Twenty

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Três dias haviam se passado e, novamente, Taehyung não falou comigo, muito menos respondeu às minhas mensagens.

A cada novo minuto eu pegava meu celular para ver se ele havia me mandado algo, mas não tinha nada.

Absolutamente nada.

Suspirei pesadamente, cutucando com o garfo a comida que estava em minha frente.

— Ah, Yoongi-ssi, não fica assim… — Park Jimin tentou me consolar.

Nesses três dias que haviam se passado, Jimin havia se aproximado bastante de mim e com essa aproximação acabei contando para ele que Taehyung não estava falando comigo.

— Jimin, ele está em todos os treinos e jogos, mas quando é para falar comigo ele nunca está em nenhum lugar! — exclamei já cansado disso.

— Ele não tem culpa, Yoongi-ssi… — Jungkook dessa vez falou, pousando a mão em minhas costas e me fazendo uma carícia de consolo.

— Tem razão, ele não tem culpa… — rio anasalado, me levantando em seguida. — A culpa é minha, né? Minha por estar atrapalhando ele, o jogo dele, a vida dele…— aperto os lábios fortemente, tendo o olhar preocupado de todos os meus amigos.

— Yoongi-ssi… — Jimin levantou a mão e eu neguei com a cabeça.

— Não! Sem desculpas! Eu sei que fui eu que errei! — fecho o punho e saio de lá rapidamente, podendo ouvir claramente os chamados de meus amigos. — Me deixa! — grito em resposta.

Andava apressado pelos corredores, indo na direção do banheiro, com a cabeça levemente baixa e a visão turva. Eu sentia uma grande raiva de mim, e principalmente de Taehyung. Fechei os olhos fortemente antes de colidir com alguém e quase ir de encontro ao chão. Abri os olhos marejados rapidamente, dando de cara com Baekhyun.

— Hey, tá tudo bem? — perguntou num tom baixo e preocupado.

Analisei o rosto do mesmo, desde os lábios levemente cheios, aos fios negros, parando finalmente nos olhos castanhos.

— Yoongi? — arqueou a sobrancelha direita, duvidoso, o tom totalmente preocupado.

Puxei o ar fortemente, as lágrimas pareceram se cansar de ficar só num lugar, e resolveram por fim descer por minhas bochechas.

— Me tira daqui… — pedi baixinho, segurando a camisa alheia ao ver que o sino tocou e, provavelmente, os alunos iriam voltar pra suas respectivas salas.

Não me importei quando ele passou o braço por minha cintura, antes de me puxar para longe. Eu sei que ele devia ir para a aula e me deixar ali, e eu cheguei a pensar que ele faria isso, mas me surpreendi ao perceber que ele não estava ligando para as aulas.

— Calma… — pediu enquanto continuava a me puxar.

E eu deixava as lágrimas caírem enquanto me permitia ser guiado por ele. Ele podia facilmente me levar para um lugar desconhecido e se aproveitar da minha fraqueza, mas me surpreendi ao ver que ele me levou para a praça que tinha atrás da escola. Nos sentamos no banco mais próximo, já que minhas pernas estavam fracas e eu não aguentaria andar mais.

— Calma, Yoongi… — pediu novamente, o tom de voz calmo e suave.

Não foi por que eu quis, mas quando ele passou o braço por trás de meu corpo meu rosto foi para seu peitoral, e me permiti chorar ali, nos braços de uma pessoa que jamais imaginei que iria me acolher um dia.

Durante os minutos que chorei, Baekhyun se manteve em completo silêncio, somente afagando minhas costas de maneira carinhosa e consoladora. Mexendo levemente os dedos percebi que ainda estava agarrado à camisa dele, então larguei, corando levemente e afastando o rosto do peitoral alheio.

O Namorado do PopularOnde histórias criam vida. Descubra agora