Chapitre trois

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Caminhávamos para a sala de aula

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Caminhávamos para a sala de aula. Assim que Michelè entrou pela porta, um balde de água foi despejado sobre sua cabeça, deixando-a encharcada. Um grupo de garotos riu alto e descontroladamente. Resolvi dar meu casaco a ela, que recebeu sem hesitar. A professora chegou e viu o que estava acontecendo, levou-a para a enfermeira, para trocar suas roupas e falar com o coordenador.

— Sei que isso foi ideia sua! É sempre assim tão idiota? — Disse, com um tom agressivo, pois aquele garoto já havia me tirado do sério.

— Lá vem outra para defender a amiguinha. — Decam falava rindo, como se tudo aquilo parecesse engraçado em seu mundo de egocentrismo.

— E você, Dupin, seu pai anda sabendo que esses são seus tipos de amizades? Acho que não ficaria contente. — Disse diretamente ao meu primo, o qual ficou sem respostas.

Escuto a porta abrir, e quando percebo, um menino que aparentemente era mais velho, já estava brigando fisicamente com meu primo e Decam. Um soco dado pelo tal garoto acertou o olho de Decam, que começou a gritar de forma angustiante. Minha única reação foi chamar por um professor que passava pelo corredor.

— O que está acontecendo aqui? Voltem todos aos seus lugares. E você, Jean Pierre, vá para sua sala. — O professor, com aparência rabugenta, disse. E em seguida saiu com Decam, que gritava de dor em seu olho.

[...]

— Já havia dito que esse ensino misto não iria funcionar; os garotos não são os mesmos diante dessas meninas. Devemos acabar logo com essa invenção absurda. — Disse o Barba Azul ao diretor.

— Mas senhora, essas garotas não têm outra escola para irem. Se nós as expulsarmos, ficarão atrasadas um ano. — Disse a senhorita Couret.

— É uma verdade, não há nenhum outro colégio de ensino misto que as aceitaria. Nós temos o compromisso de ensiná-las este ano. Iremos continuar com o projeto de meninos e meninas juntos. O que acha, senhor diretor?

— Vou confiar em sua decisão, Paul, mas fique sabendo que tudo o que ocorrer estará sob sua responsabilidade. E você não poderá participar do conselho para saber se seu sobrinho, Jean Pierre, irá continuar na escola. — Disse o senhor diretor, fazendo o Barba Azul estremecer de ódio.

— Reze para que nenhuma dessas meninas apareça grávida no final do ano. — Disse a senhora Giraud, ou melhor, o Barba Azul, enquanto saía da coordenação.

[...]

Minha hora preferida na escola já havia chegado: ir para casa. Estava andando com a Sabiani para a saída, até encontrarmos com a senhora Couret.

— Professora Couret, vi boatos de que seremos expulsas da escola. Isso é verdade? Não tenho condições de ir para uma escola na cidade. Se tivesse, já teria ido. — Disse Sabiani.

— Se acalme, senhorita Sabiani. O coordenador Paul decidiu que temos o compromisso de ensiná-las. Vai ser um ano de aprendizado muitas dificuldades com esse novo ensino, mas vamos dar o nosso melhor como seus tutores. — Disse a senhora Couret. Ela parecia acreditar que todos os outros professores eram receptivos conosco, mas era o contrário.

Apesar de querer voltar para a cidade, a resposta da professora me deixou reconfortada. Pois algumas das garotas, caso a escola nos expulsasse, não teriam onde estudar durante todo esse ano e não teriam diploma.

O dia já estava entardecendo e, deitada em minha cama, pensava como estaria o Descam. Apesar de não gostar dele e de suas atitudes, parece que algo sério aconteceu. Houve comentários de que provavelmente ele iria perder o olho.

Também estou interessada em saber quem seria o garoto que deu o golpe, cujo nome é Jean Pierre e parece ser mais velho. Possivelmente poderia ser um namorado de Michelè. Não sei, talvez logo tenha respostas desses questionamentos.

𝙰𝙼𝙾𝚄𝚁  𝚒𝚍𝚒𝚘𝚝  - Joseph DescampsOnde histórias criam vida. Descubra agora