capitulo 9

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O almoço com os pais de Maiara foi
tranquilo, o olhar que Marco passava sobre
mim me deixou levemente incomodada,
Maiara não falava com eles na mesa,
apenas olhava para a comida mexendo-a de um lado para outro, ou estava sem fome
ou não gostava do que via. Fiquei tentada a
perguntar porém não quis bancar a chata.

- Maiara, vá se arrumar. – Almira a
chama, ela não comeu nem metade do que tem no prato.

Sai sem dizer nada e ficamos nós três,um olhando para a cara do outro. Coço agarganta e levanto, colocando o prato napia, a conversa está no ar esperando alguém agarra-la para começar.

-Marilia, Maiara tem se soltado desde que
começoua trabalhar com você. Com Almira
de férias achei que teríamos um problema.
-Marco se pronuncia, encostando-se ao
meu lado.

- Ela é um amor, um amor mesmo! Quero
mostrar a ela como as coisas funcionam
e sem Almira por perto Maiara  relaxa,
entende?–A olho, vendo seus olhos
revirando.

-Eu estou aqui, viu?– Diz me cutucando.
- Você não entende, Marilia...ela é especial,
você já viu isso, não tem muita noção das
Coisas.

-Tem sim! Ela é uma das pessoas mais
inteligentes que conheço, vocês tem que
tratá-la como uma pessoa da idade que
tem e não uma de dez. -Tomo o tom firme
que uso Com meus clientes, mesmo que em
um momento inadequado, essa questão
incomoda.

- Ela entende pouco, você passa só algumas
horas com ela então é difícil de ver o todo, já notou ao menos que ela fala algumas coisas vagas?. - Almira está disposta a argumentar, porém, é uma briga perdida.

-Sim, as palavras sem sentido, a alteração
de voz e até a organização exagerada...não
sou desatenta, nos conhecemos tempo o
suficiente para saber disso, estou apenas
avisando vocês que Maiara precisa estar
preparada para a vida, ela não é inválida.-
Reviro os olhos, Marco está quieto, custa dar uma mísera opinião? Sei que ele concorda comigo.

- Marilia não complique muito, ou vamos
cortar esse trabalho que nem foi ideia
minha. –Ela suspira.

- Você não vai me deixar ir?–Maiara nos
assusta. porque não? Eu quero ir. Seus
olhos lacrimejam e ela se agita.

- Maiara...- Marco se aproxima mas ela
dá um passo para trás.

-Você não pode me impedir de ver tudo!–
Grita saindo correndo para fora, Almira vai atrás mas eu a seguro.

-Me deixa falar com ela. - Sussurro
pegando minha bolsa e meu desenho.

Maiara está encostada em meu carro,
virada em direção à rua. Vou a passos lentos até ela ea ouço fungando, com as mãos fechadas sobre o carro, toco em seu ombro e seu corpo se vira bruscamente assustada.
-Não chora, Maiara... - Passo o polegar
sobre a sua bochecha, que está vermellha.

-Ela não me deixa fazer nada! Eu ouvi
tudo Marilia, tudo. Minha mãe pensa que
me ajuda, mas me deixa sem tero que fazer.
Uma coisa que eu faço, que me faz sentir
bem, ela quer tirar. A voz falha, com
lágrimas descendo.

– Olha pra mim, sua mãe não vai te tirar
nada, eu prometo...para de chorar por favor,
-quer umn abraço?- Minhas mãos passam
em seu rosto, seus olhos estão pequenos e
vermelhos.

- Eu não sei. – Responde.

- Vem cá. – Estendo o braço com o
coração na mão, vê la dessa forma é como
um tiro, minha mente está fervilhando por
Almira fazė-la se sentir assim.

A abraço encostando-me no carro, dentro
da casa, na janela os olhares curiosos nos
miravam. Maiara  pousa a cabeça em meu
ombro, Os dedos brincando com a barra de
minha blusa, os braços em torno de mim de meu jeito, mas confortável.

-Você promete mesmo? Sussurra,
levantando o rosto, seus olhos ganham um
tom mais claro por conta da claridade.

- Eu prometo não deixar sua mãe te tirar de lá. –Suspiro dando um beijo em sua testa.

–Não é isso...é você, e se ela me tirar
de vocế? – Abaixa o rosto, encostando
novamnente.

-Prometo não deixá-la te tirar de mim,
Maiara, eu não saberia lidar com isso.

Sou sincera, minha mão afaga seus cabelos.
Ir até a casa deles me deixa tão confusa
quanto entendida, um dilema cresce
em minha mente diante das lágrimas e
promessas.

-Você gosta de mim, Marilia?–Afasta-se
de vez, olhando para a rua enquanto fala.

- Muito...vamos?-abro a porta acenando para  Almira e Marco.

Não faço o caminho da empresa e sou
questionada por isso. Fico feliz em saber que ela já está se acostumando com o caminho, a levo ao shopping( vantagens de ser dona da empresa). Seus olhos percorrem por todos os lados, andamos lado a lado, às vezes, me dou conta e ela está parada, olhando para algo. Tenho um cuidado enorme em não perdė-la aqui.

-Olha! Olha! - Aponta para a casinha
cheia de bolinhas coloridas na loja de
brinquedos. - Quero um desse em casa,
no meu quarto, olha quantas bolinhas.
Anima.

-Vou encher você de bolinhas, - Mexo em
seus cabelos, sorrindo abobada.

- Mas eu não quero bolinhas emn mim,
Vou ficar feia. - Fecha a cara cruzando os
braços.

– Vai ficar linda toda colorida. Pego sua
mão, a fazendo andar.

-Não vou! Não quero ser colorida.
Aperta minha mão, me fazendo quase
gargalhar.Deixo um beijo em sua bochecha e seguimosaté a lanchonete, que é meu objetivo desde o início. E uma que menos frequento na vida, porém, quando vejo a pintura que Maiara fez do macaco, parece-me o lugar perfeito para levá-la. As paredes são cheias de bichinhos desenhados, as cadeiras azuis, o ambiente gostoso...tudo me lembra ela.

Senta-se olhando para cima e para os lados, ri mexe as mãos apontando as coisas que gosta. Faço nossos pedidos e espero que se pronuncie.

- Quero voltar aqui todos os dias.Falou
voltando a me olhar.

- Todos os dias? –Arqueio a sobrancelha.
-Todo dia. E legal, mas eu posso me perder
Coça a cabeça, olhando para fora onde estão  as bolinhas. -aqui, é grande.

–Todo dia é muito, sabia? Se comer tanta
besteira você pode virar uma bolinha..
Alcanço sua mão, tocando timidamente.

-Mas...você quer me deixar com bolinhas e
agora diz que vou virar uma? Estou confusa, Marilia. –Seu olhar de fato está confuso.

-Vamos comer!-mudo de assunto vendo
a garçonete trazer o que pedi.

Passamos um tempão aqui, precisei começar um assunto. Conto-lhe como é o zoológico, pensando em quando vou marcar de irmos, Com os pais juntos, já imagino ela toda boba com os macaquinhos que ficam soltou por
lá, ou ela olhando estranhamente para o
algodão-doce e fazendo bagunça com ele.
Animo-me com isso e ela mais ainda, quase
pula a cadeira.

You Captivated Me || MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora