Capítulo 4

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Alana

Nem preciso falar o quanto estou nervosa. Estou me sentindo assim desde que acordei e me lembrei de tudo o que aconteceu ontem à noite naquela pista de dança. Não sei como agir, nem o que falar quando eu vir o Bernardo. Será que ele vai dizer alguma coisa? Ou vai agir como se nada tivesse acontecido? Tantas coisas passam pela minha cabeça, e essas dúvidas me deixam mais nervosa do que já estou.

O elevador apita e as portas se abrem. Saio de dentro dele e ando em direção à minha mesa, passando pela da Aline no caminho e a cumprimentando, mas ela nem se dá ao trabalho de me olhar ou responder. Vaca! Não fui com a cara dela, mas falei em razão da educação que meus pais me deram. Sento-me à minha mesa, ligo o computador e começo a trabalhar.

Ouço o som do elevador e levanto minha cabeça para ver quem é. Quando meus olhos se encontram com os de Bernardo, meu coração acelera cada vez mais rápido. Ele passa pela mesa da Aline, fala bom-dia, e ela como sempre o come com os olhos.

Ele para em frente à minha mesa, e minhas mãos começam a suar. Droga, Alana, respira.

— Bom dia, Srta. Smith. Não transfira nenhuma ligação, nem deixe que ninguém me perturbe até o horário da reunião, por favor — ele pede.

— Hum... Claro, pode deixar.

Ele se vira e entra em sua sala, e eu me sinto aliviada e decepcionada ao mesmo tempo. Aliviada porque não sei o que falaria com ele sobre o ocorrido ontem e decepcionada porque ele agiu como se a noite passada não tivesse acontecido.

As horas vão se passando, e quando olho no relógio, já está na hora da reunião. Pego o telefone e ligo.

— Eu não disse que não queria ser perturbado? — Bernardo reclama irritado ao atender o telefone.

— Você disse, sim, mas me lembro de que falou: não transfira nenhuma ligação, nem deixe que ninguém me perturbe até o horário da reunião. Já está na hora da reunião, por isso eu liguei para te avisar. Agora, se você está irritado, não venha descontar em mim. Só estou fazendo meu trabalho — declaro com raiva e bato o telefone na sua cara.

Não demora nem dez minutos, e ele sai da sala com a expressão fechada e vai rumo à sala de reunião.

***

Estou neste momento em meu apartamento. Cansada, tiro meus saltos e vou até a cozinha tomar um copo d'água. Ouço meu celular tocar. É a Lívia.

— Oi, amiga, tudo bem? — pergunto.

— Oi, tudo, sim. E você?

— Bem, só cansada, cheguei agora. Mas o que aconteceu para você estar ligando a essa hora?

— Para avisar, amiga, que a mamãe marcou um almoço no domingo para comemorar a volta do Bernardo e para a gente conhecer um amigo dele. E ela te convidou.

— Eu já o conheci, é o Jack. Você vai gostar dele. Mas por que ela me chamou? É um almoço de família.

— Alana, para de graça, você sabe que é da família. E se você não for, a mamãe vai ficar chateada. Não faça essa desfeita com ela. Estou doida para conhecer esse amigo do Bernardo. Me diz, ele é bonito? — ela indaga empolgada.

— Eu sei como a Grace é, pode avisar a ela que eu vou a esse almoço. E o Jack é lindo e tem uns olhos verdes que, meu Deus, chega a dar um calor. Quero só ver quando você o conhecer.

— Nossa, amiga, se eu já estava curiosa para conhecê-lo, agora então não vejo a hora do domingo chegar — ela fala animada.

Conversamos mais um pouco e depois desligamos.

Aprendendo a Amar - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora