O tempo não apenas sussurra, ele grita em ensurdecedores clamores. Suas palavras, afiadas como lâminas, trespassam um corpo vazio, um receptáculo incessantemente ávido por plenitude, mas constantemente defraudado em sua busca. Como um antigo vaso de barro, estático sobre a prateleira da existência, gradualmente se desgasta, suas fissuras expondo o que outrora conteve, até que, aos poucos, se despedace. Sou eu o vaso, sou eu o corpo, e o vento é a inveja que me açoita, não de pessoas, mas de circunstâncias. A vida não é complacente, e o vento, com sua efemeridade, traz consigo notícias e eventos que, à primeira vista, parecem simples, mas que com o tempo corroem minha integridade. Inerte diante do inexorável, sou compelido a aguardar a próxima fissura, impotente diante do que não posso controlar, apenas resignado à espera do próximo desfecho.
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O pior em mim
PoetryDesprezo a parte oculta em mim, aquela que sufoca e aprisiona, embora eu possa sorrir, por trás deste sorriso residem dores, pois toda luz projeta sua sombra. É por isso que exponho, o pior em mim.