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— Por que você está se desculpando? — perguntou o Jongin substituto.

— Não sei nem qual é o seu nome verdadeiro. — Ele riu, uma risada baixa que eu pude sentir em seu peito.

Depois se inclinou, e seu hálito afagou minha orelha quando ele disse:
— Meu nome é Jongin.

Levantei a cabeça, assustada.
— Sério?

Ele negou com a cabeça.
— Sou um ator metódico. Tenho que incorporar o personagem.

— Você é ator? — Eu não teria me surpreendido. O cara era mesmo bom nisso.

Ele olhou para cima, como se estivesse pensativo:
— Você não me contou essa parte. Sou? — Bati em seu peito e ri.

— Para.

Ele olhou por cima do meu ombro, para onde minhas amigas ainda estavam.

— Belas amigas.

— A maioria é legal. Só a Nayeon que fica sempre tentando me excluir.

— Por quê?

— Não sei. Talvez ela me veja como a alfa da alcateia e ache que só tem espaço para uma sem ter que recorrer ao canibalismo.

— Vou interpretar essa analogia esquisita com os lobos e deduzir que ela quer ser a líder do grupo.

Dei de ombros e olhei para o outro lado do salão, onde Nayeon tinha enroscado o braço no de Jisoo e dizia alguma coisa para ela.

— É a única coisa em que consigo pensar. Ela é a principal razão para eu precisar de você aqui hoje. Nayeon acha que eu estava mentindo. Eu não quis dar mais munição. Ela já tem o suficiente sem a minha ajuda.

O substituto ergueu as sobrancelhas. O que, eu já estava aprendendo, ele gostava de fazer.

— Então, se ela descobrir que você está mentindo...

— É, entendi. É exatamente o que eu estou fazendo agora, e não estava fazendo antes. Mas ela achava que eu estava mentindo. Se eu tivesse entrado aqui sem você, teria sido o fim.

— Você não acredita que as suas outras amigas gostem de você o suficiente para impedir que ela faça isso?

— Elas gostam de mim. Mas Nayeon está empenhada nisso há dois meses. Ela realmente acha que tem alguma coisa contra mim. Tem certeza de que escondo alguma coisa. Eu precisava desta noite.

— Bom, se você é a alfa, por que não chuta essa garota para fora do grupo?

Eu já tinha pensado muito nisso. A principal razão era que eu não acreditava ser a líder, por mais que Nayeon me visse nessa posição. Mas havia outra resposta, aquela que eu só admitia nas noites mais sombrias: se eu pedisse para todo mundo escolher, elas poderiam preferir a Nayeon. Por maior que fosse a confiança que eu aparentava ter, minha preocupação era que as pessoas não gostassem realmente de mim. E talvez estivessem certas em não gostar. Mas eu não ia contar isso a ele. Já tinha exibido fraquezas demais em uma noite só.

— Porque eu não sou uma doença contagiosa.

— O quê?

— Às vezes eu chamo a Jules de doença contagiosa. Mas esse é o ponto... Acho que não quero ser essa garota. A que precisa expulsar alguém de um grupo. Tenho torcido para encontrarmos um jeito de conviver, assinar um tratado de paz, definir um território neutro, sei lá. — Apesar dos outros motivos para eu temer criar confusão, esse também era verdadeiro. Eu queria mesmo que a gente se desse bem.

— Você gosta de analogias, né?

— É, eu gosto. As palavras são poderosas.
Ele inclinou a cabeça, como se a resposta o intrigasse.

Fill-in Boyfriend | TaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora