W A L K E R S C O B E L L
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𝓞 som do alarme invadem meus ouvidos, me fazendo acordar. Tento abrir os olhos, mas o sol tomou de conta da brecha na cortina, direcionando logo ao meu rosto.
Faço um esforço para levantar e bocejo. Ainda é cedo, umas sete horas da manhã. Fico ali, parado, esperando a coragem chegar.
Um choque de realidade se dá quando percebo que o alarme ainda grita. Pego o meu celular, desligando o som.
Vou ao banheiro, tomo um banho e escovo os dentes. Ponho uma roupa básica fresca e desço até a cozinha.
— Bom dia filho
— Bom dia mãe — respondo, sentando na cadeira do balcão e sendo servido pela mais velha com um prato de panquecas e achocolatado
— Lhe mandei mensagem ontem a noite falando que iria chegar mais tarde, você não viu
— Ultimamente está bem difícil de mexer no celular
— Imagino. Quando cheguei, você já estava dormindo
— Essas panquecas estão muito boas!
— Bom dia família — Leena entra na cozinha com um sorriso até que aceitável
— Bom dia filha, panquecas? — a mesma afirma e a mãe começa a preparar
— Walker, tem como passear com o Max hoje? Eu tenho um trabalho pra fazer até meio dia
— Ah, claro, eu já iria caminhar mesmo
— Uiui ele todo fitness — tirou sarro — Mas lembra que ele ama praia, então você vai ter que mudar a rota
— Claro, claro — digo terminando meu café da manhã. Lavei o prato, copo e talheres que eu usei e sai dali
Peguei o cachorro e coloquei a coleira. Normalmente eu caminho sozinho de tarde, mas ultimamente tô tentando pela manhã, pra ver se meu dia fica mais produtivo.
É bem melhor do que ficar no celular. Meio que tá impossível de mexer nele, por causa das notificações.
Aviso que estou saindo e por fim, passo pela porta. Ando mais um tanto até chegar à praia, que estava bem vazia.
Bem, não estávamos na praia em si, só andando pela calçada que tem ao lado da areia.
A brisa do mar me faz ter um deja vu das gravações que foram encerradas. Saudades do meu trabalho.
Eu amava fazer essa série, é como se eu estava realmente na história. Os amigos que eu fiz então, são muito importantes para mim. As pessoas que eu conheci e que agora me conhecem, eu tenho um carinho enorme.
Fazer uma coisa que você gosta e ser aclamado por isso é uma sensação muito boa.
Enquanto eu estou olhando para o mar, com meus pensamentos, o cachorro se soltou, correndo para a areia atrás de uma bola de vôlei.
— MAX! — corri, mas não a tempo
Quando cheguei, ele estava recebendo carinho da dona da bola. Ela era morena, de franjinha na testa, olhos castanhos, parecia simpática e se dava bem com cachorros — ou melhor, com o Max.
— Bom garoto — ela dizia para ele, ainda fazendo carinho
— Desculpa aí — Digo recuperando o fôlego
— De boa, ele é bonzinho — sorriu sem os dentes
— Ele furou sua bola de vôlei? — digo preocupado, pensando no estrago
— Não, tá inteirinha — ufa
— Então... tá. Eu vou.. indo
— Tchauzinho
Não verdade eu não fui embora. Só andei mais um pouco pela areia e me sentei. O golden retriever se deitou como se tivesse corrido uma maratona.
Fico ali observando o mar. É surreal de bom. O som me faz acalmar e esquecer todos os meus problemas. Eu olho para o lado e vejo a garota jogando vôlei sozinha.
Ela é bem desengonçada, um pouco estranha.
Não julgo, não sou um dos melhores jogadores de vôlei também, sei o básico.
Ela cansa os braços e procura outra coisa para fazer. Ela tira uma câmera da bolsa branca e começa a mexer. Tira um livro, uma garrafa, o celular, uma toalha, um pote de sorvete e um... quite de pintura?
Ela trouxe a casa inteira para a praia? Que esquisitinha.
Ah, não vou falar nada. Deixa ela viver a vida dela. Vai que está com algum problema, ou só está sendo ela mesma.
Ela posiciona a câmera na garrafa, se levanta e começa a dançar do nada, dando alguns giros as vezes. Eu rio com a cena, ela parece ser meio doidinha da cabeça.
Percebo que agora ela está tirando foto do mar, e de algumas coisas que ela trouxe. Volto o meu olhar para o celular, que tocava indicando a ligação da minha mãe.
"Filho, está demorando muito, o que houve?"
— Nada, foi só um imprevisto com o Max
"Aí meu Deus, não me diga que ele furou outra bola" seu tom era de tédio, até consigo imaginar a cena que ela coloca a mão na testa e fecha os olhos, como sempre faz quando acontece alguma coisa ruim.
— Quase, mas a dona da bola foi super compreensível — levantando e colocando as mãos no bolso, observando a garota que agora está cabisbaixa sorrindo para a câmera, provavelmente super encantada com as fotos que tirou.
"Aí meu Deus, ela pediu foto? Autógrafo? Algo em troca?"
— Por incrível que pareça, ela parecia nem me conhecer. Pelo visto, tá na cara que ela realmente não deve me conhecer
"Venha para casa logo, o sol vai ficar mais forte daqui a pouco. As patinhas do Max vão queimar"
— Certo, estou indo, chego já — desliguei a ligação
Saio da areia, deixando a praia somente para a garota estranha, um casal de velhinhos tomando banho de mar juntos e uma barraquinha de coco. Não está tão movimentada hoje. Essa praia não é tão movimentada.
Faço meu percurso até minha casa. Quando chego, me jogo na cama, exausto. Fico pensando como foi bom falar com alguém que não me conhece como ator.
Era como se eu fosse uma pessoa normal do dia a dia, até porque foi. Eu era só mais uma pessoa na praia andando com meu cachorro.
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N O T A S D A A U T O R A
Oioi, primeiro capítulo de Butterflys e bem curtinho. Espero que tenham gostado!
Como muitos sabem, amo ler e responder comentários, então podem interagir a vontade, com tanto que não burlem nenhuma lei ou haja desrespeito, vou amar
A primeira impressão que o Walker teve Blair foi que ela era desengonçada e estranha kkkkk
Não coloquei o Tanner pois à família dele já se posicionou sobre a imagem dele nas redes sociais, então não quero arriscar e ser criticada. Espero a compreensão de todos.
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Butterflys | Walker Scobell
Romance⌗ A história de 𝗕𝗹𝗮𝗶𝗿 𝗣𝗮𝗿𝗸𝗲𝗿 e 𝗪𝗮𝗹𝗸𝗲𝗿 𝗦𝗰𝗼𝗯𝗲𝗹𝗹 🦋. ° ୭̥ 𝐏𝐨𝐫 uma caminhada na praia, olhares se cruzam, assim como suas vidas. E um mar de sentimentos estrondeantes toma de conta deles. 🌊 . ° ୭̥ ❝ -𝙑𝙤𝙘𝙚 𝙣𝙖𝙤 𝙢𝙚 𝙧�...