𝑭𝑰𝑿 𝒀𝑶𝑼. ✪ Bucky Barnes, o ex-Soldado Invernal, busca reabilitar sua imagem e reconstruir sua vida após anos de controle e destruição. Angeline Prescott, CEO da renomada empresa de arquitetura Art Life, carrega consigo um passado trágico - s...
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O pânico se apossava de Angeline Prescott, apertando seu peito como um peso insuportável enquanto ela se encarava no espelho do banheiro. A luz fria e intensa refletia seu rosto impecável, mas incapaz de disfarçar a tensão em seus olhos claros, que piscavam rapidamente na tentativa de afastar o medo que latejava sob sua fachada de controle. Coletivas de imprensa, entrevistas para revistas ou jornais... Ela odiava todas essas situações. Odiava a ideia de ser o foco das atenções, de estar sob o escrutínio de tantas pessoas, quando nunca havia pedido por essa fama que a perseguia como uma sombra desde que assumiu a empresa de seu pai.
Embora reconhecida mundialmente por seu talento incomparável, o sucesso nunca a acendeu da maneira que muitos imaginavam. Desde que se tornou CEO da Art Life, Angeline se transformou numa figura hipocondríaca, fria e obsessiva pelo trabalho. O trabalho era tudo. Amava cada minuto perdido em seus projetos, cada hora extra que passava em esboços e números. Seus problemas pessoais eram simplesmente envolvidos pela imensidão de prazos, reuniões e decisões a tomar. O mundo exterior raramente tocava sua rotina, e qualquer forma de vida social havia sido descartada, como algo secundário e dispensável.
Esse vício pelo trabalho tinha cobrado seu preço. Nathan Carter, o homem com quem ela havia passado sete anos, cansara de ser o segundo plano em sua vida. O pedido de casamento dele foi rejeitado sem hesitação, e o rompimento veio logo em seguida, brutal e definitivo. Nathan jogou fora sete anos de relacionamento como quem descartou uma folha de papel amassada, deixando Angeline sozinha, mais obcecada do que nunca por seu único refúgio: o trabalho.
Ela rofpundamente envolvida em seu reflexo e pensamentos, o som da sua respiração ecoando pelo banheiro silencioso. O ar parecia limitado, e seu reflexo no espelho, apesar de inabalável, parecia distante, como se observasse a si mesmo de fora de seu corpo. Você consegue, pensou, embora a dúvida ainda paresse no fundo de sua mente. Angeline ajeitou a postura, passando as mãos pelo blazer impecavelmente alinhadas, os dedos tremendo levemente apesar da imagem de controle que tentava manter.
Depois de alguns segundos de hesitação, ela se virou e abriu a porta. A leve brisa do corredor a atingido, trazendo consigo o barulho abafado da coletiva de imprensa à sua espera. Seus saltos ecoavam pelo chão enquanto ela caminhava, o coração batia forte, mas o rosto permanecia uma máscara impenetrável de seriedade.
Assim que cruzou as grandes portas da sala onde o evento ocorreria, um verdadeiro bombardeio de flashes explodiu ao seu redor, quase a cegando momentaneamente. As câmeras disparavam incessantemente, a luz refletindo contra o metal dos refletores, fazendo-a piscar por um segundo. Porém, sua compostura permanecia intacta. Angeline ergueu o queixo, ignorando o desconforto, e avançou com passos firmes na direção ao palco.
Seus olhos, frios e calculistas, varreram o espaço repleto de jornalistas, fotógrafos, e até mesmo curiosos que conseguiram uma brecha para assistir à coletiva. Não havia nem um traço de sorriso em seu rosto. Uma CEO da Art Life era conhecido pela sua expressão neutra, profissional ao extremo, jamais cedendo às expectativas de simpatia que tantos esperavam de uma mulher na sua posição. Para Angeline, tudo aquilo que não passava de uma obrigação - mais uma tarefa entre tantas outras -, e, assim como fazia com qualquer outro desafio, ela enfrentaria aquilo com o mesmo profissionalismo gélido que a tornara tão temida e admirada no mundo dos negócios.
