Coroa de Flores- Até a última pétala

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No mesmo instante, retirei minha mão de seu pescoço e me dei conta da bobagem que tinha feito. Era notório que nada corria bem e que as coisas haviam sido dificultadas para mim, mas ameaçá-lo faria com que ele tivesse motivos reais para duvidar de mim.

– Achou mesmo que eu não perceberia o motivo por trás da tal doença?– disse com um sorriso satisfeito, como se tivesse desvendado algum mistério, mas seja o que fosse, ele não havia desvendado.

– Não fui eu. Confesso que gostaria e não ligaria nem um pouco que você fosse envenenado, mas não tive a honra de ser a pessoa por trás de tal feito.– Permaneci orgulhosa, com falas medíocres e insensatas ao momento, mas não podia ou ao menos conseguia ser menos arrogante ao encarar seu rosto. A forma que seus olhos já declaravam seu ódio, e sua mandíbula marcada, demonstrando minha vulnerabilidade e sua capacidade de destruir-me injustamente.

– Confesso que você foi esperta, persistiu até o final, com seu disfarce de ódio, garota indefesa prestes a casar-se contra sua vontade, quando na verdade foi você quem armou para que conseguisse se casar. Não adianta tentar me manipular, não mais, agora que sabe que eu sei de tudo, o mais inteligente é se proteger.

– Eu gostaria de agradecer, acho adorável quando reconhecem minha esperteis, mas dessa vez, confesso que não passa de um engano e eu gostaria que me dissesse sobre o que é tudo isso, pois eu não tenho absolutamente nada a ver, eu até gostaria de estar fingindo, mas o meu ódio é real.

Ele parou por alguns segundos e apenas encarou-me, confuso, era como se por um momento tivesse dúvidas acerca de tudo o que pensara e falara.

– Por que apenas não assume? Tenho provas o bastante para provar que você estava por trás de tudo isso. Um plano bem feito, mas não o suficiente para me impedir de desvendá-lo.

Eu sabia que ele não diria nada acerca do tal plano se eu o pedisse, insistindo que eu não estava por trás, então minha única solução foi aceitar a culpa.

– Então diga-me, qual parte mais gostou?– Era uma risco a se correr, eu basicamente admiti algo que eu nem ao menos sabia, mas eu precisava entender.

– Vejamos, senhorita, não foi tão difícil saber que estavam me envenenando, essa é a oitava vez, mas havia algo em comum em todos os meus desmaios, eu sempre ingeria algo, e isso fez com que eu duvidasse do suposto médico real que me afirmara ter uma doença neurológica. Então fui escondido atrás de outro médico e em duas sessões, levando o copo ou o recipiente que estava a comida ou bebida que ingeri antes de desmaiar, ele chegou a conclusão que haviam ervas venenosas, elas estavam sendo colocadas de propósito para serem acumuladas em meu organismo e eu morrer, depois de uns anos. Confesso que foi genial, já estaríamos casados e ninguém desconfiaria de você. Meus sinceros parabéns.– Isso era loucura! Eu não duvidava que fosse real, alguém estava o envenenando, mas não era eu.

– Como chegou à conclusão de que era eu?

– Os documentos de matrimônio armado, a assinatura, reconheci assim que vi seu quadro, o padre e sua carta.

– Tudo bem, Aydan, mas peço que preste bastante atenção. Não tenho a mínima ideia do que você está falando, eu nunca o vi na vida. E confesso estar assustada, pois há algo por trás de tudo isso, mas não é apenas você que está envolvido, eu também estou, e seja lá quem for, armou isso para que ficássemos juntos, por algum motivo, e com certeza, eu sou a última pessoa que deseja isso.

– Como quer que eu acredite nisso? Todas as provas apontavam para o seu nome, isso que fez com que eu mandasse o maldito pedido de casamento. Além disso, você demonstrou ser alguém que quer me ver morto desde o primeiro momento que nos vimos, tive um desmaio após jantar com você e falei bobagens contra a minha vontade. Quem me garante que você não me envenenou novamente para ouvir o que eu sabia? E agora simplesmente quer que eu confie em você?