Em um momento de distração, me vi aprisionado em uma caixa que nunca antes havia notado. Não faço ideia de como ela surgiu ali, mas rapidamente se tornou minha morada, isolando-me do exterior. Dediquei-me a construir dentro dela o que imaginei ser o ideal para viver. Contudo, sem perceber, a caixa gradualmente encolhia, até que a sufocação me alertou para a realidade: não era minha casa, mas sim meu caixão. Num momento de desespero, transformei as próprias paredes que me aprisionavam em armas e, eu e a caixa nos tornamos um, sepultei a mente que me sepultava e sobrevivi.
Nunca mais permitirei que algo assim aconteça. Com minha inconstância como aliada, transformei o caos em constância. Da escuridão do confinamento, emergi mais forte, sepultando a mente que buscava me sufocar. A partir desse momento, sei que jamais permitirei que qualquer caixa, física ou mental, me prenda novamente. Encontrei na minha própria capacidade de adaptação o poder para transcender qualquer limitação.
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O pior em mim
PoetryDesprezo a parte oculta em mim, aquela que sufoca e aprisiona, embora eu possa sorrir, por trás deste sorriso residem dores, pois toda luz projeta sua sombra. É por isso que exponho, o pior em mim.