IV | Uma Deusa Perguntou Meu Nome

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Depois da conversa, um tanto quanto estranha que eu tive com Grover ele parecia estranho comigo. Na verdade, ele continuava sendo o Grover de sempre, mas me parecia mais observador agora. Tudo que eu fazia ele começava a olhar demais, como se estivesse tentando desvendar algo ou procurando por respostas. Tava mais para aqueles canais de cultura animal em que os pesquisadores passam o dia observando a rotina de animais selvagens.

Eu andava em direção ao meu chalé, iria guardar o meu bone para então começar mais um dia de treinamento. Enquanto caminhava acabei vendo a cena menos inusitada daquele acampamento, Clarisse brigando com alguém. Por mais que não seja algo que me deixasse tão surpreso assim, logo que vi a cena corri para averiguar o querealmenteacontecia, Clarisse estava caída ao chão, batendo em um filho de Apolo com outro filho de Ares apavorando a pessoa.

– Clarisse! - Tirei a garota do chão pegando seus braços – Já você, saí! - Falo sério com o outro meio irmão, já o filho de Apolo já havia corrido

– Me solta - Disse La Rue e forçou para que eu a soltasse

– Por que, Clarisse, Por quê? - A solto e digo colocando minhas mãos em seu rosto a olhando em seu olho

– Não fui com a cara dele

– Clarisse não é assim que funciona, não pode sair batendo em quem bem entende, até parece que estou falando com uma criança - pego sua mão que estava vermelha, entre os dedos parecia que estava preste a sair sangue

– Vai ficar me dando lição de moral?

– Deveria, mas vou te ajudar, vamos

Incoformado em como Clarisse podia ter feito isso sem ninguém ter a parado antes La Rue era alguém de personalidade forte, uma verdadeira filha de Ares, pouca paciência, fica com raiva bem fácil, logo parte para briga e acha que tudo pode resolver na base da porrada. Ela foi andando junto a mim até o meu chalé, quando chegou foi possível ver a mesma apreensivo, pude senti-la triste, magoada, com raiva. Talvez não esperasse que eu iria brigar com ela ou iria ajudá-la, mas estava se sentindo impotente, talvez, o que nunca havia acontecido. Eu evitei tocar no assunto, já que por descobrir uma emoção nova na garota algo aqui no chalé ameaçou ela ou a mudou. Clarisse sentou em minha cama e em uma mesa eu peguei um kit de primeiros socorros e acabei cuidando dos ferimentos da mesma na mão.

– Julian, Julian - Grover entra com pressa e ofegante no chalé – E Clarisse? O que faz aqui?

– Fazendo as unhas - A mesma com a sutileza de sempre mostra as mãos cheia de curativos

– Ah sim. Bom, Artemis está aqui - Anunciou o Sátiro

– O que? - Digo confuso alternando olhares entre os dois que mostravam reações diferentes, Grover continuava ofegante, já Clarisse fazia uma cara de surpresa

– A Deusa Artemis está no acampamento, ela falou com o Quiron e agora o Sr. D me chamou dizendo que está convocando você para uma chamada importante. Você também, Clarisse - Explicou Grover

– Bom, vamos então - Clarisse diz se levatando

Saímos do chalé, e caminhamos junto de Grover para onde Quiron nos chamavam.

– Bom, acredito que todos aqui conhecem a Deusa Artemis e sabem de sua história. Ela está aqui para escolher um guerreiro que irá ajudá-la em uma missão - Quiron diz suspirando, a feição do centauro e da Deusa era estranho, o clima entre os dois parecia pesado – É por isso eu os chamei, vocês são os melhores guerreiros desse acampamento e dentro dessa missão extremamente perigosa vocês são os que eu confiarem em ir

– Quem é este? - Artemis em minha frente olha para Quiron apontando para mim

– Julian Rivers, filho de Afrodite, não tem nenhuma missão, mas luta e mostra ser experiente - Respondeu Quiron

A Deusa da caça passou por cada guerreiro olhando por todos e então voltou para o lado de Quiron, eles ficam cochichando algumas coisas inaudíveis.

– Sei que isso é uma decisão muito difícil, muitos que estão aqui tem total competência em estar nessa missão, mas por mais que seja de extremo perigo é algo rápido, ou pelo menos é algo que tentaremos fazer de forma rápida. Então eu já tenho a minha decisão, Thalia Grace

– Parabéns Thalia, Artemis deixará cordenadas e o rota de sua missão. Arrume sua mochila e estará liberada para começar

*

Thalia não dormia no chalé de seu pai, o chalé de Zeus, assim que a mesma aceitou ser uma das seguidoras de Artemis, uma caçadora a mesma virou conselheira do chalé da Deusa, talvez essa influência tenha feito Artemis escolher Thalia, mas ninguém sabia o que realmente fez a Deusa da caça escolher a filha de Zeus. O chalé de Ártemis é um edifício de prata, é decorado com as pinturas e esculturas de animais silvestres, muito bonito

– Foi a escolhida da vez né - Digo assim que entro no chalé vendo Thalia arrumar sua mochila

– É – A garota sorriu sem graça – sou a sortuda da vez - Ela diz continuando a sorrir

– Sério, acho que você é a melhor para essa missão, já sabe o que vai fazer? - Pergunto sentando em sua cama

– Não, não quiseram me contar o principal da missão, falaram que eu ira descobrir pelo caminho. Tenho um mal pressentimento disso

– Você vai tirar de letra, é a escolhida por Artemis - Digo olhando Thalia que fecha a mochila, se senta ao meu lado e deita a cabeça em meu ombro

– O que te motiva? - A prole de Zeus pergunta e eu me surpreendo com o questionamento

– O que? – Questiono confuso

– O que te motiva? O que faz você levantar de manhã, querer treinar com Clarisse, aprender algo, ir a missão?

– Não sei, acho que é o amor e o ódio por esse mundo. Querer viver tudo e ao mesmo tempo acabar com isso. Mas mesmo assim eu tento aproveitar, mesmo odiando cada segundo. Tem sido tudo tão estranho, mas sempre tento aproveitar todas as coisas boas que posso tirar - Falo segurando sua mão

– Você realmente é diferente dos outros - Ela diz sorrindo

– Você quer dizer diferente da Silene? - Indago

– Também, mas você é diferente de todos que eu conheci, de todos aqui. Talvez tenha sido uma boa ideia sua vinda - Thalia se levanta pegando sua mochila – Tá na hora

– Boa sorte, se cuida - Me despeço a abraçando

Thalia então se foi, disse-me que já tinha se despedido de Annabeth, Percy e Grover e então caminhou para sair do acampamento. Enquanto eu fui caminhar de volta para o meu chalé já que não tinha atividades para o restante do dia. Sentado em uma cadeira, olhando a vista do meu chalé para o restante do acampamento eu acabei refletindo sobre a pergunta de mais cedo que Thalia havia me feito.

WAR & LOVE - Clarisse La RueOnde histórias criam vida. Descubra agora