Aprendendo a Amar - DEGUSTAÇÃO

Capítulo 2

Alana

É hoje o dia em que irei me encontrar com o Bernardo. Nem preciso falar que estou uma pilha de nervos. Estou muito nervosa, depois de anos sem vê-lo fico pensando: como será que ele está? Como será que ele irá me receber? Nossa, mil coisas passam pela minha cabeça. E, para piorar a situação, Lívia resolveu me produzir. Segundo ela, eu tenho que chegar à empresa linda, charmosa e poderosa. Não sei para que isso tudo, mas ela disse que, como vou ser a secretária do presidente da empresa, tenho que estar apresentável. Ela escolheu para eu usar um vestido preto social que vai até os joelhos e sapatos pretos de saltos e amarrou meu cabelo num coque com alguns fios soltos. Como maquiagem, usou lápis para destacar meus olhos castanhos, base, pó e, nos lábios, um batom rosa bebê.

No prédio da empresa, vou até a recepcionista e pergunto qual é o andar da presidência. Ela me olha de cima a baixo, pergunta como e chamo e, depois de alguns minutos, dá-me um crachá com meu nome e diz que a presidência fica no 20° andar. Chego ao andar e vou até a mesa à qual uma loira está sentada.

— Bom dia, poderia me informar qual é a sala do Sr. Bernardo Fernandes?

A loira levanta a cabeça e me olha de cima a baixo com cara de nojo.

— E você é quem? — pergunta com desdém.

— Alana Smith. O Sr. Bernardo está me aguardando

Ela me olha por um tempo, pega o telefone e disca. Quando desliga me informa qual é a sala. Paro em frente à porta, respiro fundo e bato. Logo depois escuto uma voz rouca falar:

— Entre.

Giro a maçaneta, respirando fundo novamente e tentando acalmar as batidas do meu coração. Levanto a cabeça e me deparo com os olhos de Bernardo. Fico hipnotizada. 

Ele sempre foi lindo, mas vendo-o agora, nossa, ele está perfeito! E essa barba? Eu nunca gostei de barba, mas a dele me faz ter pensamentos sujos. Sou tirada deles pelo som de sua voz:

— Merda, merda e merda!

Quando o olho novamente, noto que derrubou café em si mesmo. Não consigo resistir e começo a rir.

— Você está rindo do quê? — indaga irritado.

— De você. Foi engraçada a cara que você fez.

— Eu não achei nada engraçado — informa com a cara fechada, e eu volto a rir, mas logo minha risada morre quando percebo que ele está tirando o paletó, depois a camisa, revelando seu torso. Nossa! Que abdômen é esse? Quero lambê-lo todinho. De novo sou tirada do meu devaneio pela sua voz: — Então, passei na sua avaliação? — ele questiona com um sorriso nos lábios.

Droga, ele me pegou o olhando.

— Quem disse que eu estava te avaliando? Estava só aqui pensando em como uma pessoa consegue ser tão idiota a ponto de derrubar café em si mesma. — Logo vejo o sorriso dele se desfazendo. Toma essa, idiota! Se ele está pensando que eu sou aquela Alana do passado, está enganado.

Bernardo me olha com a testa franzida, depois vai até uma porta que imagino ser a do banheiro. Aproveito e me sento, pois minhas pernas estão trêmulas. 

Alguns minutos depois ele sai vestido com uma nova camisa.

— Alana, a Lívia me disse que você está precisando de emprego. Eu estou precisando de uma secretária urgente. A que trabalhava aqui com o meu tio teve que sair por problemas pessoais. Então quando você pode começar a trabalhar?

— Eu posso começar hoje, se você quiser.

— Sério? Nossa, que bom, então venha, que eu vou te mostrar a empresa e onde fica a sua mesa. Vamos — ele chama.