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Escuto o som da porta abrindo, mas não me mexo, apenas ajeito o vestido para cobrir um pouco as minhas pernas , aquele monstro tinha me tocado, eu ainda estava estática e sem reação. Ninguém nunca havia encostado um dedo em mim se quer, a não ser o meu pai. Levanto os meus olhos e consigo ver uma senhora com algumas coisas na mão, ela se aproxima vagarosamente da cama como se tivesse medo que eu fugisse.

— Calma menina, eu não vim te fazer mal. — ela fala com a voz baixa e calma. — Me chamo Josefine, vim te ajudar.

Ela senta ao meu lado na cama e tenta trazer a sua mão até a minha testa para ver se eu estava doente, suponho. Não deixei a ação dela finalizar, me afasto antes e levanto com rapidez, mas pela falta de alimento, as minhas pernas falham e eu logo vou ao chão. Vejo ela correndo até mim desesperada.

— Menina por favor! Você não come nada a dias, me deixa te ajudar. — havia um carinho misturado junto com repreensão na sua voz.

Ela estava certa, o pouco que ainda consegui raciocinar me dizia para deixar ela me ajudar, eu não teria forças para lutar contra aquele monstro se não estivesse saudável.

— Muito bem! — ela fala quando apoio um braço na cama para me levantar, em seguida sento e me deito.

Ela pega um copo que suponho ser água e põe um canudo, trazendo até mim. Põe perto dos meus lábios e sem cerimônia começo a beber, a dias não comia ou bebia nada, parecia estar tão gostosa aquela água.

Assim que termino, ela coloca o copo na mesa de cabeceira e vai até às coisas que trouxe, pegando alguns ítens de higiene, como toalha, pente, escova de dente e um vestido, supus.

— Venha! Vou te ajudar a se limpar. — ela estende a mão vindo até mim, mas logo me afasto. — Natalie, por favor, só quero te ajudar, você não vai conseguir se segurar sozinha.

— Sai daqui! — tento parecer forte mas minha voz falha.

— Por favor! Não vou te fazer mal. — ela estende a mão novamente e decido ceder, não tinha mais nada a perder, não conseguia nem me levantar mais.

Seguro a sua mão e ela me apoia no seu corpo, praticamente me carregando arrastada por falta de força nas minhas pernas. Chegamos ao banheiro, vejo que tem uma banheira, ela me leva até lá e me ajuda a entrar e sentar.

Uma água quente começa a cair na banheira e o meu corpo tem leves espasmos de conforto, estava tão boa aquela água, a dias não tomava um banho, era tudo que eu precisava. Ela pôs alguns sais de banho na água que automaticamente deixou-a mais cheirosa. Fechei os meus olhos para aproveitar aquele momento e tentar esquecer tudo que estava acontecendo ao meu redor.

Ouço a porta do banheiro ser fechada e aproveito para tirar o vestido que eu estava, coloco num batente que havia ao lado da banheira e começo a esfregar minha pele com delicadeza, não tinha força para fazer nada direito. Sinto meus olhos pesarem ainda dentro da banheira, luto para não fechá-los, mas o cansaço vence e eu acabo desmaiando.

*

Abro os meus olhos sentindo a claridade adentrar por minhas íris. Começo a olhar devagar o ambiente que estou, estou em uma cama totalmente diferente da primeira que acordei, parecia uma cama de hospital, olho para o meu lado esquerdo e vejo uma agulha no meu braço que supus está transportando soro.

Olho para o outro lado e me assusto, Matteo estava lá, sentado numa poltrona ao lado da minha cama, sua cara não estava nada boa, meus pelos se arrepiaram imediatamente, eu tinha medo dele, medo do que ele poderia fazer comigo além do que já estava fazendo.

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