right where you left me • l.s

capítulo 1.

Todo o sentimento de alegria ronda Harry quando ele estaciona seu carro na sua vaga de sempre.

Mentalmente ele tenta se lembrar de algumas coisas. Sim, ele colocou as comidas de seus bebês e sim, ele também colocou água para eles já que o potinho fica ao lado. Sim, ele se lembrou de esconder os controles da televisão já que sempre os danadinhos faziam dele seus brinquedos e sim... lembrou de fechar a porta de seu quarto, já que misteriosamente alguns dias atrás acabou encontrando roupas suas jogadas ao chão pois pelo que parece um de seus filhos descobriu como abrir as portas do guarda-roupa e ao que tudo indica adorava se divertir com suas roupas e as deixar desorganizadas no chão. Bem... tudo bem que os guarda-roupas já não eram tão novos assim, talvez algum dia até mesmo pertenceu a sua avó... é, Harry afinal não pode culpar a curiosidade de Dusty ou Fiona.

Harry é o do tipo de pessoa que come bem, que gosta de se exercitar e fazer atividades físicas mais calmas como caminhadas, yoga e pilates... sabe que até mesmo já ganhou apelidos de antigos alunos de hippie. E bom... ele se orgulha disso e gosta de manter seu estilo de vida, que para ele considera como tranquilo e agradável.

Junto de seu suco verde, com suas mãos cheias de bolsas e materiais e papéis coloridos ele tranca seu carro com dificuldade. Harry gosta de toda a coisa, de ser um professor dedicado e fazer coisas e atividades diferentes com seus alunos... mesmo que isso o custe uma boa parte de seu salário.

A princípio quando chega em sua sala ele organiza sua mesa, os materiais que trouxe e organiza as pequenas mesas em pontos mais estratégicos para que suas crianças possam enxergar melhor a lousa. Três pequenas mesas com cinco cadeiras em cada, ao todo seus alunos ocupam todas as cadeiras. As aulas retornaram a um pouco mais de dois meses e Harry tem criado um vínculo adorável com suas crianças de cinco anos.

Ele toma seu suco verde, sentado em sua mesa enquanto recepciona seus alunos. Afim de acalmá-los e os recepcionar da melhor forma, o desenho preferido da grande maioria passa na televisão da sala, Bluey, a animação de uma filhotinha de cachorro e de sua família, um desenho adorável que Harry aprova muito como pedagogo. Suas crianças assistem animadas conforme vão chegando e deixando suas mochilas penduradas em seus devidos lugares e se sentam.

— Tio Hazz, trouxe para você — a menina de pele morena e adorável, chamada Molly deixa duas pequenas florzinhas brancas em sua mesa e sai correndo, causando um divertimento interno em Harry no qual o contém, prestes a brincar com a garota.

— O que? Eu ganho esse lindo presente e não posso ao menos agradecer com beijinho em troca? — lança a garotinha, que agora ri a sua melhor expressão de falso zangado. Ela se aproxima dele, sorrateiramente como se não fosse fazer aquilo, sem ao menos se quer largar de seu olhar sua expressão risonha. Quando ela se aproxima Harry a agarra em um abraço, a enchendo de beijos e cócegas que a fazem gargalhar.

O bairro em que Harry dá aulas não é exatamente o do centro de Londres, ele possui uma localização quase que estratégica já que está entre uma região mais periférica e outras que pessoas com um pouco mais de condições moram. As pessoas dali são tão gentis que em muitas oportunidades que teve de deixar de trabalhar ali nunca conseguiu se afastar. Pessoas simples ali frequentavam e deixavam seus filhos, todas eram muito educadas, por mais que lhe faltassem bens e dinheiro nunca houve motivo algum para serem violentas e a área da enorme escola era até mesmo protegida e vista como intocável já que a maioria dali no final das contas eram parentes de todo mundo.

— Tio Hazz! Meu titio, o irmão da minha mãe está vindo passar as férias com a gente! Ele disse que vai me deixar andar de avião com ele — Lucky, um menino loiro dos olhos azuis se aproxima animado. O garotinho sempre foi um dos mais tagarelas da turma, muitas vezes Harry precisa pedir o silêncio dele já que o menino fica todo tagarela durante as atividade ou quando estão no momento de roda para cantarem músicas — mas por favor, tio, não conta para a mamãe não, se não ela não deixa mais o tio Lou vir me buscar.