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Não, pai! Para por favor. — vejo aquela cena horrível, o meu pai estava batendo na minha mãe.

— NATALIE! Sai daqui, agora! — a minha mãe grita, suplicando.

Sem demorar, corro para perto dela e entro na frente do meu pai, abro os meus bracinhos pequenos e tento impedir que ele faça mais algum mal a ela, mas logo sou acertada no meu rosto por um tapa que me faz cair no colo da mamãe.

— Filha! — ela me abraça. — Você está bem? — ela passa a mão no meu rosto já banhado por lágrimas.

— É só para isso que vocês servem! Serem duas inúteis! Uma me deu uma filha mulher a imprestável da filha só serve pra fazer o papel de puta de algum rico futuramente! Eu mereço. — ele dá um chute que quando o seu pé fica a centímetros de mim, a minha mãe me envolve com seu corpo e acaba levando o chute por mim.

— VOCÊ É UM MONSTRO! — minha mãe grita com as palavras quase falhando em sua garganta. — Faça o que quiser comigo, mas deixe a nossa filha em paz. — ela implora. — Ela não tem culpa de nada disso!

— Mamma! — choro, chamando por ela que ainda me abraça forte e tenta se levantar comigo.

— Deixe ela no quarto dela e volte, a nossa conversa não acabou. — meu pai fala rude assim que a minha mãe consegue reunir as forças pra me tirar dali.

Chegamos no meu quarto, a minha mãe estava sangrando, o seu sangue já havia se misturado com o suor e com as lágrimas. Ela me pôs sentada na cama e sentou ao meu lado, eu podia ver o seu rosto que mais continha tristeza de alma do que dor física.

— Filha, eu preciso que fique aqui e não saia por nada! Me prometa. — eu soluço ainda aos prantos. — Me prometa Natalie!

— Eu... eu prometo! — a abraço e choro mais ainda, porém ela tira os meus bracinhos de redor do seu corpo, deposita um beijo na minha testa e sai do quarto.

Poucos minutos se passaram, começo a ouvir novamente o grito de ambos e sons de coisas se quebrando, me deito e coloco as minhas mãozinhas nos ouvidos para impedir de escutar, era tão alto, tão ruim.

— Não papa, não! — choro compulsivamente.

NÃO PAI! — acordo em um espasmo, era um sonho, um pesadelo. Ou melhor dizendo, era uma memória de seis anos atrás.

Passo a mão no meu rosto e sinto o suor e as lágrimas, aquele gosto salgado invade a minha boca, a minha vida era um inferno desde que nasci, e parece que...

Começo a observar o ambiente em que estou, olho para os lados e vejo que estou em uma cama de casal, bem grande, com um cobertor muito confortável e macio eu diria. O quarto é bem grande, tem um divã aos pés da cama. As cores do quarto são escuras, um contraste de preto com cinza, há uma cortina enorme que vai do teto até o chão, nenhum claridade passa por ela, tudo que consigo ver é graças ao abajur que está ligado em cima da mesa de cabeceira que está ao lado da cama em que estou sentada. Percorro mais os meus olhos e encontro uma poltrona no canto do quarto, estava escuro ali, parecia ter alguém, me arrepio, tinha alguém ali. Pude ver um pouco de fumaça saindo, como se fosse fumaça de cigarro.

— Acordou principessa? — escuto aquela voz.

Não, não, não, deve ser um pesadelo, ainda devo estar dormindo. Passo a mão por meus olhos, tentando focar para ver se eu não estava sonhando. Dou alguns tapinhas no meu rosto e olho novamente, mas era real, ele estava ali, sentado, bem de frente para mim, Matteo Montanari.

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