Ato V: Luto e cena inconveniente

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Kizashi havia morrido enquanto dormia, dada a anemia avançada em seu estado de saúde. A notícia espalhou-se entre os clãs aliados e o Imperador, convidando a todos para o ritual de morte do ex-líder, muito respeitado e querido por todos. A cerimônia foi marcada para o dia seguinte, deixando os criados do distrito Haruno com muitos afazeres. A data foi marcada por luto e muito trabalho para todos, especialmente para Sakura. Tudo o que a primogênita queria era poder tirar o dia de folga para colocar a mente para raciocinar sobre a informação de que, de fato, o seu velho havia falecido. Era o esperado? Sim, pois foi o prestigiado Orochimaru a quem deu a notícia da anemia, uma doença letal e sem cura. Quiçá, no fundo, bem lá no fundo, desejava não ser verdade. Não estava pronta para se despedir do seu pai. Apesar de não ter chorado pela sua morte, nem demonstrado tristeza para os servos, Sasuke e/ou Shikamaru, a verdade é que um forte vazio se alastrava em seu peito, sufocando o seu coração. Kizashi Haruno, foi muito mais do que um pai para si, ele foi a sua inspiração, professor e conselheiro. Tudo o que ela é hoje, não foi apenas graças à sua determinação em conquistar o que queria para o seu futuro, é também graças ao reconhecimento e ensinamentos dele.

Quando era criança, o assistia treinando Hayato com uma expressão de orgulho e satisfação contagiantes. A atenção que o pai dava ao seu irmão mais velho era motivo de inveja para a sua caçula, pois desde sempre, sonhava em ser uma guerreira tão bem respeitada e admirada quanto o seu pai um dia foi. Com esse objetivo em mente, aprendia apressadamente as aulas femininas com a sua mãe, para depois ir correndo esconder-se entre os arbustos, assistindo as aulas de seu pai para o seu irmão às escondidas. Uma rebeldia que durou menos de um mês, quando o mais velho a viu praticando escondido os golpes. Kizashi sempre soube que era espionado pela caçula, achava até mesmo graça dela acreditar estar fazendo um bom disfarce. Contudo, nunca esperou a ver colocar em prática os seus ensinamentos, mais ainda de forma bem efetuados.

Houve preconceito por parte dos seus pais e do seu irmão. Foi castigada com a vara de bambu por sua mãe, sendo proibida de continuar praticando. E foi por insistir excessivamente que hoje tinha algumas cicatrizes pequenas em suas costas. Somente quando Mebuki foi morta em um ataque rebelde ao distrito, Kizashi finalmente cedeu as suas insistências em aprender a se defender.

Aos 8 anos, criou convicção de que queria ser a herdeira do clã, queria a atenção e as expectativas proporcionadas aos seu irmão. Queria ter nascido homem, como ele. E a partir da sua ambição, evitou desde cedo criar laços afetivos com Hayato, mantendo-se distante, fria e martelando em mente: Ela não tinha irmão, tinha um rival, um obstáculo em sua vida, um inimigo.

Por isso não sentiu a sua morte. Ela era não só esperada, como ansiada. Odiava o significado da existência do seu irmão. A morte de sua mãe também não a afetou tanto, pois ela nunca a incentivou em seus sonhos, somente gozava deles e a deixava triste por ter nascido mulher.

Agora, aos 20 anos, estava lidando com a morte de seu pai, e ele foi o único parente por quem a fez se sentir com o coração machucado. Como se estivesse o alfinetando a cada memória boa, a cada esperança por seu sonho ser real, a cada choro durantes as noites por suas conquistas.

A cada vez que se sentia feliz, pela primeira vez, que ser mulher não a impedia de tornar tudo possível, embora mais difícil.

Hoje, Kizashi deixou a sua família, deixando rastros de saudade em cada canto daquele distrito. Por onde passava, sua caçula se lembrava de uma memória feliz, ou inspiradora. E amanhã, em seu ritual de morte, irão se despedir do seu espírito, o fazendo descansar em paz.

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Passou a manhã e à tarde ocupada. Sejam os afazeres do ritual de morte, a decoração para receber figuras importantes, o pedido oficial para que pudesse ser avaliado e aceito aos ministros do Imperador pela ocorrência do seu casamento, ou questionamento de seus clãs vizinhos ao dar os pêsames pelo pai, acompanhados de questionamentos sobre a falta de um marido em sua vida. Valendo ressaltar, que por Sasuke ser o filho de uma concubina e, atualmente, servo do clã, sua decisão de tê-lo como marido não foi divulgado nem mesmo ao servos do seu próprio distrito, a fim de lidar mais tarde com as fofocas e discordâncias.

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⏰ Última atualização: Feb 10 ⏰

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My Sexual Servant (SasuSaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora