Capítulo 73

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Maria Letícia

02:49hrs, sábado

Acordei era madrugada, o celular do Felipe tocava sem parar, chegava mensagens a cada dois segundos.

Cutuquei ele que acordou assustado, ele me encarou e eu ri fraco vendo ele todo leso.

Rei: Tá tudo bem? - fiz que sim com a cabeça - O que foi?

Maria: O celular - apontei e ele pegou, ele sorriu olhando a tela e eu sorri também lembrando.

Rei: Já é quase três horas, tu tá acordada por quê?

Maria: Dormi muito.. a tarde - minha voz ainda saía baixa, mas pelo menos não doía mais pra falar.

Rei: Tá sentindo dor? - neguei - Que bom - pegou minha mão beijando a mesma.

Maria: Parabéns - sorri fraco querendo chorar, eu queria dizer coisas bonitas mas nem isso eu posso fazer porque minha voz quase não sai.

Rei: Valeu - bagunçou meus cabelos - Não chora não - passou o polegar no meu rosto limpando a lágrima que deslizou ali.

Funguei e sem querer mexi meu corpo, fechei os olhos força pela dor, era como se eu tivesse toda quebrada por dentro. Apertei a mão do Felipe e ele me olhou preocupado, tentei respirar fundo e soltar o ar devagar.

Rei: Quer que eu chame alguém? - balancei a cabeça - Mas..

Maria: Tá passando - murmurei.

Fiquei quietinha sem mexer nada, eu quase nem piscava com medo de doer alguma coisa, quando a dor finalmente ficou fraca eu respirei aliviada diminuindo o aperto na mão do Rei, ele também ficou aliviado e abaixou os ombros suspirando pesado.

Rei: Tenta dormir mais, linda - tocou meu rosto - Tá confortável assim? - apontou pra maca e assenti.

Maria: Não quero dormir - falei num sussurro - Deita aqui - ele me olhou negando.

Rei: Melhor não, pode machucar - bufei.

Meus olhos encheram de lágrimas e eu funguei segurando elas, mordi a boca olhando pro teto.

Rei: Não precisa chorar, eu tô do teu lado, cara - evitei olhar pra ele - Olha pra mim, Maria, ei - segurou meu queixo virando meu rosto, ele segurou o riso e eu fechei a cara - Tu já tá toda vermelha.

Maria: Sai - balancei devagar a cabeça pra ele se afastar.

Rei: Chatona - deu língua - Só vou deitar porque eu quero tá - sorri de lado.

Eu nem podia agarrar ele, mas queria sentir ele o mais perto possível. Queria me jogar em cima dele e também não podia, só mexia as mãos e a cabeça, o resto tudo doía.

Qualquer movimento que eu fazia causava uma dor do caralho, parecia que um caminhão tinha passado em cima de mim.

Maria: Vai fazer o quê hoje? - forcei a voz.

Rei: Ficar contigo o dia todo - respondeu baixinho deslizando os dedos no meu rosto.

Ele tava deitado de lado, a cabeça levantada apoiada em um dos braços, ele fazia carinho em mim com a mão livre.

Maria: É teu aniversário - ele balançou os ombros.

Rei: Maria, não vou conseguir aproveitar nada sem tu, vai ser bem mais aproveitado se eu ficar aqui - assenti suspirando.

Ficamos quietos e calados, o único só que era possível ouvir era da máquina ao lado da cama e a respiração pesada de ambos.

Felipe ficou fazendo carinho no meu rosto, ele dava uns beijinhos na minha bochecha, na minha testa, vez que outra brincava apertando meu nariz me fazendo rir.

É você, 𝓜𝓪𝓻𝓲𝓪 𝓛𝓮𝓽í𝓬𝓲𝓪Onde histórias criam vida. Descubra agora