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Me jogue aos lobos que voltarei liderando a alcatéia.

Desconhecido

10 Anos depois

Morgana Roosevelt

Me levanto de onde estava abaixada e bato uma palma na outra levemente, os vestígios do que antes era uma mistura de terra e grama agora sujando o meu coturno militar.

Na lápide o nome do meu irmão, seu ano de nascimento e morte adornam a pedra de mármore como um lembrete daquilo que eu tinha de mais valioso e perdi.

Matias Roosevelt
1997 - 2014
"Filho exemplar, irmão invejável e amigo leal"

Os escritos na pedra de mármore nuca seriam capazes de descrevê-lo como realmente era, meu irmão era mil vezes tudo aquilo que pensavam dele, inclusive nas coisas ruins. Me lembro que quando tinha treze anos pensava que ele era um príncipe encantado, que embora recebesse treinamento de um dos melhores Tenentes do exército Francês, Matias era somente um rapaz ingênuo.

No mesmo ano descobri que nunca estive tão errada. Meu irmão não era um príncipe, era um anti-herói que preferia fazer do mundo um lugar em chamas em meu nome somente para que eu ficasse feliz e segura. Uma pena ter descoberto seu lado mais interessante após a morte.

Uma morte muito precoce diga-se de passagem.

Suspiro lendo mais uma vez sua frase eterna, tentando lembrar de alguma vez em que meu pai dissera o responsável por sua criação. Sequer me recordo do que aconteceu naquela noite em questão e depois de tantas consultas com a Doutora Louise decidi aceitar sua teoria de proteção psicológica. Meu cérebro simplesmente decidiu se esquecer dos acontecimentos mais traumáticos da minha vida, principalmente daquele que me fez sumir de Mônaco e deixar tudo para trás. Meus dois únicos amigos, os amigos do meu irmão e a minha avó, que dois anos depois da morte do neto foi morar em um apartamento na Sicília.

O ar puro fez meus cabelos balançarem, os fios mais curtos do que na última vez em que estive na cidade. A farda quente quase fazia minha pele queimar ao sol quando saí da sombra que guardava seu túmulo, mas já estava mais do que acostumada. Servi três anos no exército e depois me voluntariei para lutar mais dois anos em Israel.

Aparentemente eu também era uma anti-heroína em busca de derramamento de sangue e no final foi exatamente por isso que voltei.

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Ainda não tinha me livrado da roupa pesada quando pisei na minha antiga casa. Meu pai decidiu deixar tudo do mesmo jeito depois que tive uma enorme crise ao visitar a antiga residência aos dezenove anos. Tinha acabado de sair do primeiro ano preparatório no exército Russo quando utilizei meus quinze dias de descanso para voltar a Mônaco, mas não fora uma boa ideia. Pisar no mesmo solo que abrigou o corpo morto do meu irmão ao lado do meu quarto não foi nada agradável, e na mente do meu pai encarar isso de frente era a melhor forma de superar.

Eu concordo hoje em dia, mas meu eu de dezenove anos não fez o mesmo. Voltei com antecedência para Moscou e decidi continuar a servi-los até quando não fosse mais necessária, um ano depois e pulei direto para uma guerra com a enorme expectativa de matar a maior quantidade de filhas da puta que pudesse. E consegui.

O Pior de Mim +18Onde histórias criam vida. Descubra agora