Aspirante à ruivo bonito.

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Taehyung não viu outra vez aquele cara pelos próximos dias, a sua preocupação voltada apenas em pegar um bronze na praia e dormir quando o seu sistema estivesse chapado o suficiente — o que significava a maior parte do tempo.

Naquele dia, estava voltando à praia enquanto curtia a música que tocava no rádio. "Ready for love", de Bad Company, preenchia o carro como uma poesia doce, misturando-se ao cheiro do beck que Jimin fumava no banco de trás.

Taehyung estava com os pés apoiados no painel, cantarolando a música e sentindo a calmaria aquietar todo o seu peito. Parecia bom o suficiente para ele; ele não gostaria de voltar à realidade naquele momento. Tinha fumado um antes de sair de casa, mas estava sóbrio o suficiente para não perder todos os sentidos.

— Merda!

Taehyung abriu os olhos com calma ao escutar a reclamação de Jungkook.

— O que foi?

— A caminhonete morreu.

A caminhonete estava parada no meio da cidade, rodeada de lojas praianas e alguns prédios empresariais. Alguns carros passavam e outras motos buzinavam. Jungkook soltou mais um palavrão, o rosto contorcido de raiva.

— Vai precisar empurrar? — Jimin perguntou, deixando o beck de lado e colocando o rosto entre os bancos da frente. A expressão dele estava relaxada e a sua boca um pouco pálida. — Vai, desce, Taehyung.

— Ah, não...

— Eu não sei o que aconteceu, ela parou do nada — Jungkook falou com um suspiro sôfrego, como se sentisse dor pela caminhonete. — Não sei se é o combustível, eu abasteci ontem...

— Abasteceu nada, ontem a gente ficou o dia inteiro em casa.

— Mas... calma, não foi ontem que a gente saiu para ir na fogueira com aquele pessoal lá?

Jimin bufou alto, jogando o corpo para trás e caindo no banco velho.

— Claro que não, Jungkook. Ontem a gente ficou transando. Isso foi antes de ontem.

— Merda!

— Eu que vou ter que empurrar? — Taehyung perguntou, tirando o cinto.

— Não, Taehyung, você não ouviu? O carro está sem combustível. Não adianta empurrar.

— Ah...

— Será que tem algum posto por aqui perto? — Jimin olhou para o namorado, um pouco apreensivo. A cidade era pequena, mas eles não conheciam nada além do centro e da praia. — Vai ter que perguntar.

— Vai, Taehyung.

— Perguntar o quê?

Jimin piscou, rolando os olhos.

— Acorda, Taehyung! Vai procurar ajuda. Entra em alguma loja e pergunta se eles sabem onde tem um posto. Enquanto isso, o Jungkook vai procurar um galão para encher com gasolina.

Saindo do carro, Taehyung sentiu o vento abafado do litoral abraçar o seu corpo. Fez uma careta cansada. Fechando a porta da caminhonete velha, andou com calma pela rua e ergueu a mão quando um carro quase o atropelou.

Atravessando a rua e procurando por algum lugar aberto, olhou um prédio alto e caminhou até ele. O edifício era comprido e decorado por uma vidraria escura, com a aparência elegante e refinada. Parecia uma empresa de algo importante, mas isso não era algo que ele ligasse.

Entrando no prédio, o ar frio do ar-condicionado o fez parar por um momento. Era desagradável. Indo até a recepção, encontrou uma jovem moça de olhar gentil e educado, que pareceu um pouco surpresa ao vê-lo.

Como (não) se apaixonar por um hippie.Onde histórias criam vida. Descubra agora