Renegade Dragon - Renascer da Lenda

Capítulo LXXXI - Dia de Baile

Três semanas se passaram desde o dia da operação, o mundo ficou em choque com o ataque que a capital do Reino do Vento sofreu, as famílias reais temeram por suas cidades, mas permaneceram no Reino da Água, aguardando o desfecho de tensões entre o Reino do Vento e o Reino da Meia-noite

Todos os reinos correram para deixar a guarda em estado de alerta máximo, mas nenhum outro ataque do tipo foi registrado, o que aliviou a tensão

O Reino do Vento prosseguiu com os seus exercícios militares na fronteira com o Reino da Meia-noite, a fortaleza dos feiticeiros na montanha acompanhou com atenção as movimentações com seus binóculos, mas nada fizeram para a surpresa dos magos do vento, depois de alguns dias o acampamento foi desmontado e as tropas retornaram para a capital do Vento, e assim o grande episódio de tensões entre os dois reinos terminou, quem saiu vencedor foi a humanidade, sabendo que nos séculos seguintes não contaram histórias sobre uma guerra terrível que eclodiu de uma conferência para a paz

Para celebrar a conquista diplomática, a Igreja com autorização da coroa do Reino da Água marcou um baile no palácio, todas as famílias reais foram convidadas e os portões foram abertos para os cidadãos da própria cidade apreciarem o baile dos lordes

O primeiro grande alvoroço aconteceu quando ele surgiu...

Hikari, e seu professor atribuído Sapientia

Atrás das cortinas Hikari fez um bom trabalho, ele usou sua influência lhe concedida de nascença para convencer os outros reinos a não se juntarem ao Reino do Vento na investida contra o Reino da Meia-noite, afinal, ninguém tava gostando da existência deles, faria muito sentido uma colisão entre os cinco reinos elementais contra o isolado reino sombrio

Então sim, Hikari salvou o mundo da guerra pela primeira vez, ele também merece os seus créditos

O segundo alvoroço veio antes mesmo deles entrarem no castelo

Duas carruagens negras estacionaram no tapete vermelho, de uma delas saiu a tropa de guarda, o Batalhão Lua Cheia, Isao e Hayato se posicionaram um em cada lado do tapete, Sayori ficou na carruagem acompanhada de Hidetaka, vasculhando a área em volta em busca de suspeitos, Ayumi foi quem abriu a porta da segunda carruagem e Katsuo ergueu sua mão para auxiliar na descida das duas rainhas do veículo

Com o rei e o príncipe mais velho recusando a ajuda, Katsuo ajudou a descer os menores, então  a família real seguiu unida pelo tapete vermelho, sendo seguidos de perto por Katsuo, Ayumi, Isao e Hayato

Hidetaka fez um portal na carruagem mesmo e levou Sayori consigo para o telhado do palácio, do alto Sayori consegue ter uma percepção total de toda a estrutura, ninguém vai escapar dela nem sequer um segundo

Apenas um Deus para se esconder dela...ou no caso uma deusa

Firme e imponente, a família real seguia sem olhar para os lados, mas sabendo que todos os olhos estavam neles, a cor preta absorve a luz, e a família do relógio zerado absorvia toda a atenção que recebia com orgulho

A pedido do próprio rei, Katsuo e sua equipe hoje não usavam seu uniforme de costume, hoje trajavam terno e gravata, com exceção de Ayumi que usava um longo vestido vermelho, cada um deles levando armas escondidas sobre a roupa

Quando entraram, as instruções foram dadas, Ayumi ficaria na cola do rei, Isao ficaria de guarda das rainhas, Hayato cuidaria dos príncipes mais velho Ōji o segundo mais velho dos, afinal, Ōji aos 31 anos é o herdeiro do trono, as mais novas ficariam por conta de Katsuo, as princesas de 19 e 11 anos

Cuidar das duas não era lá uma tarefa muito complicada, ele só tinha que barrar qualquer engraçadinho tentando a sorte com a princesa e impedir que qualquer desavisado tente contra a segurança das duas, bem simples

Pois é ninguém gosta dos feiticeiros, mas homem é uma raça interessante que esquece de tudo isso quando ver uma mulher

Em dado momento da festa as duas avisam que vão ao toilet...depois que elas saíram Katsuo se perguntou mentalmente o motivo de tanta frescura pra falar que vai ao banheiro, gente com dinheiro tem certos costumes exagerados

Mas ele aproveitou o momento de pausa para ir até a grande sacada tomar um ar fresco, o vento bateu contra suas têmporas, ele levou a mão ali tirando o cabelo que voava no seu rosto

Hoje ele estava de cabelo solto, e um tempo sem ter tempo pra cortar cobrou o preço, os fios queriam chegar no seu peito, então ele fez um coque para resolver o problema, que falta fazia o seu laço, laço esse que ele perdeu pra Aik quando voltou da missão, depois disso não recuperou mais, xingava mentalmente ela por colocar ele nessa situação

Notou alguns olhares o observando mais quando ele prendeu o cabelo mas nada demais, então ele simplesmente ignorou

Notou que alguém se aproximava e notou ser um homem de cabelo acinzentado e com características faciais que ele reconhecia de algum lugar...

– "Aproveitando a noite senhor Kurayami?" - Pergunta o homem

– "Até que estou, é uma festa agradável, mas confesso que ver um bando de burguês conversando sobre ouro é um pouco entediante" - Respondeu Katsuo

– "Sou obrigado a concordar com você, eu venho pra essas coisas por que preciso, é meu dever, se não fosse por isso eu não saía do conforto da minha casa" - Diz o homem

– "Vejo que é um homem que aprecia um tempo com a família" - Diz Katsuo

– "Oh não, sou casado apenas com meu trabalho, não tenho tempo para criar uma família" - Responde o homem

– "Eu meio que te entendo, trabalho é desgastante mas ao mesmo tempo recompensador, virar noites acordado vale a pena quando eu vejo meu povo seguro dentro das nossas fronteiras... acabei de lembrar, sinto muito pela sua cidade, foi uma tragédia que aconteceu no Reino do Vento" - Diz Katsuo fingindo compartilhar da dor dele

– "Ah...não vejo problema, foi para um bem maior...não é Katsuo?" - Pergunta o homem com um sorriso

– "Hum...quem seria você senhor?" - Pergunta Katsuo pronto para agir caso necessário

– "Meu nome é Sōsa, vice-presidente da organização ATLAS, é um prazer conhecê-lo" - Diz Sōsa estendendo a mão para cumprimentar o Kurayami