Laços que se vão

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Estava imóvel, apoiado no encosto entre a rua e a calçada, enquanto a chuva incessante banhava meu corpo. Inicialmente, aquela sensação me trouxe tranquilidade, mas à medida que o tempo passava, eu me via envolvido por uma dependência da água que parecia me sufocar. Então, ele parou, fitou-me profundamente, soltou uma risada e partiu, deixando para trás a água que agora estava enraizada em minha memória. Agradeci à nuvem que a trouxera, porém também a amaldiçoei. Agradeço à nuvem por trazer consigo a chuva que me fez sentir vivo, mas também a amaldiçoo por ter me deixado tão vulnerável à sua partida. A água, agora aprisionada em minha lembrança, escoa aquilo que não me enche, tampouco me esvazia.

O pior em mimOnde histórias criam vida. Descubra agora