Capitulo 3 - Oficialmente sozinha

247 29 7
                                    

07/02/1990

Acordo cedo, vou ao banheiro faço as minhas higienes e vou até a cozinha, noto que meus pais ainda não tinham acordado então decido ir à padaria, comprar uns pães para o nosso café da manhã. Vou ao meu quarto, pego minha carteira e saio de casa.

Chegando na padaria, me deparo com o mesmo menino que encontrei na noite anterior quando fui comprar a pizza, só que desta vez o japonês não estava junto, olho pro mesmo, ele me encara e eu viro o olhar, entro na padaria compro o que vim comprar e saio em direção a minha casa. Ao sair noto que o rapaz já não estava por alí, então paro de pensar nisso e continuo a caminhar.

Chego em casa, entro e me deparo com meus pais me olhando assustados.

~ Helena – Onde você tava? não estava dormindo?

~ Sophia – Não né mãe, se eu acabei de entrar pela porta kkkk.

~ José – Respeite sua mãe menina.

~ Sophia – Me desculpe, eu só fui até a padaria comprar uns pães para nosso café da manhã.

~ Helena – Podia ter avisado né mocinha.

~ Sophia – Não quiz acordar vocês, mas enfim, vamos comer?

~ José – Vamos!

Comemos e então eu decido ligar para Hannah, queria saber se ela falou com os pais, e como foi.

* Ligando... *

~ Sophia – Oii Hannah?

~ Maria – Oi Sophia, a Hannah não pode atender agora, quer que eu mande algum recado pra ela?

~ Sophia – Ah, não tia, eu só queria falar pra ela que já organizei tudo aqui, mas depois eu falo com ela. Sabe se ela vai demorar?

~ Maria – Não sei dizer, mas vou dizer para ela ligar pra você, depois. Tchau Sophia.

~ Sophia – Tchau tia.

* Fim da chamada *

Desligo o telefone, e começo a pensar no quão estranha a tia estava, ela não é assim, normalmente ela conversaria um pouco comigo, e outra que a Hannah não é de sair de casa, então o que faria ela não poder atender, será que ela falou com os pais e eles não gostaram e prohibiram ela de falar comigo, ou será que ela não está bem? paranóias surgem na minha cabeça, e não consigo parar de pensar, até que as mesmas paranóias são cortadas por minha mãe gritando o meu nome.

~ Helena – SOPHIA, Eu estou falando com você!

~ Sophia – Ah desculpa mãe, tava pensando e nem ouvi me chamar, o que foi?

~ Helena – É, eu notei que não me ouviu, estava te dizendo que eu e seu pai já vamos ir, para não chegar muito tarde em casa.

~ Sophia – Mas já??

~ Helena – Sim filha, temos que ir.

Neste momento me bate um certo medo e desespero por saber que a partir de agora eu realmente estaria sozinha aqui, e oficialmente não contaria com a presença dos meus pais comigo em todos os instantes.

~ Sophia – Ta bem mãe, cade o papai?

~ Helena – Está lá fora, me esperando.

~ Sophia – Ok, então vamos lá, vou me despedir de vocês né.

~ Helena – Isso, vamos.

Chego lá fora e olho pro meu pai e pra minha mãe, intercaladamente, meus olhos marejam e sinto as lágrimas descerem sobre meu rosto.
Abraço os dois, e deixo as lágrimas saírem.

O Guitarrista e eu - BENTO HINOTOOnde histórias criam vida. Descubra agora