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A garotinha chamada Annabeth

Não me lembro de como saímos daquela casa

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Não me lembro de como saímos daquela casa. Apenas imagino que o impacto da explosão tenha conseguido abrir a porta da frente e nos jogado para fora da casa.

Quando dei por mim, estava caída na rotatória, tossindo ofegante enquanto uma torre de fogo subia para o céu noturno. Minha garganta queimava. Meus olhos pareciam ter sido lavados com ácido. Procurei por Thalia e Luke e, em vez disso, vi o rosto da Medusa em bronze. Me levantei em um impulso e saí de perto da casa.

Finalmente, Thalia me alcançou, a lança reduzida outra vez ao tamanho de uma lata de spray, o escudo em forma de bracelete de prata. Luke apareceu pouco depois e me puxou para um abraço extremamente apertado. Quando nos separamos, ficamos nos olhando durante alguns segundos e então nos lembramos de Thalia e a olhamos.

Nós nos viramos para a casa e a vimos queimar. Os tijolos esfarelavam. As cortinas pretas explodiam, transformando-se em lençóis de fogo vermelho. O telhado despencou e a fumaça se elevava para o céu. Thalia deixou escapar um soluço. Uma lágrima riscou a fuligem que cobria seu rosto.

— Ele se sacrificou — disse ela. — Por que nos salvou?

Luke abraçou sua mochila. Ele tinha o diário e uma adaga de bronze dentro dela agora, únicos objetos remanescentes da vida de Halcyon Green.

Meu peito estava apertado, como se o leucrota ainda pisasse nele. Eu havia criticado Hal por ter sido covarde, mas, no fim, ele tinha sido mais corajoso que eu. Os deuses o amaldiçoaram. Ele passara boa parte da vida preso com monstros. Teria sido fácil para ele nos deixar morrer, como havia feito com todos os outros semideuses antes de nós.

Mas escolhera se tornar um herói. Ele se tornou nosso herói.

Eu me sentia culpada por não ter conseguido salvar o homem. Queria ter conversado mais com ele. O que Hal havia visto em meu futuro que o assustou tanto?

Suas escolhas vão mudar o mundo, ele avisou a Luke e a mim. Eu não gostava nada da ideia.

O barulho de sirenes me fez voltar à realidade. Éramos menores de idade e havíamos fugido de casa, por isso Luke, Thalia e eu aprendemos a desconfiar da polícia e de qualquer figura de autoridade. Os mortais iriam querer nos interrogar, talvez nos pôr em um abrigo para menores ou em um lar temporário. Não podíamos deixar isso acontecer.

— Vamos — Luke disse.

Percorremos as ruas de Richmond até encontrarmos um pequeno parque. Fomos a um banheiro público e Thalia e eu nos separamos relutantemente de Luke. Limpamos a pele e as roupas da melhor maneira possível. Depois nós  ficamos escondidos até escurecer completamente.

Não falamos sobre o que havia acontecido. Andamos atordoados por bairros e áreas industriais. Não tínhamos um plano, nenhuma cabra brilhante que pudéssemos seguir. E eu estava extremamente feliz por isso, para ser bem sincera.

Dynasty - Luke CastellanOnde histórias criam vida. Descubra agora