Capítulo 1

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Alana

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Alana

Ai, minha cabeça, parece que um caminhão passou por cima dela! Tento alcançar o maldito despertador, que não para de apitar. Pego-o em cima da cabeceira da cama e o desligo. Nossa, como minha cabeça dói! Isso é tudo culpa da Lívia, ela me arrastou em plena terça-feira para uma boate dizendo que só se vive uma vez na vida. Claro, ela não tem que se levantar às 6h da manhã para trabalhar. Ela tem tudo que quer e na hora que quer, aquela vaca mimada! "Tá" legal, ela é vaca, mas eu não vivo sem ela. 

Somos amigas desde pequenas. Meus pais trabalhavam na casa da família Fernandes. Meu pai era o motorista da família, e a minha mãe era empregada doméstica. A família Fernandes sempre nos tratou bem, eu e Lívia éramos inseparáveis, sempre estávamos grudadas. O único problema era o irmão dela, Bernardo. Ele é insuportável desde pequeno, sempre arrumava um motivo para implicar comigo. Não sei por que ele não gostava de mim. 

Quando eu completei 18 anos, recebi a notícia de que meus pais tinham sofrido um acidente de carro. Eles estavam a caminho da minha formatura do colegial. O carro em que eles estavam bateu de frente com um caminhão que vinha na contramão, e eles morreram na hora. 

Lembro que fiquei arrasada. Não sabia o que fazer, até que recebi uma carta avisando que eu tinha sido aceita num programa de bolsas na faculdade da Califórnia. A Dona Grace, mãe da Lívia, ofereceu-se para pagar a minha faculdade aqui no Brasil, mas eu não aceitei. Como tinha familiares lá por parte de pai, a família Smith, não precisei pagar moradia.

Foi bom eu ter passado esses cinco anos estudando fora, ajudou a amenizar a dor da perda dos meus pais e foi bom ficar longe do Bernardo também. Apaixonei-me por ele aos meus 15 anos, mas ele nunca reparou em mim, ele me via apenas como a filha dos empregados. Eu sofria muito quando o via com alguma garota. 

Faz um ano que voltei a morar no Rio de Janeiro. Assim que a Lívia ficou sabendo que eu estava voltando, ela ficou muito feliz e desde então não me larga mais.

Ontem, assim que eu cheguei do trabalho, ela apareceu aqui em casa me intimando a ir a uma boate nova que abriu aqui no Rio. Eu disse que não iria porque acordaria cedo para ir trabalhar, mas quem disse que ela aceitou o "não" como resposta? Arrastou-me assim mesmo para lá. Até que foi bom para distrair a minha cabeça e me fazer esquecer a notícia que ela me deu ontem. Ela me contou que o Bernardo está voltando dos Estados Unidos para assumir a presidência da empresa da família, uma empreiteira. Seu pai, o Sr. Jonas, faleceu há dois anos. Como o Bernardo ainda estava estudando, quem assumiu temporariamente o cargo foi o seu tio, o Sr. Francisco. 

Levanto-me e vou ao banheiro, tomo um banho e me arrumo para mai um dia de trabalho. Vou à cozinha e tomo um comprimido de tylenol para a dor de cabeça junto com um copo de suco de laranja. Não consigo comer nada, meu estômago está dando voltas. Malditas bebidas!

Olho para o relógio e vejo que já são 06h45. Droga! Vou me atrasar para o trabalho. Pego minha bolsa e saio correndo. Assim que chego ao serviço, meu chefe aparece com a cara nada boa e pede que eu o acompanhe até a sala dele, pois quer falar comigo.

Aprendendo a Amar - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora