.𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟐: 𝐅𝐞𝐬𝐭𝐚.

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Eu gostava de festas

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Eu gostava de festas. Claro, não comparecia a elas com a mesma frequência de quando era criança, apesar de sempre ser convidada para todo tipo de evento. Preferia ter programas menos agitados e barulhentos, como ir a galerias, cafés ou até passear no parque. 

Por isso, ali estava eu. Sentada sozinha em uma das muitas mesinhas redondas, com um prato generoso de doces de companhia, enquanto eu observava as pessoas dançando no meio do salão mais ao longe.

Quem visse de fora, diria que era uma cena triste. A noiva comendo sozinha em seu próprio casamento. Para mim isso levava outro nome: paz. 

Porque foi somente depois de horas recebendo abraços, agradecendo felicitações, fingindo sorrisos falsos e caminhando de um lado a outro com meus pés doloridos, que pude me sentar e tirar aqueles sapatos, sabendo que não tinha mais nenhuma obrigação com os convidados. 

Não houve nenhum outro tipo de cerimônia quando chegamos ali, e como os convidados já estavam presentes só nos restava cumprimentar a todos e agradecer pela presença. A festa logo se deu início, e eu passei um bom tempo conversando com amigos e familiares, antes de sair de fininho na direção das comidas e ir parar naquela mesa.

Draco esteve ao meu lado durante todo o tempo dos cumprimentos, e apesar de ser educado, dava para ver que não queria estar ali tanto quanto eu. Então não foi surpresa alguma eu não o ver mais em certa altura da festa, que assim como eu deve ter optado por dar um tempo daquela situação sufocante.

Eu já deveria estar no décimo docinho de licor de cereja quando ouvi uma cadeira ser arrastada ao meu lado e ergui os olhos, sorrindo ao ver uma das minhas melhores amigas. Hermione estava linda em seu vestido rosa claro, mesmo que seus cabelos e maquiagem já não estivessem tão impecáveis como quando chegou.

– Não posso acreditar que está sentada aqui sozinha, mas admito, isso é bem a sua cara – ela disse divertida ao sinalizar para o meu pratinho, e eu dei de ombros.

– Não me julgue. Estou transformando toda essa situação ruim em algo proveitoso com doces deliciosos. E eu estou no meu direito de afogar as mágoas o quanto eu quiser – falei, com um suspiro de deleite ao morder uma trufa.

– Até que você está indo bem. Rony e Harry apostaram que você ia mesmo afogar as mágoas em alguma coisa. Rony achou que você estaria no fundo do poço e ia ceder para a bebida, mas o Harry apostou na comida.

– Ele me conhece bem. Mas ainda são dois idiotas – eu murmurei, observando ao longe os dois na pista de dança. Gina estava focada na música, dançando animadamente perto deles, mas Harry e Rony estavam presos em algum diálogo, tendo a dança como apenas um plano de fundo enquanto se balançavam pateticamente – Eu cheguei a pensar que eles não viriam.

Hermione me encarou, curiosa pela minha confissão súbita, e suspirou.

– Harry jamais deixaria de vir. Sua amizade pra ele é maior do que qualquer desentendimento que ele tenha tido com Draco no passado. E Rony… bem, você sabe que ele é meio difícil, um pouco orgulhoso, mas você sabe como Molly é. Acho que ela teria o arrastado pela orelha se ele se negasse a vir – ela disse, e nós duas rimos.

Deslizei meu olhar para encontrar o restante dos ruivos que eram inconfundíveis, e não me surpreendi ao ver que toda a família Weasley estava na pista de dança, no meio daquele mar de pessoas. 

É claro, que precisei insistir um pouco para que meu pai cedesse a ideia de convidá-los, principalmente porque eu sabia que Lucius envenenava a cabeça dele sobre a reputação dos ruivos. Mas consegui convencê-lo depois de uma conversa esclarecedora onde eu deixei claro que o mínimo que poderia querer ao me casar por obrigação, era escolher alguns convidados de que gostasse para a festa. Ele pareceu meio contrariado, e eu via Lucius Malfoy torcer o nariz toda vez que cruzava com algum deles, mas não me arrependia. 

Todas as pessoas de que gostava estavam ali, mesmo que fosse uma farsa. E tê-los por perto me ajudava a sustentar toda essa história, embora muitos deles ainda se sentissem confusos sobre o fato de eu decidir me casar de repente com alguém como Draco e que jamais dei indícios de gostar. Somente algumas pessoas específicas sabiam, como era o caso de Hermione, que foi para quem eu chorei por uma noite inteira depois de ser informada que me casaria.

– Estou feliz que os Weasley vieram, não seria o mesmo sem eles. Sem nenhum de vocês, na verdade – revelei, e levei meu braço até o de Hermione, enganchando os dois ao deitar com a cabeça em seu ombro, e ela escorar a cabeça na minha.

– Como você acha que vai ser de agora em diante? – perguntei, mordendo o lábio pensativa.

Hermione respirou profundamente, levando algum tempo para responder.

– Honestamente? Eu acho que você vai dar conta de toda essa situação, e ainda ser muito feliz – ela disse, e mesmo que sua voz soasse decidida, eu sabia que no fundo ela só falava aquilo para me fazer sentir melhor.

– Como posso estar feliz casada com alguém que não amo?

– Talvez vocês possam ser… er… amigos – ela falou incerta, e eu franzi o cenho a olhando como se tivesse acabado de me sugerir um absurdo. De fato era.

– Draco Malfoy e eu jamais seremos amigos – garanti, absolutamente certa do que dizia.

Aquela foi a primeira mentira que contei envolvendo nós dois.

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⏰ Última atualização: Feb 16 ⏰

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