Where we came from

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4 de Dezembro de 2014. - Primeiro ano da faculdade.

Emma sentiu-se mal por abandonar o clima gélido e os flocos de neve de New York pela manhã. Depois de conversar com Jenna em plena madrugada seu sono decidiu abandoná-la de vez e provavelmente tinha sido transferido para Naomi que passou a viagem toda dormindo no assento ao lado enrolada no edredom com a boca aberta. Hunter decidiu acompanha-las dessa vez para visitar a família e tentar uma possível conversa sobre a sexualidade que tanto a assustava, até mesmo Emma estava aflita por ele. Mas diferente do que poderia ser a viagem, Hunter também acabou adormecendo e Emma teve como companhia seu bom e velho Johnny Cash nos fones de ouvido.

Por sorte, Edward tinha permitido que ela guardasse o carro em sua casa já que não gostava de abandoná-lo por mais de um dia no estacionamento da república, não confiava nem um pouco nos marmanjos que andavam aprontando de madrugada quando estavam bêbados o suficiente para fazer coisas que não se lembrariam pela manhã. Jenna fez questão de acordar cedo - algo quase impossível -, para desejar-lhe novamente boa viagem e sem que os pais vissem, roubar-lhe um beijo casto.

Agora ela estava trancada no antigo quarto em Miami observando atentamente o teto e se perguntando internamente se Hunter já teria tomado a coragem necessária para enfrentar os pais. Será que ele conseguiria? Como seria a reação deles? Por um momento sentiu inveja da coragem da amigo.

Afastou os pensamentos quando ouviu três toques sutis de sua mãe na porta do quarto anunciando que o almoço estava pronto. Antes de levantar-se, tirou o celular do bolso e enviou uma mensagem para Jenna.

Me: Hey, você.

Não demorou muito até seu celular vibrar com a resposta.

Pequena: Hey, você.

Sorriu com essa mania boba que tinham de se chamar assim desde a pequena viagem até o rancho de George.

Me: Admito que neste exato momento esteja sentindo inveja sua por estar tão próxima a neve quanto eu estou do Sol.

Pequena: Enquanto isso estou enrolada em quatro edredons e assistindo Top Gun.

Me: Top Gun? Sério?

Pequena: Calada.

Me: Uhn. Gosta de militares?;)

Pequena: Só se você vestir uma farda para mim :D

Emma riu inconscientemente e então ouviu sua mãe chama-la impaciente no andar de baixo.

Me: Saiba que se isso foi uma cantada, você falhou miseravelmente.

Pequena: Considere-se solteira.

Me: Hmmm... Amor?

Me: Jenna

Alguns segundos se passaram, a mensagem foi visualizada e nada da resposta chegar. Emma revirou os olhos levantando-se da cama a contra gosto e se arrastou para fora do quarto ainda encarando a tela do celular com cara de poucos amigos.

Me: Jennaaaa?????

Desceu as escadas encontrando seu pai com a expressão imponente de sempre; a roupa social estava sem o blazer, sem barba, com os cabelos castanhos arrumados  . Ele analisava atentamente alguns papéis na mesa com os óculos de grau na ponta do nariz enquanto o almoço não era servido.

- Eu sempre me pergunto o que vocês encontram de tão interessante no celular. - ele comentou analisando a filha.

Jennifer já estava sentada na mesa esperando pelos demais familiares, ela também usava roupa social, os cabelos castanhos, lisos e longos, e os olhos castanho-claros. Sempre muito bem arrumada com postura rígida, como uma perfeita Myers. A mulher ofereceu um sorriso quando viu Emma, era sempre assim quando voltava, sua mãe era a pessoa mais emocional da família, talvez por isso Isabel tenha puxado a ela.

The Red Bow (Jemma)Onde histórias criam vida. Descubra agora