3

24 3 1
                                    

Augustus estava em uma avenida dentro do seu carro cobalt preto, já fazia algum tempo que ele esperava a ligação de seu parceiro e sócio. No banco de trás Lívia se debatia sem parar com os braços e pernas amarrados e sua boca presa por uma fita adesiva, Augustus já estava impaciente com seus gemidos que não cessavam desde quando havia sido colocada dentro do carro, ele odeia barulho mas entendia seu lado, tinha alguns dias que havia sido sequestrada e não seria normal se estivesse calma, Augustus a olhava de vez enquando pelo retrovisor, "ela é linda". Pensou consigo mesmo. Vai dar um bom negócio quando chegar em Londres, ele tira um cigarro de maconha do bolso tentando relaxar enquanto espera, e naqueles minutos não se deu conta que as cordas das mãos de Lívia havia cedido, ela por hora havia ficado em silêncio oque fez ele olhar novamente pelo retrovisor se perguntando o porquê de não ouvir mais seus gritos e choros abafados. Já era tarde. Lívia com os pés chutou forte a porta onde consegiu sair em um pulo. Ela cairá no chão onde passava muitos carros e motos que pararam para ver a movimentação estranha. - Merda. - Augustus pensou.

Dentro da viatura com suas mãos algemadas ficou em silêncio e calmo, ele sabia que só precisava da quantia certa para ser solto. Aliás o Brasil não era lá muito correto com suas leis, ele fingiu não falar português mesmo entendendo tudo oque os dois policiais a sua frente falavam em sua presença. Momentos atrás os policiais arrancaram de seu bolso sua identidade falsa mas muito bem feita, aliás ele tinha mais dinheiro do que podia contar, já havia vendido muitas mulheres para homens ricos, e as crianças eram a melhor parte pra ele. Sempre foram mais caras. Com o nome Francis a quem foi chamado ouviu diversas ofensas pelos policiais, mas ficou calado, sabia como funcionava caso fosse pego, já havia estudado sobre isso antes e sobre os países a quem tinha negócios a tratar sobre o tráfico humano. Com o passar dos minutos dentro da viatura, percebeu que os policiais não estavam o levando para uma delegacia aonde seria o local correto. Como ele pensou " Brasil e sua corrupção" já estavam se afastando da cidade, mas ele não fazia ideia de pra onde estava sendo levado, parando em uma estrada aonde não havia ninguém há não ser eles, o puxaram da Viatura sem piedade, como um animal.

" Seu porco miseravel"
" filha da puta de merda"

Murros e tapas, chutes em sua barriga quando caiu ao chão, Augustus começou a sentir o corpo adormecer mas logo sentia aauela dor ardente em seu corpo quando um deles o batia de volta.
Eles o xingavam sem parar seus ouvidos chiavam a ponto dele não conseguir mais entender oque estava sendo dito.

- Oque acha Gomes, deixamos ele aí? - um deles perguntou.

- Claro que não. - disse antes de o puxar pela camisa azul agora ensanguentada. - Levanta. - O tal do Gomes o empurrou, tentando o fazer ficar de pé. Mas era quase impossível Augustus já estava tonto e sua visão embaçada, seu corpo bateu em uma das portas da viatura, deixando a mesma suja de sangue. - Filho da puta olha oque você fez. - Gomes o acusa antes de começar a socar seu rosto e lhe proferir mais chutes. Em algum momento ele dormiu, não percebeu mas dormiu. Desmaiou, seu corpo não aguentava mais, estava exausto, não era a primeira vez que tinha apanhando, mas ninguém se acostuma com porradas, quando acordou já estava na cidade novamente, estava meio zonzo por conta das pancadas na cabeça e no rosto, mas estava acordado.

- Vera meu amor, papai já chega me espere um pouco. - Ele para um pouco de falar como se estivesse ouvindo a resposta do outro lado da linha. - Ah claro, daqui a pouco acaba meu plantão, vou comprar seu açaí. - Augustus reconhece a voz de Gomes e abre a boca dando um grande sorriso.

"Vera"


J

Já estamos em Manaus a três dias, fico olhando pela janela a cidade agitada. Já estive aqui algumas vezes, mas nunca pude ter tempo pra prestar atenção. A minha direita os gêmeos estão concentrados no notebook. Fecho os olhos, já faz um tempo que não consigo dormir, sempre que começo a cair no sono, sou assombrado pelos olhos e a escuridão que me persegue, não entendo porque ainda continuam. Será se é porque já matei pessoas demais a ponto de estar ficando louco aos poucos. Não, claro que não. Isso começou desde a minha infância, e com 10 anos eu era só um menino que estava aprendendo sobre a vida.

Seus Olhos Onde histórias criam vida. Descubra agora