Maria Letícia
Sábado
As vezes acho que namoro um garoto de treze anos, Felipe tá impossível, vontade de matar um troço desse.
Ele sabe que não tá legal pra andar e adivinha o que ele faz? Tenta levantar pra ir no banheiro.
Olha, sinceramente.
Leonor: Você é o paciente mais teimoso que já vi - ela falou pra ele.
Rei: E tu é a enfermeira mais chata de todas as enfermeiras chatas de todos os hospitais do planeta terra - falou emburrado.
Maria: Felipe!
Leonor: Deixa ele, senhorita - me olhou sorrindo de lado - Eu não ligo de ouvir certas coisas - Rei revirou os olhos e cruzou os braços com a cara de bravo.
Maria: Não sei o que faço contigo - olhei pra ele.
Rei: Me leva pra casa? É uma boa - passou a mão no rosto - Tá me olhando por quê?
Leonor: Se eu não olhar não tem como fazer o meu trabalho - resmungou - Licença, coloca o braço pra cá por favor - pediu.
Encarei os dois e sai do quarto indo tomar o café deixando a Leonor fazer o serviço direito.
Olhei pra frente e pra os lados vendo onde ia comprar meu café já que onde eu costumo comer tá cheio, andei pra outra cantina onde tinha muita gente também, mas menos vazia que a de trás.
Tem uma lanchonete dentro do hospital, mas vende mais comidas sem sal, sem açúcar, sem glúten, sem sabor..
Maria: Bom dia - falei com a moça da cantina - Quero um café sem açúcar, por favor - pedi.
Aylana: Bom dia, algo mais?
Maria: Um misto quente, dois pães de queijo e um doce.. pode ser chocolate, quais você tem?
Aylana: Olha, tô tendo esses brigadeiros e beijinhos caseiros e tenho bombons da Garoto e da Nestlé.
Maria: Pode ser um brigadeiro e um beijinho - sorri fraco olhando pra ela que sorria pra mim.
Aylana: Só um instantinho - assenti e ela balançou a cabeça virando de costas.
Binho: Nossa, aqui tá uma coisa de louco hoje - um rapaz chegou falando e entrando na cantina - Bete, três pães de queijo na mesa quatro, Artur, leva os mistos lá pra dona Penha, se puder..
Artur: Já vou, eu já tô indo - um branquelo do olho puxado disse saindo com uma bandeja - A Penha é apressada pra caramba, pede um monte e quer tudo em dois minutos, só me ferra - saiu resmungando pro outro lado do lugar.
Aylana: Aqui, vai comer aqui mesmo? - eu neguei - Pra levar, ok, forma de pagamento?
Maria: Débito.
Binho: Cadê a Gilda? Aylana, prepara os donuts do médico da Liza - olhou em volta - Alguém viu o Ícaro?
Aylana: Na cantina da entrada - ela olhou pra mim e depois pra ele - Desculpa, moça, aqui - estendeu a máquina - Aproximação?
Maria: Sim, sem problemas - aproximei meu celular pagando minha conta - É sempre assim?
Aylana: Mais nos finais de semana, fica uma loucura - suspirou cansada - É que ali tem o estacionamento da entrada do hospital que tem um monte de estagiários de enfermagem, deixam a gente louco - riu - Primeira vez pra cá?
Maria: Entendi. Não, é que eu costumo comer lá atrás, mas tá tão cheio - bebi o café quente.
Aylana: Vem mais vezes então.
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É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪
Ficção AdolescenteSempre foi você, por isso nunca consegui me apaixonar de verdade, era você, tinha que ser.