07 - O pensionato das flores

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Maverick encarava a porta da pequena casa com o mesmo olhar de alguém que vislumbra o primeiro cavalheiro do apocalipse

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Maverick encarava a porta da pequena casa com o mesmo olhar de alguém que vislumbra o primeiro cavalheiro do apocalipse. Ele chegava de frente ao portão de madeira com tinta descascando, olhava pelas janelas manchadas de poeira esperando ver alguma coisa, mas toda vez que pensava em subir um degrau de madeira mofada da escada que levava a porta coberta por um pequeno alpendre cheio de videiras e dar um passo à frente, seus pés o levavam de volta para dentro da carruagem. Onde ficava minutos respirando fundo e tomando coragem que quando vinha, durava menos do que o álcool no copo de um bêbado.

Ele viraria motivo de piada para seus soldados se o vissem suando daqueles forma. Por mais que ele se esforçasse para encontrar a razão do seu nervosismo, nada vinha a sua mente. Ele nem sequer sabia se ela morava ali de fato, todo esse tremor e arrepios em seu estômago podiam ser inúteis. O endereço era o correto, depois de conferir tantas vezes não tinha como negar, mas não dá para confiar na mente de um velho senil e estava claro para qualquer um que o duque de Wessex só não estava mais louco do que o próprio Maverick porque ainda podia completar suas ações, coisa que para ele estava sendo desafiador.

Era impossível controlar as borboletas em seu estômago toda vez que pensava: e se batesse na porta e ela atendesse? O que demônios diria? Ele foi o homem que a deixou a própria sorte depois de arruinar a reputação dela. Se ela ao menos tivesse lido suas cartas...

O amarelo fustigante do sol aos poucos se tornava um laranja pálido no céu. Ele não merecia as medalhas em seu peito se não podia honrá-las. Era inadmissível que tivesse enfrentado uma guerra e tremia as pernas como um maldito frango por causa de uma mulher. Motivado por uma carga de coragem e orgulho ferido, saiu da carruagem e para que não mudasse de ideia, subiu os degraus de dois em dois, no instante que bateria na porta, ela se abriu por dentro e ele prendeu a respiração com todo o pânico que o paralisou, contudo, não era Bianca do outro lado, mas uma mulher totalmente estranha.

— Finalmente tomou coragem? — Ela tinha um sorriso largo pintado de vermelho e uma pinta particularmente charmosa no canto da boca.

Maverick baixou a mão que ainda estava estendida.

— Como? — sua expressão confusa devia estar muito engraçada pois ela sorriu mais ainda.

— Entre de uma vez antes que mude de ideia.

Ela abriu a porta e ele olhou para dentro se perguntando se era uma boa ideia aceitar esse convite nem um pouco cortês.

Ao menos ele não tinha nada a perder.

Deu um passo à frente e tomou um susto quando a porta fez um som horripilante ao ser fechada pelo vento.

— Desculpe, já deve ter reparado que é uma casa bem velha. — Ela explicou, produzindo mais rangidos na madeira do chão ao caminhar.

Maverick quis se mover, mas ficou com medo de isso derrubar uma parede em sua cabeça. Quem quer que tenha feito aquela casa não pensou na possibilidade de um homem de um metro e noventa e quatro habitá-la.

Um desejo para lorde Maverick (Era uma vez - 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora