capítulo 4

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Os dias passaramn bem tranquilos, todos
Os dias Maiara passa por minha mesa e
dá bom dia...acho que esse é um avanço
considerável, visto que antes ela passava ao meu lado e era como se eu não estivesse lá.

Outro avanço que vamos dar é ela estar na
empresa sem Almira, pois a mesma entrou
de férias merecidamente. Fez um jornal de
recomendações sobre Maiara, o que eu
mais ouvi foi "estou te confiando minha vida, Marilia"

O combinado foi: ela trazer Maiara todos os dias e buscar. Além de que, ligar durante o dia, estar on-line no Skype pessoal, só faltou pedir para passar as férias aqui mesmo na empresa.

O primeiro dia está apenas
começando...chego antes de todos, respondo e-mails, como umas bolachinhas que ainda restam no pote sobre a minha mesa, converso com Murilo -Ultimamente ando esquecendo dele, chego a estranhar seu número me ligando há alguns dias atrás. Não acho isso bom, parece que estamos distantes.

- Bom dia. -A voz baixa já conhecida soa.

- Bom dia, Maiara. -Levanto o rosto para
olhá-la, está com uma calça preta e uma
blusa preta também.

Como se sente com sua mãe de férias?
-Pergunto me levantando, sigo até onde
estava, são raras as vezes que entra em
minha sala. -Você pode entrar quando
quiser...

- Eu sei que posso entrar. -Responde-me
olhandoo chão. Quer dizer, agora eu sei.
Eu esqueço das coisas que me mandam fazer constantemente, entende?- E assustador sem minha mãe aqui. - Olho em direção a sala de Almira, que está apagada.

-Pode ligar para ela, falar por Skype ou
pode falar comigo...nós não somos parecidas mas juro que sou mais legal que ela. Brinco balançando as mãos no ar.

- Você é, ela me trata como se eu fosse
uma criança e isso é tão frustrante.A
vejo me olhando como se tivesse 10 anos
e já tenho bem mais que isso. Explica
desenfreadamente, olhando em meus olhos.
-Vou lá, tchau.

-Ei, você não quer almoçar comigo?
- pergunto tocando seu ombro, isso é
involuntário.

- Eu tenho comida aqui. Responde e me
deixa para trás, com a cabeça pendida para o lado.

Volto para a minha mesa e coloco-me à
trabalhar, pensando em outra forma de
convencê-la a almoçar comigo. Porque..bem,
realmente gostaria de conversar com ela,
abro a janela do Skype e fecho várias vezes
seguidas.

Desde quando eu fico nervosa dessa forma
para falar com alguém? Nem com Murilo é
assim.

-Eu posso deixar minha comida aqui uma
vez.

-0 Skype toca, subindo mensagem na tela.
Sorrio, "isso!", comemoro mentalmente.

-Um dia só. (: - Respondo.

-Tá bom.

Respostas curtas nunca me deixam feliz,
acho que é a única coisa que estou tendo
dificuldade em me acostumar.

As horas passam rápidas, fico ansiosa para
sair logo e quase cai da cadeira quando vejo
Maraisa parada em frente a minha mesa.

-Você disse que eu poderia entrar. dá
um pequeno sorriso para mim, certo parece
deboche da minha reação.

- Pode sim. - Respondi sem graça.

-É que já está na hora - olha para o relógio atrás de mim.

Saio com ela da empresa e seguimos
caminhando até o restaurante mais próximo.
No elevador, novamente, tenho sua mão
junto a minha e respiro mais fundo por isso.

A vejo apontando algumas coisas por
onde passamos e me contenho para não
perguntar, pois na certa era algo bem óbvio.

- Eu já sei o caminho da minha casa até a
empresa. - Fala, cortando o silêncio entre
nós.

-Que legal, daqui alguns dias saberá da
empresa até o restaurante. Comento já o
avistando, olho o movimento da rua dessa

-Isso quer dizer que vamos lá mais vezes?- Pergunta, apertando meu braço quando
pisei na rua para atravessar, ao longe vem
um carro e esperamos ele passar.

-Se você quiser, sim.poderíamos vir todos os dias.

Fazemos nossos pedidos e esperamos,
Maiara pega o guardanapo fazendo
origâmis desajeitados, pois, o papel é mole
demais. Permaneço observando, ela faz uma
cabeça de cachorrinho e usa a caneta que
está ao lado da mesa para fazer os olhos e o
focinho. Por fim coloca sobre a caixinha de
palitos, virado para mim.

-Ele está olhando para você. Fala
sorrindo abertamnente. Sorrio, não do
origami mas de como o sorriso dela é
extremamente lindo.

-Vocês são muito fofos. -Comento e suas
bochechas coram, com umn pequeno riso de Canto.

O garçom traz nossa comida, seu prato está
completamente colorido e isso me faz pensar que Almira realmente a trata como criança, falando dos legumes a ela como fala a uma criança.

Balanço a cabeça espantando tais
pensamentos e começo a comer, o silêncio
paira sobre nós e Maiara permanece o
tempo olhando seu prato, seus movimentos
parecem mecânicos e com minutos contados.
A gerente do local passa fiscalizando o
serviço e para em nossa mesa.
- Precisa de alguma coisa, meu bem?
Pergunta, tocando o ombro de Maiara. Ela
revira os olhos e sua expressão fecha.

-Não. - Responde friamente.

-Qualquer coisa pode nos chamar bem ali.
-Aponta para o local, isso já me incomoda.
-E o banheiro é bem ali, qualquer coisa
nos chame.- Fala na maior animação
e passa por mim dando um sorriso.
Assentindo, arqueio a sobrancelha e respiro
fundo.

-Sabe uma coisa que ninguém nunca
aprende? Maiara olha em meus olhos e
que intensidade! - Compaixão ou ser legal
não é olhar para pessoas como eu com dó
ou me tratar como quem não sabe ler ou
entender tudo. Eu sei que ali está o banheiro,porque aprendi a ler, e sei que posso chamar eles ali porque tenho um par de olhos que enxergam perfeitamente. Todo mundo precisa aprender a não pisar em nossa autoestima, a não nos considerar burros.
-Acho que isso soa como m desabafo para
ela. Enche a boca de ar e solta.

-Você está certa, vamos a outro
restaurante da próxima vez. Falo
deixando o dinheiro sobre a mesa.

Saímos e ainda faltam trinta minutos para
voltarmos ao trabalho, sentamos no mesmo banco que da outra vez. Maiara olha ao redor e foca o olhar em um ponto que deduzo ser um museu, seus lábios lêem lentamente as letras grandes do local
.
- Há grandes coisas lá dentro.
pensando que a tempos não vou lá.

-Nunca fui, deve ser legal.- Dá de
ombros.

-Vamos! Chama sua mãe e seu pai para
irem com a gente. Animo-me com a ideia,
faz tempo que não saio com Almira também.

-Você pede a eles, porque eu escuto "não"
Constantemente. Ao ouvi-la dizer isso,
a vejo como uma menina de sua idade,
mesmo, adolescente que os pais sempre
proíbem algo e rio. - O que foi?

- Nada não. - Respondo tirando a mecha
de cabelo que está caindo insistentemente
em seu rosto.

OLHA, SORVETE! - levanta animada e
fala alto me assustando, segue atéo homem
a longos metros de distância com um
carrinho de sorvetes.

Levanto-me rindo bobamente dessa
manifestação, desse ânimo incomum. A
Sigo com um pouco de custo, minha coisa
preferida no mundo sempre foi a macieira
que está no jardim de casa, é linda e grande!Porém, ao ver Maiara quase saltitante, concluo que, elaéa minha coisa, pessoa ou qualquer definição que exista, preferida no mundo todo.

Se eu ver esse sorriso e aqueles olhos
brilhantes todo dia ao acordar e ao dormir,
sei que serei a pessoa mais bem humorada
da vidae vou ter o melhor sono do mundo.

-Marilia!-me tira do transe ao chegarmos até o sorveteiro. - Gosto muito
de sorvete. Se acanha corando.

-Quero saber sobre todos os seus gostos.
-Digo enquanto escolhemos.

Todos os dias acredito que vou me encantar mais.

You Captivated Me || MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora