Capítulo 2 🏁

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A reunião correu como sempre, eles discutiram melhorias nos carros que podiam ser feitas ainda naquele ano, prometeram que no próximo Grand Prix melhorariam a estratégia e veriam o que poderia ser feito na situação de Russell, já que ele seria o mais prejudicado naquele final de semana e eles não poderiam se dar ao luxo de relaxarem com o Campeonato de Construtores estando tão acirrado.

Eu intervi algumas vezes, citando alguns regulamentos da FIA, ou para afirmar se algum tipo de mudança poderia ser legal ou não. No fim, todos concordaram com o que seria feito e fomos dispensados.

- Em que hotel você está ficando hospedada, Chiara? – Lewis perguntou, caminhando ao meu lado.

O ar quente de Spielberg nos recebeu assim que colocamos os pés para fora do ponto da Mercedes. George colocou seus óculos de sol e eu levei a mão livre, em formato de concha, à minha testa, para tentar impedir que a claridade agredisse mais ainda a minha vista.

- No Ringrast. – Respondi, tentando me manter firme.

Lewis tinha esse efeito de conseguir me deixar nervosa, nunca compreendi direito o motivo, nunca havíamos tido algo, portanto, os efeitos que me fazia lembrar de uma adolescente apaixonada já deveriam ter passado por aquele momento. Ele só era muito legal, mas meu cérebro me engava ao confundir gentileza com flerte – apesar de que George insistia que se eu desse algum tipo de abertura, Hamilton com certeza não me recusaria.

- É perto de onde estamos, se quiser, posso te dar uma carona. – Ele disse, mas eu sabia que não era. Tá vendo? Legal, ele só provavelmente estava querendo ser gentil.

Ele e Russell estavam ficando em um hotel mais perto do autódromo, já que tinham que chegar lá mais cedo para os treinos livres e atividades relacionadas aos carros e as corridas – eu não era chamada para essa parte, apesar de que meu passe permitiria.

- Não precisa se preocupar, George vai me dar uma carona até lá e minha melhor amiga veio comigo para esse circuito, nós vamos dar um passeio pela vila mais tarde. – Eu me forcei a encará-lo e não corar, apesar de que o vermelho no meu rosto poderia ser justificado pelo sol. – Mas, eu agradeço muito a carona, quem sabe numa próxima oportunidade?

Ele sorriu e quando Hamilton sorria seu rosto inteiro se iluminava. Ele era adorável.

- Sem problemas, mas, irei cobrar essa próxima oportunidade, está bem?

Agora eu tinha certeza de que estava vermelha, mas me forcei a continuar de cabeça erguida com o pouco de dignidade que ainda me restava.

- Já vou indo. – Ele anunciou. – Nos vemos amanhã, se cuide!

Assenti e acenei uma despedida com as mãos.

- Até mais, Lewis. – Falou George, ao passo que Hamilton apenas assentiu e começou a caminhar até o estacionamento.

Quando ele havia se distanciado o suficiente, George começou a rir ao meu lado, fazendo-me lhe dar uma cotovelada de leve nas costelas.

- Eu juro, ele só quer uma oportunidade. – Comentou, voltando a caminhar ao meu lado.

Balancei a cabeça, George era maluco se pensava que eu algum dia iria me envolver com Lewis Hamilton. Só de ser amiga dele, eu havia sido vítima de vários sites de fofoca que queriam saber se éramos um casal, namorar um piloto de Fórmula 1 só me traria problemas e rivais – das quais eu nem conheceria, mas só de saber que teriam pessoas pensando mal de mim na internet me parecia agoniante.

Finalmente chegamos ao estacionamento e George destravou o carro para que entrássemos – geralmente, eu iria com o carro da equipe, ou algo do tipo, mas naquele dia, Russell disse que me daria uma carona.

- E que história é essa de melhor amiga? – Ele perguntou, parando o movimento de entrar no carro. – Eu pensei que eu fosse seu melhor amigo.

Bufei e entrei no carro, fechando a porta com cuidado para que não fizesse barulho.

Love is Red || Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora