A recordação do cavalo avançando e a impotência de não conseguir fazer nada enquanto seu corpo caía no abismo esbarrancado foi a última sensação que Arthur sentiu. Enquanto seu corpo se mantinha suspenso em um monte de terra inconsciente perto do rio, os peões da fazendo o chamavam por todos os cantos das terras dos Thronickes.
— Cuidado — Soraya gritou ao ver como um passo de Simone saiu de uma das saliências de terra, outro passo em falso e ela poderia causar a própria queda.
Mas a morena era muito hábil, conseguindo chegar até o menino desmaiado.
— Arthurito? — Disse com temor de tocar. A cabeça do pequeno sangrava, e sua aparência era de um bonequinho quebrado — Está me escutando, meu bem?
— Ele está respirando? — Pergunto Soraya, angustiada.
— Sim — Afastou o cabelo do rosto do garoto.
— Vai até a fazenda por ajuda, diga que nós o encontramos. Avise o Fernando onde estamos. Eu vou tentar tirá-lo daqui por um caminho que conheço e que é mais seguro.
— Mas...
— Não me contraria agora, Soraya. Não temos tempo a perder e eu não tô nada a fim de mais um dos seus joguinhos. Pegue o meu cavalo e vai, rápido.
A loira retrocedeu alguns passos, desaparecendo da visão de Simone.
— Vamos, Arthur — Simone o segurou com cuidado, carregando seu corpo — Não se preocupe, já estou aqui e vou te tirar desse lugar.
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Clínica de São Francisco dos Reis
— Mas o que aconteceu? — Don Fernando dava voltas desesperadas ao redor da pequena sala de espera da humilde clínica.
— Ele pode ter perdido o controle do potro — Disse Simone — E eu o adverti, falei com Victoria também, que não era seguro deixá-lo montar para longe e sozinho.
— Foi minha culpa — Martina disse aos prantos — Eu sabia que uma coisa dessas podia acontecer. Deveria ter corrido atrás dele, prendido o pobrezinho no quarto.
— Não, Martina. De nada serve ficar se culpando, não tinha como sabermos que essa coisa horrível ia acontecer.
— Ah Seu Fernando, o que eu vou falar para a dona Victoria?!
— Vicente leva a Martina para tomar um pouco de ar e tente entrar em contato com o Gustavo.
— Sim, senhor. Vamos dona Martina, vamos respirar um pouquinho.
A empregada se deixou guiar por Vicente até a saída, sentindo um forte remorso tomar conta de seu corpo.
— Don Fernando — Apareceu Davi, tirando uma das luvas.
— Como está o meu neto, doutor?
— É muito grave. Sofreu uma pancada na coluna muito séria, uma das partes está fraturada. É necessário transferi-lo para a capital. Seu neto precisa ser internado imediatamente.
— Faça o que seja necessário, mas salve o meu neto. Por todo o carinho que tenho por sua família, Davi. Salve o Arthur.
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Capital
As luzes do interior da elegante suíte de hotel se acenderam.
— Gostou do restaurante?
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Terra de paixões
FanfictionA vida de Gustavo e Silvia Thronicke mudam completamente quando Fernando, seu pai, decide trazer a amante Branca, e sua filha bastarda Soraya para viver sob o mesmo teto na pequena cidade de São Francisco dos Reis. Entre os conflitos internos que já...