• prólogo •

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A porta gigante da mansão se abre, vejo ele ali parado com os fixos em mim e a sua boca entreaberta como se buscasse dizer alguma coisa, mas nós dois sabemos que não tem muito o que ser dito.
Consigo ver ele nitidamente na minha frente, todas as perfeições da sua pele, o seus cílios compridos e o seu olhar de surpreso por eu estar ali.

É embaçado atrás dele eu vejo a silhueta de duas garotas, que muito provavelmente estão seminuas somente esperando por ele, claro. Qual a melhor forma que ele poderia comemorar essa noite?

— Zayn. — a voz de uma delas faz o sangue voltar a esquentar no meu corpo, faz com que o meu coração volte a bater e faz com que nós dois saíssemos desse infinito congelado onde estávamos quando a porta se abriu.

— Nat. — Ele fala baixo me encarando. — Eu não sabia que viria para cá hoje.

A minha língua passa lentamente nos meus lábios e em seguida os meus dentes arranham por cima da onde a minha língua tinha passado.

— Só vim te parabenizar. — Engulo seco e os meus olhos finalmente saem do olhar dele e vão de encontro às garotas que o esperavam na sala. — Parabéns pelo prêmio.

— Zayn. — A outra garota o chama.

Ele respira fundo, vejo seu pomo de Adão subir e descer. — Espera! — Ele fala ríspido, mas sei que não é para mim. É para as duas garotas que provavelmente estavam com álcool na cabeça e muito tesao circulando pelas veias. — Eu... se você quiser eu mando elas embora e você fica.

— Não precisa. — Forço um sorriso, sentindo a minha garganta arranhar e o lábio tremer. — Eu não quero atrapalhar a sua noite. — Falo dando passos para trás tentando buscar uma forma de fugir dali. Eu não ia conseguir encara-lo sem que a raiva que eu sentia crescesse mais.

— Nat, espera. — Ele sai da casa andando na minha direção. — Eu realmente não sabia...

Mantenho o sorriso nos lábios, era a única coisa que eu poderia fazer ali naquele momento. A única coisa que não tiraria a minha dignidade, a única coisa que era certa a ser feito, sorrir e dizer que estava tudo bem.

— Como eu disse, eu que vim sem avisar. Me desculpa. — Me viro saindo dali o mais rápido que eu podia.

— Natasha! — Escuto a sua voz sair mais alto que o de costume enquanto ele segurava o meu braço. — Vamos conversar.

— Zayn. — Falo me virando para ele. — As coisas realmente não precisam ser tão sérias. — respiro fundo. — Afinal você é britânico. — brinco de forma falha. — Está tudo bem, nos falamos outra hora.

Saio sem esperar uma nova resposta, sem ao menos o olhar. Eu estou com raiva.

Raiva por estar sentindo raiva dele.
Raiva por estar me importando se ele está comendo alguém.
Raiva por ter me envolvido nessa bagunça que é o Zayn.
Raiva por não ter me importado com a má reputação que ele tem.
Raiva por saber que gosto dele, mesmo quando o combinado foi nunca gostar.

Eu estou com raiva da existência dele.

Eu entro no carro e me afundo no banco sentindo meu corpo tremer. É como se o meu coração batesse tão rápido fazendo a minha pressão subir, mas tão lento que chega a ser doloroso.

Cada pequena parte minha está trêmula, não por medo, nem por ansiedade, e sim por raiva. A raiva sai por cada poro do meu corpo e a minha garganta se arranha, fecho os olhos sentindo a ardência, mas nunca nessa vida que vou me permitir chorar pelo Zayn.

Talvez não uma segunda vez, porque agora eu só consigo sentir as cócegas que as lágrimas fazem quando caem dos meus olhos.

Minha bolsa vibra no banco do passageiro e quando pego o meu celular já tenho três ligações perdidas dele.

É incrível que a pessoa que nos machuca é a mesma que pode nos curar, mas eu definitivamente não quero mais isso, não quero mais sentir isso. Eu só preciso me afastar do Zayn, por um tempo, até eu conseguir controlar toda essa turbulência.

Desbloqueio o celular e vou instintivamente até os contatos, as lágrimas insistentes deixam a minha visão embaçada, mas identifico o nome do Cole quando só consigo enxergar o C.

Mesmo com relutância aperto o botão de discar e espero pacientemente enquanto escuto a ligação chamar.

— Oi Natasha, tudo bem? — Cole fala, mas a sua voz entrega a sua confusão.

— A proposta de trabalhar na Califórnia, pelo menos por alguns meses ainda está de pé?

Escuto um som na linha, talvez como se estivesse pensativo ou sem acreditar no que estava escutando.

— Você... mudou de ideia? — Cole indaga ainda confuso e escuto o barulho da sua cadeira girar.

— Sim. — Engulo as lágrimas enquanto encarava o volante preto do carro. — Eu realmente quero ir para Califórnia, por um tempo.

O barulho da cadeira fica mais alto, talvez ele esteja se levantando, ou soltou o seu corpo de vez.

— É sua então, vou te mandar um e-mail de confirmação. — Cole suspira na linha. — Obrigado, Natasha.

— Eu que agradeço. — Desligo assim que respondo e deixo o meu corpo se amolecer.

Me inclino abruptamente quando a minha cabeça encosta no volante e a buzina toca me fazendo levar um susto.

Maldito Zayn Malik, é tudo culpa sua.

— ••• —

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