Capítulo 5

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A recordação do cavalo avançando e a impotência de não conseguir fazer nada enquanto seu corpo caía no abismo esbarrancado foi a última sensação que Arthur sentiu. Enquanto seu corpo se mantinha suspenso em um monte de terra inconsciente perto do rio, os peões da fazendo o chamavam por todos os cantos das terras dos Thronickes.

— Cuidado — Soraya gritou ao ver como um passo de Simone saiu de uma das saliências de terra, outro passo em falso e ela poderia causar a própria queda.

Mas a morena era muito hábil, conseguindo chegar até o menino desmaiado.

— Arthurito? — Disse com temor de tocar. A cabeça do pequeno sangrava, e sua aparência era de um bonequinho quebrado — Está me escutando, meu bem?

— Ele está respirando? — Pergunto Soraya, angustiada.

— Sim — Afastou o cabelo do rosto do garoto.

— Vai até a fazenda por ajuda, diga que nós o encontramos. Avise o Fernando onde estamos. Eu vou tentar tirá-lo daqui por um caminho que conheço e que é mais seguro.

— Mas...

— Não me contraria agora, Soraya. Não temos tempo a perder e eu não tô nada a fim de mais um dos seus joguinhos. Pegue o meu cavalo e vai, rápido.

A loira retrocedeu alguns passos, desaparecendo da visão de Simone.

— Vamos, Arthur — Simone o segurou com cuidado, carregando seu corpo — Não se preocupe, já estou aqui e vou te tirar desse lugar.

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Clínica de São Francisco dos Reis

— Mas o que aconteceu? — Don Fernando dava voltas desesperadas ao redor da pequena sala de espera da humilde clínica.

— Ele pode ter perdido o controle do potro — Disse Simone — E eu o adverti, falei com Victoria também, que não era seguro deixá-lo montar para longe e sozinho.

— Foi minha culpa — Martina disse aos prantos — Eu sabia que uma coisa dessas podia acontecer. Deveria ter corrido atrás dele, prendido o pobrezinho no quarto.

— Não, Martina. De nada serve ficar se culpando, não tinha como sabermos que essa coisa horrível ia acontecer.

— Ah Seu Fernando, o que eu vou falar para a dona Victoria?!

— Vicente leva a Martina para tomar um pouco de ar e tente entrar em contato com o Gustavo.

— Sim, senhor. Vamos dona Martina, vamos respirar um pouquinho.

A empregada se deixou guiar por Vicente até a saída, sentindo um forte remorso tomar conta de seu corpo.

— Don Fernando — Apareceu Davi, tirando uma das luvas.

— Como está o meu neto, doutor?

— É muito grave. Sofreu uma pancada na coluna muito séria, uma das partes está fraturada. É necessário transferi-lo para a capital. Seu neto precisa ser internado imediatamente.

— Faça o que seja necessário, mas salve o meu neto. Por todo o carinho que tenho por sua família, Davi. Salve o Arthur.

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Capital

As luzes do interior da elegante suíte de hotel se acenderam.

— Gostou do restaurante?

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