Voto Perpétuo - Draco Malfoy

.𝐏𝐫𝐨𝐥𝐨𝐠𝐨.

Olá!

Este é um novo projeto em que estou trabalhando, que admito estar sendo algo bem impulsivo. Masss que eu estou fazendo com muito carinho, então espero que gostem!

Vamos ao prólogo e boa leitura! ♡

Hoje era o dia que mudaria a minha vida para sempre. Trazendo consigo o momento que transformaria o restante dos meus dias em uma vida fadada ao fracasso. Eu soube disso desde que abri meus olhos hoje pela manhã, e soube muito antes, quando meu pai me deu a notícia devastadora que mudaria a minha vida.

“Você agora é uma mulher prometida, e com sorte vai estar casada dentro de algumas semanas”.

Foi um choque quando escutei essas palavras. Senti raiva. Senti mágoa. Mas não é como se já não esperasse que minha obrigação como filha do ministro da magia um dia chegaria.

Ser a elite da sociedade era um fardo que vinha com responsabilidades e obrigações, e obviamente em algum momento eu teria que arcar com as minhas. No entanto, eu jamais imaginei que isso me destinaria a um casamento falso, sem amor e sem qualquer opção de escolha.

E mesmo que eu tivesse minhas queixas, e tudo isso tenha me feito sentir absolutamente traída, sentia que não podia ir contra as vontades de meu pai. Meus pais, que sempre me deram tudo e cuidaram de mim da melhor forma que puderam. Estava na hora de retribuir.

Suspirei, encarando o jardim através da janela. Tinham cercas vivas que formavam muitos arcos, que embora fossem lindos não diminuíam a sensação crescente de desencaixe em mim. O tempo nublado refletia a confusão dentro de mim. O anel em meu dedo deslizava conforme eu mexia nele ansiosamente, e minha mente dava voltas e voltas ao redor dos mesmos pensamentos. Como seria minha vida a partir de hoje?

Eu provavelmente teria que ser submissa ao meu marido e a seus caprichos, servi-lo e ser obediente a ele. Só de pensar sinto meu estômago revirar.

A pior parte, é que eu sequer estava sendo prometida a alguém bondoso, ou que tivesse o mínimo de humanidade e gentileza.

Porque, dentro de alguns minutos, eu Aurora Queen, me casaria com um Malfoy.

Draco Malfoy.

A pessoa mais hostil e arrogante que eu já vi. Estudamos juntos em Hogwarts desde os meus onze anos, e apesar de não conviver muito com ele, sempre presenciei o quão desagradável Draco poderia ser com outras pessoas.

Draco era o tipo de pessoa que eu preferia manter distância, e isso em nada me ajudou a me sentir melhor quando soube que era com ele que eu iria ser forçada a me casar.

Esse casamento, que era baseado em benefícios e trocas. Meu pai não havia entrado em detalhes, mas segundo a minha mãe e minhas próprias teorias, esse acordo era por causa do interesse de Lucius Malfoy no ministério. Ele queria ter sua influência, e parecia muito conveniente que sua nora fosse filha do ministro. Já meu pai, viu uma oportunidade de enriquecer casando sua filha com o herdeiro de um dos homens mais ricos do mundo.

A verdade era que eu não dava a mínima para nada disso, e duvidava que Draco também se importasse. Mas aqui estávamos, prestes a nos casar porque nenhum de nós se opôs o suficiente.

Dois soldados, jogando um jogo interminável de poder e privilégios.

Batidas na porta interromperam meus devaneios, e me virei a tempo de a porta abrir e minha mãe entrar. Ela estava linda, em seu belo vestido creme e seus cabelos bem presos em um coque alto.

Ela sorria muito abertamente, e quando entrou e fechou a porta, pousando os olhos em mim e cobrindo a boca com as duas mãos, eu vi uma faísca de emoção cintilar em seus olhos.

– Você está tão linda – ela disse com a voz emotiva. Em seguida veio até mim, pegando em minhas duas mãos e dando um aperto terno, com os olhos aguados e um olhar sentimental – Você se parece tanto comigo, no dia do meu casamento. É claro que você está mais bonita, mas… me lembro da sensação. É como reviver aquilo outra vez.

– A diferença é que você amava o papai – eu murmurei, sem conseguir conter o tom de chateação na voz, e minha mãe me olhou com algo novo brilhando em seu olhar: pena.

– Eu sei que é uma situação difícil, mas… você vai se adaptar. Eu tentei tirar essa ideia da cabeça do seu pai por semanas, mas você o conhece e sabe que quando ele quer algo, nada o faz pensar diferente – ela justificou, parecendo se sentir culpada de repente, como se a culpa fosse sua. E senti necessidade em lhe abraçar, como garantia de que não a culpava pelos horrores da minha vida.

– Eu sei, mãe – afirmei, passando os braços ao seu redor, e deixei que seu carinho e seu cheiro me consolasse por breves segundos – Eu te amo.

– Eu também te amo, filha. Você parece uma verdadeira princesa – ela falou, me olhando ainda comovida quando nos afastamos – Mas não foi para isso que vim aqui. Eu deveria te avisar que tudo está preparado. Vim buscá-la para irmos.

A frase de minha mãe foi como uma faca entrando devagar em meu corpo e perfurando pouco a pouco todos os meus órgãos, e mesmo assim, eu ainda consegui sorrir fraco para ela e assentir.

Ela me ajudou com alguns detalhes finais, e ajeitou cada parte do meu vestido como as mães normalmente fariam. Depois, fomos até a porta e saímos, seguindo por um corredor extenso cheio de quadros e estátuas, dobrando por outro corredor que levava a um lance largo de escadas. Ao descer as escadas, caminhamos mais um pouco até estarmos de frente para uma grande porta de vidro aberta, que do outro lado dava para ver dezenas de pessoas alinhadas em fila.

A cerimônia aconteceria no jardim da mansão dos Malfoy em Wiltshire. Aquela casa que, mesmo assustadora, tinha uma beleza sombria e parecia um palácio perto de qualquer outra.

Meu pai surgiu na ponta do corredor oposto, o que indicava que eu já não tinha mais tempo. Estava encurralada, como um pássaro preso na gaiola. Não tinha saída.

Ele nada disse quando chegou até mim, somente me olhou com emoção e segurou em meu rosto, deixando um beijo em minha testa.

– Estou orgulhoso de você – ele falou, baixinho, e tudo que consegui fazer foi assentir, antes de segurar no braço que ele me ofereceu e dar um último olhar na direção de minha mãe.

– Vai ficar tudo bem – ela sussurrou por fim.

E por alguns segundos, eu me permiti acreditar que ficaria.