𝐕𝐈

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Hell NoCapítulo seis:
cadê seu anjo da guarda?

Minho point of view

🐺


Depois de ouvir aquilo eu estava sem ter reação nenhuma, aquilo claramente era culpa minha. Eu não deveria ter cedido e ficado tanto tempo na casa do ômega, principalmente quando ele mora sozinho com o pai super protetor — que pelo visto só não protege Jisung de si mesmo — mas, além de culpado eu me sentia furioso. Afinal, quem aquele estúpido pensa que é para encostar em Jisung?

— Minho?

— O que?

— Você vai acabar quebrando sua própria mão. — Jisung disse e apontou para minhas mãos, eu estava apertando uma na outra quase como se houvesse a cabeça do pai dele entre elas.  — Por que tá assim?

— Por que ainda mora com esse cara? — Jisung arregalou os olhos e eu acabei rindo depois de perceber que havia sido uma pergunta idiota. — Você não tem para onde ir. Desculpa fazer uma pergunta tão idiota, mas pensando agora no impulso… Ele deixaria você sair de casa caso tenha um alfa?

— Óbvio que sim, ele é louco para se livrar de mim. — Jisung deu de ombros parecendo não se importar com o descaso do pai, mas eu sabia que não era bem assim.

— Temos duas opções… primeiro, você diz que namora comigo e vai morar na minha casa. Segundo, se ele der uma de psicopata eu marco você e aí ele não vai poder mais te fazer voltar.

— Que tal a terceira opção? Você pergunta para sua mãe se ela tem uma vaga na perfumaria ou se precisa de qualquer ajuda lá.

— Certo, isso parece mais coerente. — Assenti e Jisung riu, mas parou logo em seguida parou tocando o cantinho do lábio, eu não tinha visto o corte pequeno que havia ali. — Eu vou falar com a minha mãe depois da aula, acho que ela estava reclamando que não tem ninguém por lá que seja bom com fragrâncias. Você consegue diferenciar e saber como juntar duas essências sem ficar enjoativo né? Como ômega você deve saber mais que um alfa a fazer isso.

— Sim — Sorriu, e dessa vez ajeitou a minha blusa em seu corpo, vestindo-se. — Você pode… chegar mais perto? Achei que não ia estar frio essa hora e acabei vindo com roupa curta.

— A-Ah posso.

— Um alfa lupus gaguejando? — Ele riu cínico antes que eu me aproximasse, fingi estar irritado e me afastei um pouco e ele acabou me puxando para perto. — Obrigado. Tá vendo? Você sempre acaba me ajudando.

— É coisa de alfa, a gente tende a ter instintos de cuidar dos ômegas. — Dei de ombros olhando para a quadra onde algumas pessoas ainda olhavam para nós. — Os outros não param de olhar para cá.

Jisung olhou também e corou abaixando a cabeça. Franzi o cenho porque era estranho ver alguém tão despreocupado como Jisung ficar corado com algo tão simples como pessoas olhando uma cena que não tinha nada demais.

Fingi não perceber aquilo e ficamos ali até o horário acabar.

[…]

Acabei levando Jisung para casa depois da aula ele precisava fazer algumas coisas e enquanto ele as resolvia eu iria falar com a minha mãe na lojinha/perfumaria dela.

A alfa estava com os cabelos curtos presos com um lenço azul que combinava com o vestido e o salto não muito alto, não estava usando nenhuma maquiagem mas isso não diminuía a beleza dela. Mesmo tendo seus trinta e sete anos, a senhora Lee parecia a mesma jovem de anos atrás.

— Oi mãezinha.

— O que você quer, Lee Minho?

— Credo, mãe. — Acabei rindo, mas ela estava certa, normalmente eu nem venho aqui. — Okay, dessa vez eu quero alguma coisa mesmo.

— Você sempre quer alguma coisa. — Ela cruzou os braços e me olhou com aquele ar de superior que as mães têm quando estão com a razão. Acabei me entregando ao suspirar depois de dar um sorriso nervoso. — Fala logo.

— Hm, então… Tem uma pessoa que precisa muito de um emprego para poder sair de casa… mas como ele é ômega e menor de idade acaba não conseguindo achar nada.

— E essa pessoa por acaso é o Jisung?

— C-Como é que é? — Ela riu da minha cara e descruzou os braços, mantendo o sorriso bonito.

— Conheço aquele garoto, sei os problemas dele e todas as vizinhas me falaram sobre terem notado você passar a tarde toda com o ômega da casa ao lado. — Reclamei com um resmungo baixo e novamente ela estava com aquele sorriso superior. — Acertei, não é? Desembucha, moleque.

— Bem… É ele. A senhora vai ajudar? — Eu estava tamborilando os dedos no balcão de vidro enquanto ela suspirava.

— Vou, mas só se ele for bom. Não quero ninguém misturando e errando meus perfumes. — Ele apontou  o dedo para o meu nariz, batendo assim que fixei os olhos ali, provavelmente ficando vesgo. — Traga-o aqui amanhã e eu vou testar o olfato dele.

— Certo, obrigado! — Dei a volta no balcão e a abracei, ela era tão magra quanto Jisung e isso me dava a impressão de que poderia quebrá-los sem querer. — Eu vou ir contar para ele!

— Você gosta dele, não é? — Ela falou quando coloquei a mão na maçaneta da porta da frente.

— Quem te disse isso, dona Hyelim?

Ela não respondeu em palavras, apenas tocou o dedo indicador na têmpora e depois piscou um dos olhos, mostrando um sorriso pequeno.

Mães...

Hell No » minsung | ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora