Quarto ao Lado (DOJAE)

Capítulo 3: Festa em uma Terça Feira PT2

Doyoung P.O.V

O cheiro de fumaça me dava ânsia de vômito, o gosto do álcool descia ardendo pela minha garganta, estava triste, aquela maldita tristeza que eu não deveria sentir, aquela tristeza que eu não me permito sentir, aquela dor no peito que não me cabia.

Andava no meio da multidão, Jeno havia sumido já fazia um tempo, Eric estava sentado no sofá conversando com o Juyeon, os gêmeos sempre me deixavam sozinho, que belos irmãos eles são, Taeyong havia sumido no mesmo instante que havia chegado me deixando ali sozinho no meio de pessoas que não conhecia, belos amigos e irmãos eu tenho.

Precisava de ar, ar puro.

Saio a procura de qualquer lugar onde de para respirar, um lugar onde a música não esteja tão alta e a fumaça não seja tão fedida e o gosto do álcool em minha boca não me incomode tanto.

Subo as escadas atrás de qualquer lugar onde possa me esconder, mas todas as portas estão trancadas, todas menos uma no final do corredor. Por Zeus obrigado por isso.

Abro aquela porta com cuidado, era um quarto grande com uma varanda, uma vista linda da noite, mas eu não estava sozinho, havia alguém que também queria fugir.

—Posso me sentar aqui?

A pessoa assustou-se com a voz repentina.

—Ouch, Jae, é você, posso me juntar?

—Claro.

Não esperava encontrar logo Jaehyun ali, logo ele fugindo da festa, na verdade eu não sabia muita coisa sobre ele, não sabia nada para falar a verdade apenas o via com uma certa frequência por conta da sua irmã.

Sentei-me ao lado dele, a noite estava, tão calma, aquela brisa fria que bagunçava meus cabelos deixava tudo agradável.

—A Lua está linda..

—As estrelas também..

Jaehyun completou.

Ele sorriu, era uma risada boa, o sorriso mostrando as covinhas, o brilho da lua, a brisa leve batendo contra o cabelo dele, ele estava....Ele estava bonito.

Por um momento eu quis, eu quis fazer algo que eu nunca fiz, mas eu quis, eu realmente quis, quis muito, aquele sentimento avassalador de fazer algo louco sem se preocupar com nada.

O que me impedia?

Nada...

O brilho da lua iluminava o rosto dele.

Eu me aproximei, ele chegou perto, sentia sua respiração bater contra a minha bochecha, sentia o cheiro do álcool misturado com o perfume caro, nunca tive duvida sobre a minha sexualidade, mas talvez fosse o álcool, ou a carência, não sei ao certo, mas eu queria mais do que tudo.

Eu queria, eu queria muito.

Zzzzzzzzzzz-Zzzzzzzzz

'Merda'

Meu celular tocava uma música baixa, aquele nome piscando na tela, não demorei nem meio segundo para atender

—Alô?

-Doyoung, poderia vim até aqui?

—Yenbin, onde você está?

...

—Okay, eu já vou.

—Era minha irmã?

—Era, eu vou indo, até mais Jaehyun.

"Clac"

Um barulho alto me assustou, alguém havia entrado pela porta as pressas.

—Yuno, o Mark tá muito ruim, preciso de ajuda.

Jaehyun levantou as pressas saindo do quarto.

—Tchau Doie.

"Doie? Fofo"

Pera, o Sungchan chamou ele de...Yuno?

.

.

.

Jaehyun descia as escadas às pressas, não era todo dia que Mark bebia demais e fazia alguma burrada, mas dessa vez era algo diferente.

[ALGUNS MINUTOS ATRÁS]

Jeno desfia os beijos pelo pescoço alheio deixando marcas que não saíram tão cedo, marcas essas que não ficaram apenas marcadas na pele.

Jeno descia ainda mais, deixa marcas por onde passava, e continuaria se não fosse por alguém batendo na porta do banheiro, Mark se assustou com o barulho repetindo, empurrou Jeno para longe de si, destrancou a porta e saiu às pressas escada a baixo, queria esquecer do que havia acontecido naquele banheiro, mas não conseguia, cada copo que virava ele lembrava mais, lembrava do gosto dos beijos, dos lábios macios sobre os seus, lembrava da sensação de calor, as marcas que queimavam em seu corpo, cada copo daquele não fazia Mark esquecer, fazia ele querer ainda mais o corpo alheio para si, só para si.

No meio de tantos copos com bebidas estranhas, Mark já não se lembrava muito do que estava fazendo, seu estômago já não estava legal, ele precisava de ar, de amnésia.

Queria vomitar cada parte sua ate que sumisse por completo

Naquela noite Mark bebeu como se o mundo fosse acabar, e bem que ele queria que acabasse mesmo

Mark voou perto demais do sol.

O calor lhe queimou.

Assim que o channie me chamou desci as pressas, não imaginei que logo o Mark daria trabalho, ele sempre foi tão certinho, tão calmo.

Desço até a área da piscina, e ali estava ele, jogado no chão enquanto olhava para as estrelas, de fato o céu estava lindo, sento-me ao seu lado e apoio sua cabeça em minhas pernas, ele não disse nada, nem uma palavra sequer, mas era nítido que algo havia acontecido, seus olhos estavam marejados, o cheiro de álcool era presente, ele havia bebido demais.

Ele chorava, mas não caia uma lagrima sequer

—Acho que já deu por hoje. Vamos, vou chamar o Channie, temos aula amanhã

Mark apenas concordou, levantou-se e seguiu até o carro sentando-se no banco de trás, vou atrás de Sungchan que estava conversando com um garoto que eu não conhecia, era bom ver ele fazendo amizades com pessoas novas.

Channie era um garoto bom, mas não era bom em fazer amizades, ele só tinha Mark como amigo e Mark só tinha ele.

—Channie, estamos indo, você vai?

Sungchan apenas se despediu do outro e seguiu para o carro, só faltava achar o Yuta ou o Jhonny, precisava avisar que já estava indo, subo até o andar de cima e entro na única porta que estava aberta e lá estava ele, Nakamoto Yuta, só que ele não estava sozinho, péssima hora para abrir aquela porta.

Yuta estava sentado na cama junto de Taeyong, aos beijos.

Não era bem essa visão que eu estava esperando ver do meu amigo, saio do quarto correndo, aquela festa já havia tido emoções demais para apenas uma noite, escuto ao fundo alguém me chamando, porém por hoje já deu.

Deixo esses problemas para o Jaehyun do futuro resolver, por hoje eu só queria minha cama.