Coroa de Flores- Até a última pétala

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⚠️AVISO⚠️
Os capítulos dessa história foram apagados pois serão rescritos! Obrigada a todos que lerem!
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"Seus olhos sangravam enquanto todo ar de seus pulmões esvaiam em segundos. Sua mente podia ver sua morte em milésimos, mas ela não desperdiçou seu último sorriso enquanto a última pétala caía levando consigo a alma daquela amarga e menosprezada menina dos olhos vermelhos." - A garotinha dos olhos vermelhos.

O crepúsculo se desenrolava no horizonte como um véu de tristeza quando a notícia chegou até mim. A carta, portadora de selos reais que pareciam selar meu destino, revelava a sentença iminente: um casamento por contrato com um príncipe cujo rosto era uma incógnita para mim. Ao deslizar meus dedos sobre o papel, as palavras frias e imutáveis ecoaram como uma sentença, e a luz tênue do entardecer parecia murchar diante da sombra que se formava em meu coração.

As lágrimas, antes contidas, começaram a descer como gotas silenciosas, cada uma carregando a tristeza que se abatia sobre mim. Eu, que sonhara com um destino traçado pelas minhas escolhas, via agora os fios da liberdade serem tecidos em um emaranhado de deveres reais. A promessa de um casamento desconhecido desdobrava-se diante de mim como um livro de páginas inexploradas, onde a incerteza reinava e a tristeza se infiltrava nos espaços vazios da esperança.

Na quietude do meu quarto, a penumbra se misturava à melancolia que impregnava o ar. As sombras dançavam em sintonia com os pensamentos sombrios que me envolviam, formando uma sinfonia de desespero. O casamento por contrato, um elo forjado pela obrigação, pesava sobre mim como um fardo que eu não pedira para carregar.

Enquanto observava as últimas nuances de luz se dissiparem, meu coração se via dilacerado entre a resignação e a revolta. A liberdade, outrora minha aliada, escapava pelos meus dedos, substituída por um destino que eu não escolhera. As lágrimas continuavam a cair, testemunhas silenciosas da tristeza que permeava cada fibra do meu ser.

O capítulo da minha vida que se desenrolava era um conto de desilusão, onde as páginas do futuro eram escritas por mãos alheias. E eu me via conduzida por um caminho sombrio, onde a tristeza era o eco persistente de uma melodia que eu não desejava dançar.

–Exagero da sua parte.–insistiu mamãe, na tentativa frágil de fazer-me conter o choro e levantar do chão.

Eu ainda em desespero, permanecia calada, entre a indecisão de escolher falar com ela, afinal ela era a única que conseguia acalmar todos os meus medos, ou ignorá-la, pois ela quem me colocara nessa situação.

–Eu só preciso de um tempo para engolir tudo mamãe, por favor, deixe-me só.–Pedi como uma súplica, necessitando de ar desesperadamente.

Há alguns meses o anúncio do possível noivado do príncipe agitou o reino, pois isso confirmava os boatos de que o rei Kardan abdicaria ao trono para que seu filho, Aydan II, tomasse o lugar de rei.

Todavia uma candidata à altura não foi escolhida, o que deixou todas as moças do reino curiosas para saber como se sucederia tal escolha. Obviamente existiam exceções-eu-mesmo que fosse a única, eu não estava curiosa e não fazia questão de entender como a tal princesa apareceria. Era o último mês para minha preparação, a contagem regressiva para que o meu quadro fosse finalmente exposto, como obra de arte, concorrendo ao prêmio do festival de arte de Janesbrook, e eu não tive tempo para ligar para tais bobagens–e mesmo que tivesse tempo, casar não era um desejo da minha pessoa, mesmo sabendo que fazia parte de um infeliz destino.