.𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟏: 𝐂𝐞𝐫𝐢𝐦𝐨𝐧𝐢𝐚.

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Durante a minha vida inteira, eu tive uma visão muito vaga de como gostaria que fosse quando eu me casasse

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Durante a minha vida inteira, eu tive uma visão muito vaga de como gostaria que fosse quando eu me casasse. Talvez em partes isso fosse porque casar não era uma das minhas prioridades para o futuro. Ainda assim, eu poderia dizer que em todas as vezes que me peguei pensando nisso, gostava de imaginar algum cenário clichê envolvendo uma praia, com o mar ao fundo e a luz do sol brilhando enquanto uma brisa suave batia em meus cabelos esvoaçantes.

Eu não era exigente, e aceitaria numa boa as condições que me seriam impostas caso fossem necessárias ou as preferências do meu cônjuge. Gostava de coisas simples. Sempre acreditei que o discreto e simbólico era mais bonito do que o grandioso e espalhafatoso.

Mas aos meus olhos aquele casamento estava longe de ser agradável.

Esperamos alguns minutos ali, e eu aguardei que a marcha nupcial começasse a tocar para entrarmos, mas meu pai saiu andando, me levando junto no completo silêncio, e foi quando me dei conta: não tinha música. Era apenas um mar de silêncio aterrador e bizarro.

Meus olhos vagaram pelos convidados quando saímos pela porta, que se viraram todos em minha direção, e o nervosismo se tornou ainda maior. Engoli em seco. Todos tinham um ar de curiosidade e sorrisos falsos.

E a pior parte era que eu não conhecia ninguém ali. O acordo era que eu teria liberdade para escolher convidados para a festa, desde que “estivessem à altura”. Mas na cerimônia iriam apenas pessoas escolhidas a dedo, que provavelmente tinham algum poder político ou eram importantes.

Estavam ali para testemunhar um ato de amor fingido, com votos ensaiados.

Enquanto caminhava, me senti como parte de uma grande encenação. Tudo parte de uma grande peça de teatro a qual eu era a atriz principal. Uma atração de circo entretendo a plateia.

O silêncio me deixava ainda mais ansiosa. Podia ouvir minha própria respiração. Meu pai permanecia sério ao meu lado, e só consegui soltar o ar de forma mais tranquila quando enxerguei minha mãe em uma das pontas, lá na frente. Seu sorriso era terno e encorajador. Isso me fez sentir melhor, porque eu sabia que em tudo que enfrentaria, ela estaria ao meu lado.

A partir desse momento, consegui prestar mais atenção ao redor e em outras coisas. Como o jardim enfeitado repleto de rosas brancas e o imenso trilho branco por onde eu passava. Não tinha muito luxo, para ser sincera, era simples até demais. Mesmo assim, não passava uma impressão confortável. Era… sério demais. Chegava a ser mórbido.

Pude ver os pais de Draco, Narcissa e Lucius Malfoy sentados bem na frente, com expressões sérias. E finalmente criei coragem para olhar para frente.

Draco estava parado, com as duas mãos na frente do corpo. Seu terno era impecável, seus cabelos muito bem penteados e sua postura deixava claro quem ele era. Tinha um grande arco de rosas brancas atrás dele, e um cerimonialista idoso de cara pouco simpática.

Voto Perpétuo - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora