Capítulo 6: É normal, não fácil

66 8 6
                                    

Doyoung andava de um lado para o outro naquele cômodo, seu quarto estava bagunçado, talvez fosse intencional, mostrava como estava sua cabeça naquele momento, estava confuso, não sabia o que fazer, mas o maior problema era que a sua confusão tinha nome e sobrenome e lindas covinhas.

Jung Jaehyun.

O Kim sabia o que poderia acontecer e temia ser visto com maus olhos por conta de qualquer coisa, sua agora ex namorada estava fora de jogo, mas se apaixonar pelo irmãos mais velho dela não estava nos planos do Kim, mas que culpa ele tinha, como não se apaixonar por Jaehyun?

Mas a questão não era apenas isso, também tinha seus irmãos, sabia que Jeno estava sofrendo, mas não sabia porque.

Doyoung deu três leves batidas na porta, até ouvir um entra, diferente do seu quarto, o Lee matinha o seu super organizado.

— Vamos conversar? - não era isso que Jeno queria ouvir, mas sabia que não poderia fugir por mais tempo, já havia se passado quase duas semanas, quase duas semanas que Jeno estava trancado em seu quarto sem sair ou comer direito.

— Poderíamos pular essa parte? - Doyoung negou com a cabeça. - Eu me envolvi com alguém.

Doyoung abriu um sorriso enorme no rosto.

— Quem?

—Mark Lee.

Naquele mesmo instante o sorriso do Kim morreu, ele sabia o que teria acontecido, os dois garotos se odiavam, como uma relação poderia dar certo.

Não poderia, eles eram como fogo e gelo. Sempre se machucando, eram improváveis. 

— Dodo, meu peito dói, não é eufemismo, dói como uma surra, eu sinto falta mesmo nunca tendo nada, dói como se eu tivesse perdido alguém, e eu acho que perdi mesmo.

Essa é a dor que um peito dilacerado sente.

Jeno não queria se sentir assim nunca mais.

Doyoung apenas abraçou o irmão e o consolou, sentia as lágrimas molhar sua camisa, era um choro culposo, ele se sentia culpado. Como se ele fosse o errado, e talvez fosse mesmo.

E por isso que doía tanto.

Jeno queria ter um final feliz, queria poder amar quem ele quisesse e ele queria Mark Lee.

— Olha Neno, eu não posso te ajudar nessa, isso é algo que você precisa consertar, mas eu sei que você vai conseguir se resolver, siga o seu coração.

Jeno limpou as lágrimas que insistiam em rolar por seu rosto, e colocou um lindo sorriso no lugar.—

As vezes o amor nos faz chorar, mas ele não faz por mal. É necessário.

Como se fosse a primeira vez.

Jeno pegava um blusa no armário enquanto digitava algumas mensagens, ele sabia que Mark iria ler, não abriria a mensagem, mas iria ler, e lendo ele sabia onde encontrar o Lee mais novo, Jeno iria falar, falar tudo que sentia, não iria guardar nada, não deixaria nada morrer no peito.

O dia estava bonito, Jeno estava sentado no balanço de um parque qualquer, não tinha muita expectativas, mas queria muito que Mark aparecesse, contava com isso, mas ao mesmo tempo estava esperando pelo pior, talvez pelo abandono, sabia o quão ruim era a relação deles, mas ele estava disposto a melhorar, a pelo menos tentar, se fosse pelo outro, tudo valeria a pena.

As horas iam se passando, o dia que antes estava lindo agora começava a escurecer e nada do outro aparecer, Jeno olhava para a tela do aparelho em suas mãos, a bateria quase acabando, o cansaço batendo a porta.Ma

— Você veio. - disse Jeno vendo a sombra do outro de soslaio.

— Você chamou....- Respondeu o mais velho

Jeno abriu um sorriso, estava feliz e não escondia isso de ninguém.

— Eu não deveria ter vindo e você sabe bem disso, mas eu não consegui....eu...eu..

— Você também queria me ver, também senti saudades.

Saudades, não era bem essa palavra que descreveria o sentimento, mas era algo parecido com isso, bem parecido.

— Senta aqui. - Jeno dava leves batidinhas em um balanço que estava ao seu lado indicando que Mark senta-se ali e assim o fez.

— Sabe, eu sempre te odiei, ou pelo menos achava que odiava, porque depois daquele beijo eu com certeza não te odiei. Mas, as coisas ficaram complicadas e você mais do que ninguém sabe disso Mark Lee, mas o problema é que eu quero, nossa como eu quero estar ao seu lado, segurar sua mão, sentir o seu perfume, dormir ao seu lado, mas eu também sei que eu não quem você sempre sonhou, sei também que a gente se odeia, somo fogo e gelo, mas eu vou conquistar o seu coração todo para mim, isso eu tenho certeza.

Mark soltava uma risada nasalada, como se tudo aquilo não tivesse passado de uma brincadeira sem graça vindo da parte do outro, mas Mark sabia que tudo que ele falava era verdade e talvez por isso que tinha graça, ele era um garoto bobo, as vezes ate infantil, mas de alguma forma aquele garoto bobo e infantil possuía sem dificuldade alguma o pobre coração do Lee.

Mark queria aceitar, ele sabia o que sentia, não era bobo, apenas agia como se fosse, mas o problema ali, o real problema era que o passado ainda existia, que provas ele tinha que Jeno de fato havia mudado? Exato, não tinha, o medo de tudo ser uma brincadeira e Mark cair e se machucar era alto demais, mas o medo de perder o outro era pior, tudo era tão confuso.

Era tão normal, não fácil.

— Você tem razão, somos como fogo e gelo, é quase impossível isso da certo, mas não totalmente, eu não sei se posso confiar em você de fato, e isso me assusta, porque todo relacionamento precisa ter confiança, e nos não temos, mas não é um caso perdido, eu não vou te afastar nem nada do tipo, mas não irei te aceitar tão fácil assim, a gente precisa fazer por onde, fazer valer a pena.

— Eu vou conquistar o seu coração de qualquer jeito.

— Eu pago para ver.

Jeno mantinha um sorriso perverso no rosto.

Essa não era a resposta que ele queria, mas ganhar um sim logo de cara era pedir ate demais, ele estava contente com isso, de qualquer forma era só questão de tempo para ele ter Mark Lee apenas para si.

Quarto ao Lado (DOJAE)Onde histórias criam vida. Descubra agora