Eu te disse para não ir!

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Jisung ficou parado, encarando a porta, tentando reunir coragem para sair e contar ao vizinho a dura verdade — que ele estava sendo traído

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Jisung ficou parado, encarando a porta, tentando reunir coragem para sair e contar ao vizinho a dura verdade — que ele estava sendo traído. Ele realmente deveria se intrometer na vida de outra pessoa assim? Não tinha certeza, mas sabia como era ser traído, saber que os outros sabiam e permanecerem em silêncio. Essa lembrança ardia em sua mente.

Finalmente, com as mãos suadas e a respiração abafada pela máscara, Jisung tomou sua decisão. Sabia que hoje era o dia perfeito, pois o parceiro infiel não estaria em casa — ele vinha observando atentamente seus vizinhos desde que descobriu sobre o caso.

Ele saiu do apartamento, com o coração disparado, e caminhou até a porta do vizinho. Com as mãos trêmulas, bateu. A porta rangeu ao se abrir levemente, apenas o suficiente para uma figura sombria espiar, mas não o bastante para revelar completamente o rosto. A escuridão dentro do apartamento dificultava ver qualquer coisa.

— Ei, eu moro no prédio — Jisung começou, nervoso, virando o rosto de lado para esconder sua identidade. — O nome do meu Wi-Fi é 'Vizinho do 143, você está sendo traído'. Eu sinceramente não sei como você ainda não percebeu. Talvez seu celular conecte automaticamente, mas cara, já faz duas semanas. Toda terça e quinta, quando você sai, esse cara aparece 30 minutos depois, e todos aqui neste andar estão cansados de ouvir os gemidos dele, isso porque eu realmente não sei se os de baixo escutam. Não sei como ele consegue te enganar, porque ele não consegue nem fazer as coisas em segredo já que todo mundo sabe.

Seguiu-se um silêncio constrangedor, deixando as palavras de Jisung suspensas no ar. Finalmente, a voz de dentro respondeu:

— Ok cara, você entendeu as coisas totalmente erradas. Na verdade eu moro aqui com meu irmão, e eu sempre saio para deixar ele a vontade com a pessoa que ele tá ficando.

O rosto de Jisung ficou vermelho de vergonha.

— Oh, meu Deus. Oh, meu Deus, me desculpa! Eu fiz o prédio inteiro pensar que você era corno. Eu sinto muito, muito mesmo! — Ele se atrapalhou nas palavras. — Eu vou mudar o nome do Wi-Fi, eu juro. Desculpa! Tchau!

Ele correu para o apartamento de Seungmin, com o coração batendo forte no peito. Ao bater a porta atrás de si, assustou Seungmin, que estava ouvindo tudo com a orelha encostada na porta. O impacto fez Seungmin cair no chão.

— Aí porra — Seungmin gemeu, esfregando a cabeça. — O que aconteceu? Por que você está assim?

Jisung ficou paralisado, encarando o chão em total descrença. — Eu conto para todo mundo quando eles chegarem — murmurou, antes de ir para o sofá. Pegando uma almofada, ele a colocou sobre o rosto e gritou nela.

"Eu não acredito que isso aconteceu comigo" pensou, com o rosto ainda enterrado na almofada.

Algumas horas depois, Seungmin ligou para Felix, que estava terminando o trabalho e chegaria em cerca de 10 minutos. Após a ligação, Seungmin começou a fazer pipoca para quando os meninos chegassem.

Onze minutos depois, houve uma batida na porta. Era Felix e Hyunjin, que chegaram com Coca-Cola e suco de limão.

— Onde ele está? — Felix sussurrou ao entrar, com Hyunjin logo atrás.

— Ele está sentado quieto há horas, olhando para o nada — Seungmin respondeu, preocupado.

Eles vão em direção a Jisung, e Seungmin e Felix sentam em cada lado do Han, e Hyunjin se senta ao chão entre as pernas do namorado.

Todos se aproximaram de Jisung. Seungmin e Felix sentaram-se ao lado dele, enquanto Hyunjin se sentou no chão, entre as pernas de Felix.

— O que aconteceu, Sung? Ele vai te processar? — Felix perguntou, tirando Jisung do seu transe.

— Eu nunca me senti tão humilhado na vida — Jisung gemeu, enterrando o rosto nas mãos.

— Ele gritou com você? — Felix perguntou, ainda tentando entender o que havia acontecido.

— Deixa eu adivinhar — Seungmin interrompeu. — Ele já sabia que era corno e não liga?

— Pior — Jisung murmurou, finalmente levantando a cabeça. — Ele é o irmão do cara.

Os olhos de Hyunjin se arregalaram. — Espera, o namorado dele está traindo ele com o irmão?!

— Não! — Jisung exclamou. — Ele mora com o irmão, e o cara que aparece é o namorado do irmão.

— EU TE DISSE PARA NÃO IR! — Felix gritou, dando um tapa na cabeça de Jisung.

— Eu vou morrer — Hyunjin ofegou entre risadas. — Essa é a melhor história que eu ouvi em anos.

— A culpa é toda sua, Seungmin! — Jisung disse, encarando o amigo.

— Minha culpa? — Seungmin perguntou, fingindo inocência.

— Sim! Foi você que ficou me incentivando a falar com ele, Kim Seungmin. Por quê?

Seungmin deu de ombros. — Ah, sei lá. Eu só queria ver o circo pegar fogo — disse ele, rindo de novo, fazendo Hyunjin rir ainda mais.

— Vai se foder — Jisung resmungou, mostrando o dedo do meio para Seungmin.

— Eu nunca sairia de casa de novo se fosse você — Hyunjin riu, enxugando as lágrimas de tanto rir.

— Jisung, pelo amor de Deus, muda o nome do Wi-Fi — Felix implorou.

— Eu vou! Lix, você pode fazer brownies? Eu preciso me desculpar com o cara por toda essa confusão.

— Você ainda vai olhar na cara dele? — Hyunjin perguntou, de olhos arregalados. — Porque eu sinceramente me matava se eu visse ele novamente.

— Eu tenho que fazer isso. Fiz o prédio inteiro pensar que ele era corno. Que vergonha. — Jisung enterrou o rosto nas mãos novamente. — Vou me matar mesmo, não precisa fazer mais não, Lix.

— Para de falar merda, Jisung — Felix disse, dando um tapa na nuca de Jisung. — Vou fazer os brownies, e amanhã você pode levá-los para ele.

— Certo — Jisung murmurou, fazendo bico.

— Jisung, você vai voltar para o seu apartamento, né? — Seungmin perguntou.

— Deixa ele ficar aqui por um tempo — Felix interveio.

— Sério, gente... Que vergonha — Jisung gemeu, batendo os pés nervosamente contra o chão.



continua...

Vizinho do 143 seu namorado está te traindo! • MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora