extraordinária e um instinto natural de liderança ao meu ver, assim que começou a organizar o grupo, me peguei admirando a graça com que ele parecia fazer tudo tão natural.

- Estamos unidos nessa busca. Conheço vocês quatro a pouco tempo mas espero poder confiar em cada um de vocês. Vamos juntos ajudar a restaurar nossos reinos- expressou Liam, recebendo acenos de concordância dos demais.

Enquanto isso, Anabell, a princesa de Vuur, mostrava- se séria, já Alaric, o príncipe de Lug, parecia estar sempre distraído, talvez envolto em pensamentos próprios.

Antes de partirmos, o rei de Aade, consciente dos desafios que enfrentaríamos, nos forneceu instruções detalhadas e suprimentos essenciais. Ele indicou o caminho inicial que deveríamos seguir, destacando pontos importantes para atravessarmos durante a viagem.

Enquanto todos os reis e rainhas ofereciam palavras de encorajamento, a rainha de Ura acrescentou uma sugestão valiosa.

- Príncipes, ao longo do caminho, vocês encontrarão uma bifurcação. O primeiro caminho é conhecido por todos nós, mas o segundo... - ela hesitou por um momento- o segundo passa pelo mar sombrio do reino de yster. Me certificarei de que ao chegarem lá encontrem um navio e pessoas para ajudá-los.

A sugestão dela acrescentou uma dimensão diferente à nossa jornada, indicando que não estávamos presos a um único caminho, mas que havia opções a serem consideradas. Agradecemos pelas informações adicionais, prontos para iniciar a viagem que moldaria o destino dos nossos reinos.

A despedida foi repleta de emoções contidas. Cada príncipe e princesa abraçou seus pais, prometendo retornar com notícias positivas e soluções para a crise que assolava os reinos. As lágrimas se misturaram com sorrisos forçados.

- Retornem com segurança e, se possível, tragam consigo a solução para os nossos problemas - disse a rainha de Koud, segurando as mãos de seu filho.

- Estaremos torcendo por vocês, e confiantes de que a coragem de cada um será a luz que guiará nosso caminho - acrescentou o rei de Kloud, com um olhar de orgulho para o príncipe Liam.

As últimas palavras de incentivo ecoaram na caverna quando finalmente saímos. O ar fresco da noite acolheu-nos, mas a responsabilidade que pairava sobre nossos ombros era palpável. Ao lado de Rayla, Anabell , Liam e Alaric, iniciamos a jornada.

Os passos ressoavam no solo enquanto deixávamos para trás a entrada da caverna que servira como ponto de encontro. A noite estava calma, mas nossas mentes estavam cheias de expectativas e desafios. A promessa de novos horizontes nos impelia a seguir adiante, na esperança de que nossas ações pudessem restaurar a paz que agora parecia distante.Caminhamos sob o manto estrelado do céu, cada passo nos levando mais fundo nas terras conhecidas. O silêncio da noite era quebrado apenas por sussurros do vento, que parecia levar consigo segredos não revelados.

Enquanto avançávamos, percebi Liam à frente, movendo-se com uma confiança instigante. Seus passos eram decididos, e seu olhar refletia a determinação de um líder . Anabell seguia ao lado dele, mantendo uma postura serena e concentrada. Já Alaric, quieto num canto com seu rosto sério e um tanto sonolento.

Em um momento de tranquilidade, aproveitei para me aproximar de Rayla, cujo semblante denotava uma mistura de ansiedade e insegurança.

- Rayla, está tudo bem? - perguntei, notando sua expressão tensa.

Ela hesitou por um instante, mas logo desabafou, revelando seus temores sobre a missão e a incerteza do que estava por vir.

- Annya, e se não conseguirmos? E se algo der errado? Meus pais, meu reino,estou com medo de decepcioná-los... - suas palavras eram carregadas de preocupação.

Tentei confortá-la, lembrando-a de que estávamos juntos nessa jornada, unidos pela mesma causa. Prometi que enfrentaríamos cada desafio como uma equipe e superaríamos juntos as adversidades. Acabei lembrando de como o povo de aade era sensível e assim dei um abraço nela que rapidamente o respondeu, tentei deixa- lá o mais confortável possível. Conheço ela é muito pouco tempo mas já acho ela uma pessoa muito gentil.
À medida que a noite se desenhava, um espetáculo celestial revelava-se acima de nós. As estrelas brilhavam como joias preciosas no manto escuro do céu, e a lua, majestosa, derramava sua luz prateada sobre a paisagem. Sob esse cenário celestial, decidimos acampar, formando uma roda ao redor da fogueira que Anabell habilmente acendeu, criando uma atmosfera acolhedora sob o manto estrelado.

As chamas crepitantes iluminavam nossos rostos enquanto nos acomodávamos, e o calor da fogueira proporcionava conforto em meio à noite fresca. A dança das sombras projetadas pelas chamas contribuía para uma sensação de camaradagem que começava a se firmar entre nós.

Enquanto contemplávamos o espetáculo celeste, a conversa girava em torno dos poderes que recentemente despertaram em cada um de nós.

Anabell, com sua habilidade em controlar o fogo, compartilhou sobre como poderíamos utilizar nossas habilidades de maneira eficaz.

- Sempre esperei ter a capacidade de manipular as chamas dessa maneira, a sensação é diferente do que eu imagina, consegue ser mil vezes melhor. - Anabell refletiu, olhando para as mãos com fascínio.

- Acho que precisamos entender melhor como controlar esses poderes. Não sei quanto tempo levarei para me acostumar a congelar o tempo. - disse Liam.

- Vocês também sentem essa conexão com seus reinos quando usam os poderes?

Alaric, apesar de sua expressão mais descontraída, admitiu:

- Quando recebi meus poderes senti uma leveza tão grande, ainda estou tentando entender completamente o que posso fazer. É tudo tão... novo.

Num momento de pausa, minha curiosidade me guiou a Alaric, que observava a fogueira com olhos distantes.

- Alaric, sempre percebo que você está um pouco... distraído. Alguma razão específica?

Ele levantou o olhar, e por um instante, sua expressão tranquila se transformou, revelando uma sombra de dor.

- Perdi meu irmão mais velho naquele dia - murmurou Alaric, seus olhos se fixando nas chamas da fogueira. - Embora eu mantenha uma face serena, a raiva fervente dentro de mim clama por vingança contra o desconhecido que destruiu meu mundo.

O peso de suas palavras pairou na noite, e por um momento, o crepitar da fogueira era a única trilha sonora da confissão. Olhei para Alaric com uma compreensão recém-desperta, consciente de que, assim como eu, ele carregava o fardo da perda.

- Somos ligados pelo sofrimento e pela busca por justiça - disse, buscando suas palavras entre as chamas. - Talvez, juntos, possamos encontrar respostas e, quem sabe, a paz que procuramos.

Alaric assentiu silenciosamente, e por um breve instante, compartilhamos o silêncio da noite, cada um imerso em pensamentos profundos sobre o caminho que tínhamos à frente. A promessa de união contra a escuridão unia nossas histórias e poderes em uma jornada inter-reinos, moldada pela determinação, pela dor e pela esperança.

𝑺𝒆𝒊𝒔 𝑹𝒆𝒊𝒏𝒐𝒔 𝑬𝒏𝒕𝒓𝒆 𝑴𝒊𝒔𝒕𝒆𝒓𝒊̀𝒐𝒔- salve me Onde histórias criam vida. Descubra agora